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A Guerra entre a Rússia e a Geórgia: algumas variações sobre o tema


Fonte: Quintus


A resposta russa à retomada de controlo por parte da Geórgia do seu território na Ossétia do Sul é a primeira intervenção no estrangeiro do exército russo após a humilhante retirada do Afeganistão, em 1989. Esta atrevida reacção à operação do exército georgiano no seu próprio território só é possível no atual contexto internacional de reforço da Rússia pela via das exportações de petróleo e gás e devido à presente situação dos EUA no mundo, agastados com uma guerra no Iraque que lhe consome todos os recursos e governados pelo presidente mais impopular de sempre.

A Geórgia tem no seu território duas províncias rebeldes que gozam desde a guerra de 1992 de uma independência de facto: a Ossétia do Sul e a Abkhazia. Ambas, são regiões habitadas predominantemente por russos. Segundo a Lei Internacional, esses territórios são parte integrante da Geórgia, ainda que a maioria da sua população deseje a independência e seja etnica, cultural e linguísticamente distinta da restante população da Geórgia. Como… sucedia com o Kosovo, que a maioria das nações europeias se apressaram a reconhecer e que logrou ver a sua independência da Sérvia reconhecida sobretudo pela pressão dos EUA. Agora, a Rússia invoca o mesmo princípio para defender a independência (ou futura anexação na Rússia) destes dois territórios “russófilos” e torna-se flagrante que todos aqueles que criticiaram a independência do narco-estado Kosovar, pelo perigoso precedente que este impunha tinham razão… a caixa de Pandora está aberta e agora a Rússia usa os mesmos argumentos a seu favor.

A guerra em si mesma, tem o desfecho assegurado. Embora o exército georgiano não seja tão fraco como têm feito querer algumas notícias, não tem meios para suster uma guerra de elevada intensidade contra um exército como o russo durante muito tempo. Logo, as operações militares vão começar a abrandar nos próximos dias e fa-lo-ão apenas quando os russos declararem que os seus objectivos estão alcançados. E isso consistirá na expulsão da Ossétia do Sul de todas as forças georgianas que nela penetraram.

As forças georgianas têm impressionado os seus aliados no Iraque, pelo seu profissionalismo e elevado grau de prontidão. Estes dois mil homens que aqui estão destacados, são proventura dos mais bem preparados do exército georgiano, mas não são a excepção. Recordemo-nos que este país trava uma guerra de baixa intensidade com a Rússia e os separatistas do norte desde a sua separação da União Soviética e que as suas forças estão geralmente bem preparadas e treinadas. As imagens recentes de soldados sendo transportados em pickups e autocarros públicos são normais num contexto de guerra total, em que importa levar para a frente a maior quantidade possível de forças. Mas estas imagens - que passam sem cessar nas TVs - também são acompanhadas por colunas de tanques T-72, dos quais a Geórgia tem mais de 200 unidades, bem que os 140 que a Rússia terá feito entrar pela Ossétia do norte… E se temos visto muito as viaturas de reconhecimento de fabricação turca Otokar Cobra, a Geórgia não deixa de poder alinhar também com 200 BMP-1 e 2, assim como mais de 70 BTR-80. Nesta guerra, a decisão do vencedor será ditada - com em todas as outras - pela capacidade de concentrar meios e de os abastecer… No primeiro aspecto, a Geórgia tem a vantagem de estar mais próxima das suas bases, e o mesmo vale para os abastecimentos… Mas não tem a força aérea capaz de controlar os seus céus e de assim impedir os ataques aéreos que a Rússia já está a conduzir contra estradas, pontes e portos numa estratégia de “guerra global” que não víamos desde a Guerra do Kosovo, da NATO contra a Sérvia… É que além de um numeroso grupo de 35 aviões de ataque ao solo Su-25 (fabricados localmente na época soviética), apenas pode contar com os obsoletos 18 MiG-21 e com excelentes mas talvez inoperacionais 12 MiG-25… Um alinhamento incapaz de enfrentar com sucesso os conhecidos Su-27 da Força Aérea Russa.

Esta guerra é uma afronta russa na face da NATO. Em Abril, a NATO prometeu que deixaria que a Geórgia aderisse - provocando a ira russa, que assim se sente cada vez mais cercada - e esta guerra tem aqui também uma forte motivação… As forças da geogira combatem no Afeganistão e no Iraque ao lado das forças dos EUA, e este apoio (raro) carece de contrapartidas… mas atualmente, os EUA estão em declínio e Bush pouco pode prometer aos seus aliados caucasianos do que vãs e ocas palavras que a Rússia sabe que nunca poderão passar disso mesmo.


