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Maninha Moraes: ´O Dragão não realiza projeto de pessoas particulares, e sim política pública´ (Foto: Miguel Portela)

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Marcos Maia: renovação favorece os alunos do festival (Foto: Divulgação)

Fonte: Diário do Nordeste

Diretora-presidente do Centro Dragão do Mar, Maninha Morais justifica as mudanças no festival como uma democratização do evento. ´Resolvemos convidar outros profissionais para compor uma comissão de coordenação. Com isso a gente tem o entendimento que está democratizando o espaço, pra que outros profissionais do Ceará possam também compartilhar da coordenação pedagógica´, afirma. ´Não há nenhuma crítica em relação ao trabalho que vinha sendo feito, apenas a possibilidade de se trabalhar em comissão mesmo. Nos outros anos era uma pessoa só que fazia essa coordenação. Desde o ano passado estamos na tentativa de ampliar, assim como a própria direção do festival tá sendo compartilhada´.

Maninha nega restrições à ex-coordenadora Consiglia Latorre. ´Acho que ela deu e poderá dar ainda uma contribuição importante ao festival. Mas neste momento a gente achou que seria muito importante pro festival que a gente pudesse fazer essa reciclagem, pra que outros profissionais do Estado também pudessem ter acesso a um trabalho que é tão importante na área da música´, argumenta. ´Não quero nem entrar nessa discussão com a Consiglia, porque o projeto é do Dragão do Mar. É uma política pública do Estado, e portanto a direção geral do festival tem toda a autonomia pra fazer essa mudança. A Consiglia deu a contribuição dela e poderá dar ainda em outros momentos, mas é saudável para o festival que essas mudanças venham a acontecer´.

Questionada sobre as críticas de Consiglia quanto ao tratamento pessoal, a gestora nega que tenha havido desrespeito. ´Em momento nenhum tivemos intenção de destratar a professora Consiglia, de forma nenhuma. Só que este ano fizemos essa opção. Não necessariamente isso teria que passar por esse momento como ela tá se sentindo dessa maneira´, acrescenta Maninha. ´Acho que ela poderia entender isso como sendo uma coisa saudável para o festival, que sempre foi exitoso e está sofrendo mudanças é pro seu crescimento. Outros profissionais foram substituídos no festival e também não foram comunicados´, retruca.

Indagada sobre as críticas a seu comportamento pessoal na edição 2007 do festival, Maninha sobe o tom. ´Aí é com ela, não faz parte da minha visão. Sei que não estou no Dragão pra realizar projeto de nenhuma pessoa, a não ser da política pública do Dragão do Mar. O Dragão não realiza projeto de pessoas particulares, e sim de uma política pública para o Estado do Ceará´. (DM)

EXPECTATIVA

Estudantes avaliam mudanças no evento

As mudanças anunciadas no Festival Música na Ibiapaba trazem expectativa a participantes veteranos do evento. Jovens como a violonista Crisiany Soares, 26 anos, estudante de música na UECE, que foi a todas as edições do festival. ´É um evento de importância crucial pra quem faz música, conta muito pra nossa carreira acadêmica e prática, com a oportunidade de tocar com outras pessoas e de se conhecer no palco´, aponta. Crisiany avalia positivamente a chegada de novos professores. ´Não sei se todas as mudanças são boas, mas, por exemplo, o Tarcísio Sardinha vai dar aula este ano, e é ótimo pra quem estudar choro. É um especialista´, ressalta. ´Mudando os professores, você tem um leque maior de informações´. Já Samuel Rocha, 22 anos, violonista formado no Cefet e cursando o quinto semestre na UECE, discorda da mudança na coordenação. ´Se foi a Consiglia que fez mesmo, não teria por que tirar a pessoa que fez o festival. Mas quanto aos professores que eles colocaram, alguns são excelentes, como o Sardinha e o Nelson Faria´, menciona. ´Pra mim, o festival foi um divisor de águas. Foi lá que decidi pensar a música como profissão, estudar pra valer´. (DM)

Festival celebrará Cartola e a bossa

Integrante da comissão artístico-pedagógica do festival 2008, o violonista Marcos Maia reconhece os méritos do evento até aqui e aponta o propósito de dar seqüência ao trabalho. ´Tem sido um festival de muito êxito, com uma estrutura pedagógica muito bem montada. Praticamente, nós estamos aproveitando muito dessa estrutura´, reconhece, avaliando que não haverá quebra na seqüência de trabalho, para os alunos que já freqüentam o festival. ´Existe também aquele estudante que quer conhecer outros professores, porque o assunto é o mesmo, mas há muitas formas de apresentar. Às vezes o professor se diferencia num detalhe, e isso faz toda a diferença pro aluno. Por isso é importante trazer nomes novos, como também temos professores que vêm desde a primeira edição do festival´.

Outro diferencial será a realização de oficinas preparatórias nos municípios da Ibiapaba. Já opção por contemplar apenas alunos dos níveis intermediário e avançado é justificada pelo objetivo de formar multiplicadores. ´Assim os oito dias do festival poderão ser melhor aproveitados pelo aluno, que vai repassar seu conhecimento na sua cidade, fazendo com que o festival, de certo modo, dure o ano inteiro´.

Já a programação de shows ainda não está definida, mas deverá girar em torno dos temas do festival este ano: os 50 anos da Bossa Nova e os 100 anos de Cartola. (DM)