Fonte: Reuters
Por Randall Mikkelsen
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos temem que a Rússia, a China e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) usem sua crescente importância financeira para obter vantagens políticas, disse na terça-feira o chefe da espionagem norte-americana ao Congresso dos EUA.
As preocupações econômicas se somam ao terrorismo, à proliferação nuclear e à vulnerabilidades em redes de informática como as principais ameaças à segurança dos EUA, segundo a avaliação anual entregue pelo diretor nacional de Inteligência, Michael McConnell.
Segundo ele, as agências dos EUA têm "preocupações sobre as capacidades financeiras da Rússia, da China e dos países da Opep e com o uso em potencial do seu acesso a mercados para exercer influência financeira para fins políticos".
A Rússia, em parte fortalecida pelos dividendos do petróleo, se posiciona para controlar o fornecimento energético e a rede de transportes entre Europa e o Oriente, e os militares russos começaram a reverter um longo declínio, disse McConnell à Comissão de Inteligência do Senado.
A China busca uma presença global, no afã de ampliar sua economia e obter acesso a mercados, recursos, tecnologia e conhecimento, disse ele.
Pequim quer uma relação construtiva com os EUA e outros países, mas "provavelmente vai esperar cada vez mais que seus interesses sejam respeitados por outros países", acrescentou.
Tanto a Rússia quanto a China, segundo ele, há muito tempo são capazes de atacar redes norte-americanas de computadores para recolher informações. "A parte preocupante é que, hoje em dia, eles também podem visar a sistemas de infra-estrutura da informação para degradação e destruição", afirmou.
No setor energético, a desvalorização do dólar levou alguns fornecedores de petróleo, como Irã, Síria e Líbia, a pedirem pagamento em outras divisas, ou a desvincular suas moedas do dólar, segundo McConnell. "Continuadas preocupações sobre a depreciação do dólar tentam outros produtores a seguir o exemplo."
Finalmente, McConnell e outras autoridades dos EUA disseram à comissão que a ameaça global do terrorismo continua.
A Al Qaeda sofreu alguns reveses, e sua reputação internacional está diminuindo, segundo ele.
Mas sua "filial" norte-africana está se fortalecendo, e a rede global, com sua liderança reconstituída em remotas áreas tribais, começou a apresentar uma ameaça interna no Paquistão.
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