Sobre o afundamento de um “navio lança-mísseis”

georgiano e do andamento atual da guerra Rússia-Geórgia


(A corveta lança-mísseis “Tbilisi” da marinha georgiana in http://redbannernorthernfleet.blogspot.com)

Ontem os media foram inundados de referências a um afundamento de um “lança-mísseis” georgiano por parte da marinha russa. A notícia intrigou-me porque não é todos os dias que temos relatos de confrontos navais (são mesmo muito raros na história recente) e ainda mais por referirem o afundamento de um navio “lança-mísseis”, coisa que eu não me lembrava de ver no inventário desse país do Cáucaso… A notícia dos nossos media era muito lacónica, mas noutras fontes internacionais dizia-se que o afundamento tinha ocorrido perto da costa da região separatista da Abkhazia e depois de um grupo de navio georgianos ter por duas vezes tentado atacar navios russos, isto segundo um porta-voz do ministério da Defesa russo, claro: “os navios russos abriram fogo e como resultado um dos navios georgianos afundou-se”. Hum. Não vejo aqui referencia a “navio lança-mísseis”…

A marinha georgiana tem dimensões modestas, mesmo para a extensão de costa do país e efetivamente tem como unidades mais notáveis duas “corvetas lança-mísseis”, o Tbilisi e o Dioskuria. O resto dos navios combatentes é composta por pequenos patrulhas, armados com canhões, que não se enquadram nesta tipologia de “lança-mísseis”.

Segundo uma fonte iraniana, as forças russas envolvidas teriam pertencido à 41ª Brigada de Navios Lança-mísseis composta pelos navios:
966 Missile Boat R-44 Matka Mod 1978
955 Missile Boat R-60 Tarantul-III Mod 1985
962 Missile Boat R-71 Tarantul-II Mod 1985
952 Missile Boat R-109 Tarantul-III 1991
953 Missile Boat R-239 Tarantul-III 1991
954 Missile Boat Ivanovetc Tarantul-III 1988

Ou seja, por seis corvetas lança-mísseis de classe Matka e Tarantul II e III. Segundo algumas fontes, o navio georgiano teria atacado os navios russos com foguetes (ou mísseis? estes jornalistas confundem sempre…), falhado e recebido de volta uma salva que a teria afundado. Há a possibilidade de ter sido um encontro de curta distância e de este afundamento ter ocorrido por via de canhões, mas sendo os navios envolvidos lança-mísseis e sabendo que transportam apenas 1 AK-176 76.2mm/59cal DP e dois AK-630M gattl. AA (6 x 30 mm; r: 6′000 rds/m/mount) não me parece que tenham poder de fogo para afundar um navio de médias dimensões a tiro de canhão…

A citação do militar russo refere também um “grupo de navios”, o que quer dizer que além do navio afundado, outros participaram da ação e sairam ilesos… Ou danificados, mas não o suficiente para serem afundados, o que é improvável, dado que se tratam de pequenos navios e que os mísseis das Tarantul são os eficientes (e pesados) 4 x P-15 Termit/SS-N-2 Styx ou 4 x P-270 Moskit/SS-N-22 Sunburn ou 8 x Kh-35 Uran/SS-N-25 Switchblade. Na Rússia consta que o navio afundado teria sudo o Tbilisi, comprado à Ucrânia em 1999, mas a informação não foi ainda confirmada por fontes georgianas. Este navio é um antigo navio soviético (”project 206MR“), armado dois lançadores “Termite” e armado com mísseis SS-N-2C Styx. Ironicamente este navio antes de servir na armada georgiana chamava-se “U-150 Konotop” e servia na… frota russa do Mar Negro (até 1981). A outra corveta lança-mísseis georgiana é a “Dioskuria”, de origem francesa e da classe La Combattante II que a Grécia vendeu à Geórgia em 2004. Este navio está armado com 4 MM38 Exocet e é considerada o navio mais poderoso da pequena armada georgiana, mas não encontrei nenhuma referência ou rumor que a desse como o navio envolvido neste incidente… Por isso, o navio afundado deve mesmo ter sido a “Tbilisi”.

