Guerra da Secessão
Fonte: texbr.com
é como é conhecida a Guerra Civil ocorrida nos Estados Unidos de 1861 a
1865, entre os Estados do sul e os do norte, motivados pela abolição da escravatura.
A eleição do antiescravagista Abraham Lincoln (veja abaixo) para a presidência da República, em 1860, provocou a secessão dos Estados escravagistas do sul, que criaram em Richmond uma confederação liderada por Jefferson Davis.
A guerra começou quando forças confederadas comandados por Lee (veja abaixo) atacaram o Fort Sumter, um posto militar americano na Carolina do Sul, em 12 de Abril de 1861, e terminaria somente em 28 de junho de 1865, com a rendição das últimas tropas remanescentes da Confederação
Os sulistas venceram em Richmond e Fredericksburg, mas fracassaram em Gettysburg (julho de 1863). Enquanto sua frota, sob as ordens do almirante Farragut, tomou New Orleans (1862) e bloqueou os portos do sul, os nortistas ou federados, comandados por Grant (veja abaixo), penetraram a oeste no vale do Mississípi, apoderando-se de Vicksburg (julho de 1863) e Chattanooga (novembro), separando da confederação os Estados a oeste do Mississípi.
Sherman, após tomar Atlanta, atingiu o Oceano Atlântico em Savannah (dezembro) e venceu Johnstan em Betonville. As tropas de Grant tomaram Petersburg (abril de 1865), forçando Lee, cercado em Appomattox, a capitular em 19 de abril. A guerra deixou cerca de 620 mil mortos nos EUA, na época cerca de 2% da população americana, o mesmo total de mortos norte-americanos nas duas Guerras Mundiais (saiba mais).
Destacamos que Tex participou meio forçadamente da Guerra da Secessão. Na época mais jovem, nosso personagem faz dupla com Dick Furacão e entrou para as fileiras dos nortistas como batedor do exército, por achar que era a causa mais justa. Esse episódio foi contado na aventura Entre Duas Bandeiras, magistralmente escrita por G.L.Bonelli e desenhada por Galep (veja TEX-053, TEX-054, TEX-055 ou TXC-160, TXC-161, TXC-162 e TXC-163).
Uma outra história enfocou esse mesmo tema, retratando uma trágica passagem da guerra, aventura que recebeu no Brasil o título "A Planície da Traição" e que nos revela fatos sobre a batalha do Passo de Glorieta, quando Tex, Dick Furacão e um tenente sulista se juntam para salvar centenas de vidas (veja ATX-002).
LINCOLN, Abraham - nasceu perto de Hodgenville, no Kentucky, em 1809. Político influente norte-americano, era advogado e membro do Partido Liberal Conservador (Whig) e admirador de Jacson. Foi deputado de 1846 a 1848 e, a partir de 1854, aderiu ao novo Partido Republicano e juntou-se a uma campanha antiescravagista de grande repercussão. Sua eleição para a presidência dos EUA (1860) provocou a secessão dos dez Estados do sul e, em seguida, a guerra civil, que terminou somente em 28 de junho de 1865, com a derrota dos sulistas. Ironia do destino: cinco dias mais tarde, Lincoln, que havia sido reeleito, foi assassinado. Esse episódio mereceu especial atenção de Nizzi, que em parceria com José Ortiz, nos apresentou a aventura "Os Homens que Mataram Lincoln", uma história que vem à tona muitos anos depois do assassínio de Lincoln e que vem parar por acaso nas mãos de Tex e de Carson, os únicos que podem impedir que documentos explosivos caiam em mãos erradas (veja TEX-363, TEX-364 e TEX-365).
GRANT, Ulisses Simpson - nasceu em 1822, em Point Plesant, no Ohio e foi o general que chefiou os exércitos nortistas no início da Guerra da Secessão. Derrotou os confederados sulistas em Belmont e apoderou-se dos fortes Donelson e Henry (1862). Em 1863 ocupou Vicksburg e o vale do Mississípi. Comandante do exército nortista, depois da guerra foi nomeado general do Exército dos EUA (1868) e Secretário da Guerra. Nesse mesmo ano foi eleito presidente dos EUA, apoiado pelos republicanos radicais, reelegendo-se em 1872. Sua presidência foi marcada pelo fortalecimento do capitalismo industrial e pela resistência sulista contra as transformações ocorridas depois da guerra: foi nesse período que a Ku-klux-klan começou a agir contra os carpet-baggers e contra a introdução do "sistema dos espólios". Grant faleceu em Mount MacGregor, próximo de Saratoga, Nova Iorque, em 1885.
