Aviação executiva brasileira vai crescer 10% ao ano, aposta associação
SÃO PAULO - O alto preço do petróleo não será um empecilho ao crescimento da aviação executiva e geral no Brasil. Ao contrário, quanto mais esse problema afetar as companhias regulares, mais oportunidades surgirão para as companhias de aviões executivos, afirma a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Assim, a entidade espera que o setor continue apresentando boas taxas de crescimento nos próximos anos, de cerca de 10% ao ano.
Segundo as contas da Abag, a frota de aeronaves executivas (incluindo helicópteros) brasileira deverá aumentar de 1.500 aparelhos ao fim do ano passado para 1.950 em 2010, o equivalente a 150 novos equipamentos por ano. O faturamento total desse setor deve ficar entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões nos próximos anos, afirmou o presidente da entidade, Rui Aquino, que também é presidente da Táxi Aéreo Marília (subsidiária de táxi aéreo da TAM).
A expectativa de crescimento no setor, afirma Aquino, se baseia principalmente no bom momento da economia brasileira, em conjunto com a valorização do real e com a descentralização da atividade econômica no país. Segundo ele, a maior distribuição das companhias nacionais, para além da região Sudeste, tem beneficiado o setor.
Atualmente, 28% da frota de aviação geral (um universo total de 10,65 mil aeronaves, incluindo os aparelhos executivos) estão no estado de São Paulo. Para a aviação executiva, a proporção é um pouco maior, e é razoável pensar em cerca de 35% da frota total estando baseada em São Paulo, diz o vice-presidente da entidade, Adalberto Febeliano. Mas é importante ressaltar que os outros 65% da frota executiva são usados constantemente para viagens para São Paulo, acrescenta o executivo, que está de saída da Abag para integrar a equipe da Azul Linhas Aéreas.
É dele a avaliação de que a turbulência causada pelo petróleo será benéfica à aviação geral brasileira. Quanto mais as companhias aéreas (regulares) reduzem pessoal e capacidade e cancelam rotas, melhor para a aviação executiva, que terá mais espaço para prestar seus serviços, afirma.
Para Rui Aquino, o tamanho da aviação geral brasileira é muito pequeno e, portanto, o petróleo não tem impacto significativo sobre seu crescimento. O petróleo não vai afetar o setor porque a economia brasileira está crescendo e é necessária a ligação aérea para gerar negócios, diz o presidente da Abag.
Com 2.600 aeroportos no país, apenas menos de uma centena é atendida por companhias regulares. Não há outra solução que não a aviação executiva para integrar um país do tamanho do nosso, diz Aquino.
Segundo Febeliano, nos momentos de pico, chega a haver 600 aeronaves sobrevoando o Brasil. Nos EUA, num momento desses, há mais de 6.000 aparelhos voando, num território de dimensões semelhantes às do brasileiro. Assim, fica claro que temos muito espaço para crescer. O mercado brasileiro tem demanda para triplicar o serviço aéreo, afirma.
Os executivos participaram hoje do evento de lançamento da Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace), que será promovida pela Abag em Congonhas nos próximos dias 14, 15 e 16 de agosto.
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