China pode chegar à Lua antes dos EUA, diz Nasa
Diretor da agência diz que chineses têm capacidade técnica para realizar façanha.
A China é capaz de enviar uma missão tripulada à Lua na próxima década se quiser, disse o diretor da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), Michael Griffin.
A agência americana pretende enviar astronautas à superfície lunar até 2020 com sua nova nave espacial Orion. Mas é possível que os primeiros seres humanos na Lua desde a missão Apollo 17 em 1972 estejam fincando no solo a bandeira chinesa, e não a americana.
Em 2003, a China se tornou o único país a colocar um homem em órbita além dos Estados Unidos e da Rússia.
Em entrevista à BBC News durante visita a Londres, Griffin disse: "Certamente é possível que a China queira colocar gente na Lua, e se desejar fazer isso antes dos Estados Unidos, com certeza ela pode. Em termos de capacidade técnica, ela pode, absolutamente."
Autoridades chinesas dizem que não há plano e não há cronograma para uma missão à Lua, e manifestaram dúvidas sobre a possibilidade de realizar uma até 2020.
O diretor da agência espacial chinesa, CNSA, Sun Laiyan, disse no ano passado, contudo, que uma excursão lunar é inevitável.
Há uma percepção entre alguns especialistas da indústria espacial de que o longo domínio dos Estados Unidos sobre a exploração espacial está acabando à medida que outros países entram nessa área.
Sobre a importância de se chegar à Lua primeiro, Griffin preferiu não se comprometer. "Eu não sou um psicólogo, então não posso dizer se tem importância ou não. Seria apenas uma opinião e eu não quero dar uma opinião numa área em que não sou qualificado."
Um relatório recente da empresa de consultoria americana, Futron, disse que outros países estão expandindo sua capacitação espacial em um ritmo surpreendente, "ameaçando a liderança espacial dos Estados Unidos".
A China enviou duas missões tripuladas ao espaço nos últimos cinco anos. A primeira foi em 2003 e manteve o astronauta Yang Liwei 21 horas em órbita da Terra a bordo da nave Shenzhou 5.
Na segunda, dois chineses a bordo da Shenzhou 6 passaram cinco dias em órbita. Uma outra missão tripulada deve partir em outubro, pouco depois dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Griffin disse que os Estados Unidos e a China agora estão dando os primeiros passos para uma colaboração na exploração do espaço.
"Eu acho que é sempre melhor para nós encontrarmos áreas onde possamos colaborar ao invés de brigar", disse o representante da Nasa, lembrando que a primeira cooperação entre americanos e soviéticos ocorreu em 1975, "virtualmente no auge da Guerra Fria".
"E isto levou, 18 anos depois, à discussão sobre o programa da Estação Espacial Internacional em que agora estamos envolvidos", disse ele.
O programa espacial da Índia é menor que o da China, mas está avançando bastante. O país vai lançar sua sonda não tripulada Chandrayaan para a Lua ainda neste ano. A Índia também anunciou planos ambiciosos para um programa tripulado.
Desde que assumiu o posto na Nasa em 2005, Griffin esteve à frente da implementação de um plano do presidente George W. Bush com o objetivo de levar os americanos de volta à Lua até 2020 e enviá-los, em algum momento, a Marte.
Base espacial atingida por terremoto na China retoma atividades
A base lançou o satélite de telecomunicações Zhongxing IX.
O aparelho, de 400 toneladas, transmitirá sinais de televisão para os Jogos Olímpicos.
A base espacial de Xichang, em Sichuan, a província mais afetada pelo terremoto que atingiu a China em maio, retomou suas atividades com o lançamento de um satélite, após a reparação dos danos causados pelo tremor.
A base, situada no centro da província, e que não sofreu graves danos, lançou ontem à noite o satélite de telecomunicações Zhongxing IX, fabricado pela empresa francesa Thales Alenia Space, por encomenda da companhia China Satcom.
O aparelho, de 400 toneladas, transmitirá sinais de televisão para os Jogos Olímpicos de Pequim, e com ele se espera chegar a zonas do país asiático que ainda não têm cobertura televisiva.
A base de Xichang, uma das três com as quais conta o país asiático, foi a escolhida no ano passado para o lançamento do Chang'e-I, o primeiro satélite enviado pela China à Lua.
As missões tripuladas chinesas, por sua vez, costumam partir de outra base, situada em Jiuquan, na província de Gansu (noroeste).
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