LEE, Robert Edward - nasceu em 1807, em Stratford, na Virgínia e foi o general norte-americano que chefiou os exércitos sulistas durante a Guerra da Secessão. Venceu os nortistas em Richmond, em Fredericksburg (1862), em Chancellorsville (1863) e marchou sobre Washington. Foi derrotado em Gettysburg (1863), tendo que capitular em Appomattox (1865). O general Lee morreu em Lexington, na Virgínia, no ano de 1870.
Lincoln & Garibaldi,
e a Guerra da Secessão
As batalhas mortíferas entre o Sul e o Norte
Fonte: ZAZ
O caminho de Antietam, 17 de setembro de 1862:"o dia mais sanguinário da América" |
O ataque do general nortista Ulisses Grant em Shiloh Church, no Rio Tennessee - onde o seu auxiliar, o general Sherman gritou "Give them hell!" (dêem o inferno a eles!) -, por exemplo, provocou a morte de 25 mil americanos.
Em Antietam, um riacho no estado de Maryland, nas margens do qual o general nortista George McLellan deteve a ofensiva do comandante supremo do Sul, o general Robert Lee, fez com que num só dia de batalha, o 17 de setembro de 1862 - chamado "America's Bloodiest Day", o mais sangrento dia da América - 22.726 homens morressem ou ficassem gravemente feridos (mais do que as baixas sofridas no Dia-D na Normandia, em 1944).
Enquanto que em Gettysburg, na Virgínia, entre os dias 1º e 3 de julho de 1863, quando o general Robert Lee ordenou um desastroso avanço em campo aberto, a "Pickett's charge", o assalto do general Pickett, direto ao centro das defesa do general nortista George Mead, provocou 51 mil baixas de ambas as partes, ou seja 1/3 dos soldados que participaram da grande batalha.(*)
(*) Outras batalhas importantes foram:
Fort Donelson [2 de dezembro de 1862, com 15067 (s) e 2.832(n) mortos]; Seven Day's battle [de 25 de junho a 1º de julho de 1862, com 20.614 (s) e 15.849(n) mortos]; a Segunda Manassas [28 de agosto de 1862, com 9.197 (s) e 16.054 (n) mortos]; Fredericksburg [11 de dezembro de 1862, com 5.309(s) e 12.653 (n) mortos]; Chancelorsville [1º de maio de 1863, com 12.764 (s) e 16.792 (n) mortos; Vicksburg [18 de maio de 1863, com 31.275(s) e 4.550 (n) mortos] Chickamauga[ 19 de setembro de 1863, com 18.454 (s) e 16.179 (n) mortos] ; Wilderness [5 de maio de 1864, com 11.400(s) e 18.400 (n) mortos]; Spotsylvania [12 de maio de 1864, com 12.000(s) e 18.000(n) mortos] e, Atlanta [22 de julho de 1864, com 8.000(s) e 3.722(n) mortos].
Lincoln e o general Grant inspecionando o fronte |
W.T.Sherman, guerra total contra o Sul |
Sherman, fundador da guerra total: consideram-no um dos fundadores da guerra moderna, da guerra total, isso é, aquele que faz guerra simultaneamente ao exército e aos civis, à economia e ao povo do país. Em setembro de 1864 ele tomou e incendiou Atlanta, feito que garantiu a reeleição de Lincoln em novembro daquele ano. Depois rumou para o mar, em direção às Carolinas, para arrasar as linhas que abasteciam os exércitos de Robert Lee, mais ao norte, na Virgínia. O efeito psicológico da campanha de Sherman, que cavalgou combatendo por 680 quilômetros no território inimigo, foi devastador, quebrando a moral dos soldados sulistas e forçando o seu alto comando a render-se. Por vezes seus batedores, punham os defensores sulistas a correr simplesmente lhes dizendo: "Somos os incursores de Bill Sherman... Será melhor vocês fugirem!" Ao socar rudemente no estômago do Sul, ele afroxou a mão que empunhava o fuzil.