Por outro lado, a guerra está a correr mesmo mal para a Geórgia… A cidade de Gori foi tomada pelas forças russas e estas continuam a avançar bem dentro do território georgiano, aparentemente sem encontrarem oposição significativa. Colunas russas estão prestes a tomar várias cidades da Geórgia ocidental e segundo o próprio presidente deste país do Cáucaso, conseguiram já cortar o país em dois, tudo isto depois de um general russo ter declarado ontem que a Rússia não tencionava penetrar no território georgiano, apenas “libertar” a república separatista da Ossétia do Sul… Aparentemente o colapso da frente georgiana é tão profundo que as forças russas estão a explorar ao máximo a sua vantagem, e as forças blindadas georgianas (os perto de 130 T-72 que dispõe) ou já foram completamente batidos (têm sido vistas várias carcaças destes tanques) ou estão a ser guardados para um eventual avanço contra Tbilisi, a capital georgiana, algo que agora parece ser provável, especialmente depois de ontem, Putin ter declarado que “o problema era o presidente georgiano”… Terão assim, como objectivo depôr o presidente (eleito) da Geórgia, e assim, ocupar todo o país?



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Rússia destruirá barcos e aviões que se aproximarem da Abkházia pelo Mar Negro

Da France Presse Via G1


Todos os barcos e aviões que penetrarem em uma "zona de segurança" estabelecida no Mar Negro próximo à república separatista georgiana da Abkházia serão "destruídos", advertiu nesta segunda-feira o Estado-Maior das forças russas citado pela agência Interfax.

"Estamos falando de navios de superfície e de submarinos", declarou Anatoly Nogovitsyne, chefe adjunto do Estado-Maior das forças russas.

"Se o espaço aéreo for violado, vamos ter que reagir de maneira adequada e destruir os que penetrarem nessa zona de segurança", acrescentou o alto oficial.



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Rússia controla Gori, e Geórgia recua tropas para defender a capital

Russos dominam cidade a 60 km de Tbilisi e base em Senaki, diz Geórgia.
Confronto começou 5ª, com ataque georgiano à região da Ossétia do Sul.

Do G1, com agências

As forças russas ocuparam nesta segunda-feira (11) a cidade georgiana de Gori e também uma importante base militar na cidade de Senaki, segundo Alexander Lomaia, secretário do Conselho Nacional de Segurança da Geórgia.

Em reação, as forças georgianas reforçam suas posições próximo à capital, Tbilisi, para defendê-las de um eventual ataque russo, segundo Lomaia.

"As forças russas estão ocupando Gori. As forças armadas georgianas receberam ordens de abandonar Gori e de fortificar posições próximo a Mtsjeta para defender a capital. É uma ofensiva total", disse.
Mapa mostra regiões separatistas e principais cidades da Geórgia

A Rússia e observadores da ONU confirmaram a tomada da base de Senaki, mas os russos ainda não confirmam o domínio sobre Gori. Segundo a Rússia, a ofensiva tem o objetivo de impedir que a Geórgia siga atacando a região separatista da Ossétia do Sul.

Antes mesmo da chegada das tropas russas, centenas de militares georgianos já haviam deixado Gori, e as ruas da cidade estavam completamente desertas, constatou um fotógrafo da France Presse.

O presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili, acusou a Rússia de ter cortado as comunicações entre o leste e o oeste do país. Endereçando-se aos países ocidentais, ele disse que a Geórgia precisa mais do que "ajuda moral e humanitária" para enfrentar a invasão russa.

A mais recente crise entre Geórgia e Rússia começou na quinta (7), quando a Geórgia enviou tropas à região rebelde. A Rússia reagiu mandando tropas ao país. Houve confronto pelo controle da capital, Tshkinvali, e a reação da comunidade internacional foi imediata.

Até agora, o conflito teria deixado pelo menos 2.000 mortos, em sua maioria civis, segundo o governo da Geórgia. O número de refugiados pode atingir 20 mil, de acordo com as Nações Unidas. Para a Cruz Vermelha, o número chegaria a 40 mil.

Mais cedo nesta segunda-feira, tropas da Geórgia voltaram a atacar cidades da região separatista, segundo autoridades ossetianas citadas pela agência russa Interfax.

Os ataques teriam sido dirigidos a várias cidades, e incluindo armamento pesado, segundo Irina Gagloyeva, porta-voz do governo separatista. Jornalistas da Reuters afirmaram ter presenciado seis helicópteros da Georgia atacando próximo à capital da região, Tshkinvali.

Por outro lado, as tropas russas ocuparam brevemente um prédio da polícia na cidade de Zugdidi, oeste do país, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Geórgia. A ação teria ocorrido depois que os agentes georgiano se negaram a depor armas a pedido do exército russo.


