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Oito pessoas foram presas hoje durante a Operação Lactose da Polícia Federal, realizada em cinco Estados brasileiros, com o objetivo de desarticular uma quadrilha que adulterava leite em pó integral, falsificava notas fiscais, sonegava impostos e corrompia funcionários públicos. Após um ano de investigações, que contou com a colaboração do Ministério da Agricultura, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão, nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Ceará e Santa Catarina.


Segundo a PF, foram lacrados os estabelecimentos comerciais onde era embalado o leite em pó integral da empresa Big Leite. Conforme a polícia, a empresa comprava o leite a granel em grandes quantidades para empacotá-lo em volumes menores para revenda no varejo. Trabalhando com as marcas Só beber, Naturesse, Bom Du leite, Cilpe e Big leite. Após o empacotamento em volumes menores, a Big Leite substituía 50% do leite em pó integral por soro, produto pobre em proteína. Para o leite ser destinado ao abastecimento direto, ou seja, ao consumo humano direto, o máximo de soro admitido pelo Ministério da Agricultura é de 30 mg/l.

Depois de falsificado, a empresa Big Leite recebia notas fiscais frias das empresas Avesul e Sanita, estabelecidas em Santa Catarina; Milky, estabelecida na Bahia; e Via Láctea, no Estado do Ceará. Conforme a PF, todas as empresas são de propriedade dos suspeitos. A polícia afirmou ainda que funcionários do Laboratório oficial do Ministério da Agricultura em Pernambuco (Lanagro), eram corrompidos para trocar as amostras colhidas pela fiscalização na empresa Big Leite, ou nos produtos desta empresa no mercado varejista, por material de boa qualidade.

De acordo com a PF, a empresa Big Leite já teve problemas em 2006 e 2007 com o seu leite, quando o produto pasteurizado foi reprovado pelo Procon no Estado de Goiás. Alguns dos suspeitos já respondem judicialmente por homicídio e pelo mesmo tipo de fraude agora investigada.