As baixas da guerra de secessão: no total, a Guerra Civil americana contabilizou 10.000 batalhas, combates, recontos e escaramuças, ao longo de quatro anos. Esta encerrou-se com um Sul exausto e batido, obrigando a rendição do general Robert Lee no Palácio da Justiça em Appomatox, na Virgínia, perante o general Ulisses Grant, no dia 9 de abril de 1865. O crescente aumento do potencial de fogo, a imperícia e escassa habilidade dos generais americanos, a pressão para uma batalha decisiva, somado ao progressivo ódio entre irmãos, fez com que no final da guerra os Estados Unidos tivessem 624.511 mortos, um pouco menos do que os americanos perderam em todas as guerras que participaram até os dias de hoje, que apontam para 636.237 mortos.
Lincoln & Garibaldi,
e a Guerra da Secessão
Garibaldi e Lincoln
Bull Run, a primeira batalha de Manassas,21 de julho de 1861, uma ducha na idéia de uma guerra breve |
O autor do atentado era um conhecido ator dramático chamado John Wilkes Booth, um sulista radical que viu no gesto de atirar em Lincoln uma maneira de vingar-se da derrota. Garibaldi e Lincoln foram, em partes diferentes do mundo, um na Europa outro no Novo Mundo, campeões da luta pela unidade nacional. Os inimigos do italiano eram os austríacos, o governo Bourbon das Duas Sicilias, e o Vaticano (a Igreja por possuir territórios pontifícios nas redondezas de Roma, era contra a unidade nacional italiana). Os inimigos de Lincoln eram os sulistas em geral, e os donos de escravos em particular, que desejavam manter o nefando regime servil, chamado por eles de "peculiar instituição", intocado.
Em defesa do estado-nacional: enquanto Garibaldi esforçou-se por ampliar os limites do estado-nacional Italiano, ajudando a restaurar as antigas margens do império romano na península (Os Alpes ao norte, o Mar Tirreno e o Mar Adriático, a oeste e a leste, e a ilha da Sicília ao sul), Lincoln foi à guerra para preservar a União norte-americana ameaçada de dissolução. Ambos, nascidos em famílias modestíssimas, foram representantes do poderoso movimento liberal- democrático que começou a retomar suas forças depois do fracasso da Revolução de 1848, porém se Garibaldi acatava subordinar-se a uma Monarquia constitucional, Lincoln era um republicano autêntico.
No momento que se fala em "separatismo" – é bom relembrar alguns episódios da Guerra da Secessão norte-americana. Para saber que o resgate de certas palavras tem um preço alto.
As guerras sempre começam com provocações. Em dezembro de 1860 o estado da Carolina do Sul rompeu com a União americana. Em abril de 1861 os Estados Confederados do Sul atacaram o Forte Summer.
O chamado Tratado de Missouri separava, pelo Paralelo 36, os Estados do Sul que queriam escravidão negra, dos estados do Norte que não a aceitavam. O Sul era escravagista porque precisava de mão-de-obra barata para exportar algodão. O Norte não aceitava baixar taxas de alfândega e empregava trabalhadores livres já em fábricas – e não em agricultura. Mas o Acordo Kansas-Nebraska rasgou o Tratado de Missouri. A eleição de Abraham Lincoln, antiescravagista, em 1860 foi o estopim.
Ao lado da Carolina do Sul, decidiram se afastar da União outro seis estados Confederados: Texas, Louisiana, Geórgia, Alabama, Flórida e Mississipi. Todos com um total de nove milhões de habitantes, dos quais quatro milhões eram escravos negros. Eles elegeram como presidente Jefferson Davis. Mas sua grande figura sempre foi o general Robert Lee.
A primeira batalha
A primeira grande batalha foi a de "Bull Run", em julho de 1861, quando o general Jackson "Paredão" e os Confederados massacraram os nortistas graças a um bem coordenado ataque de cavalaria. Caso tivessem naquele momento marchando contra Washington teriam ganho a guerra. Mas, hesitaram. E logo depois o general Ulysses Grant, com fama de beberrão e ousado, tomaria o Forte Donelson abrindo caminho para a conquista do rio Mississipi. Logo depois em Shiloah, no Tennensee, os Confederados do Sul contra-atacariam quase destroçando os Nortistas.
