‘Renato Aragão realizou todos os sonhos da minha vida’, diz Dedé
Humorista fala ao G1 sobre a retomada da parceria com Didi; estréia será neste domingo.
Ele nega brigas e diz que o amigo 'correu atrás de tudo' para sua contratação na TV Globo.
Quase 15 anos depois do fim de “Os Trapalhões”, o que parecia improvável aconteceu: Didi e Dedé retomam, a partir deste domingo (22), a parceria que foi sucesso por mais de 30 anos na televisão. Manfried Sant´anna, o Dedé, foi recontratado pela TV Globo e já começou a gravar ao lado do amigo, na “Turma do Didi”. “Tem sido só alegria”, conta o humorista.
Houve muitos boatos de que os dois, “amigos desde 1900 antigamente”, como define o próprio Dedé, tivessem brigado. Mas eles garantem que não. São categóricos ao afirmar que nunca perderam contato e que o retorno da parceria só não aconteceu antes por questões profissionais.
“A gente conversava sempre, mas eu estava trabalhando em outra emissora. Com o falecimento do Beto Carrero, o programa saiu do ar [o parque de Beto Carreiro era cenário do humorístico]. Aí começamos a conversar. Quem correu atrás de tudo foi o Renato [Aragão, nome verdadeiro de Didi]. Ele queria muito estar do meu lado, e eu queria muito estar do lado dele.”
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Dedé atualmente vive em Blumenau, Santa Catarina. “Há cinco anos vim trabalhar com palestras para empresas. Depois disso, o Beto Carrero me convidou para trabalhar com ele. Somos amigos de infância”, lembra. A parceria com Didi começou ainda na TV Tupi, como a dupla Dedé e Didi. “O Renato escrevia muito bem, eu vinha de circo, juntamos nossas habilidades.”
A fase de “Os Trapalhões” foi próspera, cheia de sucesso e de realizações. “Meu sonho era dirigir cinema, e o Renato me deu essa oportunidade. Eu me dedicava muito, estudava câmera, roteiro. Aí, quando fomos filmar ‘O mágico de Oroz’, ele me chamou e disse que eu dirigiria. O Renato me deu essa felicidade, ele realizou todos os sonhos da minha vida.”
No período em que ficaram separados, além dos boatos sobre uma briga, falou-se muito sobre a religiosidade de Dedé e que ele teria virado pastor. “Sou evangélico há 13 anos, mas nunca fui pastor. Até hoje não sei de onde tiraram isso. É a mesma coisa que dizer que o Renato, por freqüentar a igreja católica, seja padre. Apenas freqüento os cultos e, desde que comecei, mudei muito a minha vida. Fazia coisas erradas e nem sabia. Fui um menino pobre, de circo, e de repente estava dirigindo cinema.”
Mas Dedé afirma que nunca deixou de ser parado na rua, com pedidos para que “Os Trapalhões” voltassem à ação. “A cobrança do público para voltarmos a trabalhar juntos era muito grande. Acho que todos sentiam falta daquele humor puro, sem maldade”, afirma ele, comparando o trabalho da dupla com “O gordo e o magro”.
Dedé e Didi voltaram a gravar juntos, mas não sabem ainda como será o futuro. Por enquanto, o velho amigo é mais um participante do dominical da TV Globo. Mas a química não demorou a aparecer. “Embora estejamos há muito tempo sem trabalhar juntos, já no início das gravações começamos a improvisar e tudo está voltando rapidinho. Não sei se vamos resgatar o que fazíamos antes, isso só com o tempo saberemos. Mas ontem [quarta-feira], nas gravações, fiquei mais confiante”, confessa Dedé, que se diz “muito, muito ansioso” com a estréia.
O único desejo que ainda falta ser realizado, aos 70 anos de idade, soa engraçado. “Tenho o sonho de fazer um filme sério. Nem que fosse apenas uma pontinha, uma pequena participação.”
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