Todavia, a superioridade naval do Norte foi esmagadora. Lincoln percebeu que poderia estrangular o Sul pela água. Mas as reservas da União eram superiores. À medida que a brutalidade se acentuava, homens como os generais Grant, Sherman e Rosecrans entravam em cena com disposição de cortar para o Sul pelo meio. Foi uma guerra crudelíssima, quando a tecnologia militar evoluiu muito, com a entrada em cena das carabinas Spencer, dos blindados Sherman, de couraçados. Mais de 200 mil pessoas morreram em combate e outras 400 mil de doenças, epidemias e fome. As plantações do Sul foram destruídas. Tudo o vento levou, como no filme clássico... Mas o vento rumoroso às vezes volta do passado...
A Guerra de Secessão INTRODUÇÃO : A INDEPENDÊNCIA A criação de uma República Presidencialista e Federalista, pela constituição norte-americana de 1787, concedia autonomia para cada Estado decidir por seu destino em vários aspectos, inclusive no tocante à mão-de-obra. Nesse sentido, nem a independência dos Estados Unidos e nem a Constituição, irão alterar a condição de vida da população negra nos Estados sulistas, que permanece majoritariamente escrava. Essa estagnação do sul (atual sudeste), representada por uma economia agro-exportadora com base no latifúndio escravista, contrastava-se cada vez mais com o desenvolvimento do norte (atual nordeste), industrial e abolicionista, tornando-se num futuro próximo, um entrave para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos. ANTECEDENTES DA GUERRA O intenso crescimento territorial dos Estados Unidos na primeira metade do século XIX, acompanhado de um rápido aumento da população, com muitos imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras, tornava ainda mais flagrante, o contraste entre o desenvolvimento do norte e o atraso do sul. No norte, o capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado, estavam no trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e a facilidade dos transportes contribuíram muito para o progresso da região, que defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente permaneceu atrasado com uma economia agro-exportadora de algodão e de tabaco, baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era franco defensor do livre-cambismo, caracterizando mais um contraponto com a realidade do norte. O Acordo de Mississipi em 1820 proibia a escravidão acima do paralelo 36o40'. Em conseqüência, o presidente Monroe, que assinara o tratado, foi homenageado com a denominação de "Monróvia", para capital do Estado da Libéria, fundado na África em 1847, para receber os escravos libertados que quisessem voltar à sua terra. Em 1850 foi firmado o Compromisso Clay, que concedia liberdade para cada Estado da federação decidir quanto ao tipo de mão-de-obra. Em 1852, Harriet Beecher Stowe publicou a romance abolicionista A Cabana do pai Tomás, que vendeu 300 mil cópias só no ano de sua edição, sensibilizando toda uma geração na luta pelo abolicionismo. Dois anos depois surgia o Partido Republicano, que abraçou a causa do abolicionismo. Em 1859, um levante de escravos foi reprimido na Virgínia e seu líder John Brow foi enforcado, transformando-se em mártir do movimento abolicionista. No ano seguinte, o ex-lenhador que chegou a advogado, Abraham Lincoln, elegeu-se pelo novo Partido Republicano. O Partido Democrata, apesar de mais poderoso, encontrava-se dividido entre norte e sul, o que facilitou a vitória de Lincoln, um abolicionista bem moderado que estava mais preocupado com a manutenção da unidade do país. Em campanha Lincoln teria afirmado que "Se para defender a União eu precisar abolir a escravidão, ela será abolida, mas se para defender a União eu precisar manter a escravidão, ela será mantida". Apesar da questão do escravismo ser apenas secundária para Lincoln, o mesmo era visto pelos latifundiários escravistas do sul como um verdadeiro revolucionário. Sentindo-se ameaçados pelo abolicionismo, em 20 de dezembro de 1860 iniciava-se na Carolina do Sul um movimento separatista, que seguido por outros seis Estados, reuniu-se no Congresso de Montgomery no Alabama, decidindo pela criação dos "Estados Confederados da América". A secessão estava formalizada com um novo país nascendo no sul. Os estados do norte e do Oeste reagirão dizendo que o sul não tinha o direito de separar-se e formar um outro país. Iniciava-se assim em 1861 a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão, também conhecida como "Guerra Civil dos Estados Unidos" ou ainda como "Segunda Revolução Norte-Americana", que se estendeu até 1865 deixando um saldo de 600 mil mortos. A GUERRA Enquanto o sul possuía apenas 1/3 dos 31 milhões de habitantes do país, dos quais mais de três milhões eram escravos, e contava apenas com uma fábrica de armamentos pesados, o norte já contava com pelo menos três fábricas de armas bem mais modernas, um sólido parque industrial, uma vasta rede ferroviária e uma poderosa esquadra. Mesmo com esse contraste totalmente desfavorável, foi o sul que lançou a ofensiva, criando uma nova capital - Richmond - e elegendo para o governo Jefferson Davis, que a 12 de abril de 1861 atacou o forte de Sunter. Se inicialmente o conflito mostrava algumas vitórias do Sul, que instituiu o serviço militar obrigatório e convocou toda população para a guerra, com o prolongamento do conflito, o norte ia consolidando sua vitória. Para fortalecer o norte, Lincoln extinguiu a escravidão nos Estados rebeldes em 1862 e prosseguiu incentivando o expansionismo, através da promulgação do Homestead Act, que fornecia gratuitamente 160 acres a todos aqueles que cultivassem a terra durante cinco anos. No mar o norte também demonstrava toda sua supremacia com os couraçados, modernas embarcações que surgiram nessa guerra e foram responsáveis pelo decisivo bloqueio naval imposto sobre o sul. A abolição efetiva da escravidão só ocorreu em 31 de janeiro de 1865. Após três meses, o general sulista Robert Lee oficializava o pedido de rendição ao general nortista Ulisses Grant. Alguns dias depois o presidente Abrahan Lincoln era assassinado pelo fanático ator sulista John Wilkes Booth. A Guerra de Secessão é considerada a primeira guerra moderna da história, fazendo surgir os fuzis de repetição e as trincheiras, que irão marcar de forma mais acentuada, a Primeira Guerra Mundial entre 1914 e 1918. As novas técnicas tornam obsoletos o sabre e o mosquete, fazendo da a luta corpo a corpo uma forma de combate cada vez mais inútil. DESDOBRAMENTOS Com um saldo de 600 mil mortos e o sul devastado, a guerra radicalizou a segregação racial surgindo associações racistas como Ku-Klux-Klan, fundada por brancos racistas em Nashville no ano de 1867, com o objetivo de impedir a integração dos negros como homens livres com direitos adquiridos e garantidos por lei após a abolição da escravidão. O traço característico de seus membros era o uso de capuzes cônicos e longos mantos brancos, destinados a impedir o reconhecimento de quem os usava. A intimação contra os negros atingia também em menor escala brancos que com eles se simpatizavam, além de judeus, católicos, hispânicos e qualquer indivíduos contrário à segregação racial. A prática de terror dava-se desde desfiles seguidos por paradas com manifestações racistas, até linchamentos, espancamentos e assassinatos, passando ainda por incêndios de imóveis e destruição de colheita. Com o término da guerra, a recuperação econômica dos Estados Unidos foi fulminante, sendo facilitada pela abundância de recursos naturais e por uma extensa rede de transporte fluvial e ferroviário, já estava presente nos Estados Unidos desde o final do século XIX, quando surgiram gigantescos conglomerados, representando o processo de concentração industrial mais conhecido como truste, que criou verdadeiros oligopólios atuando nos mais variados setores da indústria de bens duráveis de consumo, como aço, petróleo e borracha, destacando-se a Ford, a General Motors e a Chrysler, como também a Firestone e a Goodyear. O expansionismo da economia norte-americana pelo mundo, tornava-se cada vez mais inevitável sob a ótica da nova etapa que caracterizava o capitalismo no final de século XIX: o imperialismo, que nos Estados Unidos foi evidenciado pela política do Big Stick - "Fale macio, carregue um grande porrete e irá longe" - adotada pelo presidente Theodore Roosevelt em 1901. Na América Central o intervencionismo norte-americano evidenciava-se com construção do canal do Panamá, visando a ligação do Atlântico com o Pacífico, e com uma emenda na constituição de Cuba (emenda Platt), que assegurou aos Estados Unidos o direito de intervir na recém independente nação caribenha. Destacam-se posteriormente outras intervenções, como na República Dominicana (1905), na Nicarágua (1909), no México (1914), no Haiti (1915), além da compra das Ilhas Virgens Ocidentais à Dinamarca em 1916. Considerada a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão foi vital para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos, pois somente com o seu término criou-se no país um mercado unificado, baseado no modelo industrial nortista, representando assim, o primeiro grande passo para o avanço capitalista, que levará os Estados Unidos à condição de principal potência hegemônica do mundo no século XX.
Para saber mais:
Efeitos da Guerra da Secessão
Wikipédia - Guerra Civil Americana
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