Rússia anuncia saída de Senaki;

ONU faz nova reunião hoje

Fonte: UOL

da Folha Online

Os militares russos deixaram a cidade Senaki, no oeste da Geórgia, nesta segunda-feira, de acordo com o Ministério de Defesa da Rússia. Conforme informações das agências Interfax e Ria-Novosti, o governo russo informou que só ocupou a região para "eliminar uma ameaça" à Ossétia do Sul, território separatista a quem é aliado.

O avanço das tropas russas a Senaki --distante tanto da Ossétia do Sul quanto de outra área separatista da Geórgia, a Abkházia-- marcou a criação de uma segunda frente de batalha por parte da Rússia, hoje. Os oficiais russos, no entanto, negam ter intenção de ocupar regiões que não sejam as separatistas.

Arte/Folha Online
mapa ossétia

Mais cedo, a Geórgia havia denunciado a ocorrência de ataques russos também nas cidades de Gori, Zugdidi e Kurga. O presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, afirmou que as tropas inimigas tinham "cortado a ligação entre o leste e o oeste do país"; e que suas tropas deviam recuar para defender a capital do país, Tbilisi.

Pela manhã, Saakashvili havia assinado uma proposta de cessar-fogo elaborada por líderes europeus e apresentada pelos ministros de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, e finlandês, Alexander Stubb.

De acordo com informações da agência Reuters, porém, a proposta foi desconsiderada pelo governo russo porque a Geórgia continuava "usando força militar" na Ossétia do Sul.

O conflito entre a Rússia e a Geórgia eclodiu na noite da última quinta-feira (7), quando o governo georgiano lançou um cerco à Ossétia do Sul --que proclamou independência em 1992--, enviando tanques para a região separatista na tentativa de retomar o controle do local. Em resposta, a Rússia --que apóia a Ossétia do Sul-- tem bombardeado a Geórgia e realizado sobrevôos na região.

Entenda as causas do conflito.

O confronto já deixou cerca de 40 mil refugiados, de acordo com a Cruz Vermelha. Não há consenso sobre o número de mortos, mas ele seria de aproximadamente 2.000.

Cessar-fogo

Ministros das Relações Exteriores do grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo --Estados Unidos, Itália, França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Canadá-- já apelaram à Rússia para que aceite "um cessar-fogo imediato" com a Geórgia e respeite a "integridade territorial" do país, informou o Departamento de Estado dos EUA.

Sergei Grits/AP
Soldados georgianos patrulham a cidade de Gori; russos continuam avançando
Soldados georgianos patrulham a cidade de Gori; russos continuam avançando

Em atenção a um pedido da Geórgia, o Conselho de Segurança da ONU realiza sua quinta reunião emergencial sobre o conflito, ainda hoje. Como o país não participa do Conselho, a representação contrária à Rússia deve ficar por conta dos EUA, aliados da Geórgia.

De acordo com o ministro de Relações Exteriores francês, o presidente georgiano está disposto a chegar a um acordo. "O presidente Saakashvili aceitou praticamente todas as propostas que fizemos", afirmou.

Na terça (12), a ministra georgiana das Relações Exteriores se reúne com dirigentes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O representante permanente da Rússia na Otan reivindica uma reunião na mesma data.

Bush e Putin

Nas próximas horas, o presidente dos EUA, George W. Bush, fará um pronunciamento a respeito dos conflitos na Geórgia. Ontem, ele e o vice, Dick Cheney, criticaram a ofensiva militar russa e a chamaram de "desproporcional".

Hoje, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, rebateu os EUA dizendo que o apoio à Geórgia revela uma "cínica mentalidade de Guerra Fria".




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Tropas da Rússia tomam posse de base militar da Geórgia em Senaki

Objetivo, segundo os russos, é impedir novos ataques à Ossétia do Sul.
Russos também tomam Gori, e Geórgia traz tropas para defender a capital.

Do G1, com agências

O ministério russo da Defesa confirmou nesta segunda (11) ter tomado uma importante base militar da Geórgia na cidade de Senaki. A informação foi confirmada pelo governo da Geórgia.

O objetivo, segundo os russos, é impedir que a Geórgia siga atacando a região separatista da Ossétia do Sul.

Tropas russas também tomaram a cidade de Gori, segundo o governo da Geórgia. Os georgianos também informaram que tropas que estavam na Ossétia do Sul vão ser transferidas para defender a capital do país, Tbilisi.

As tropas da Geórgia voltaram a atacar cidades da região separatista da Ossétia do Sul nesta segunda-feira (11), segundo autoridades ossetianas citadas pela agência russa Interfax.

Os ataques teriam sido dirigidos a várias cidades, e incluindo armamento pesado, segundo Irina Gagloyeva, porta-voz do governo separatista. Jornalistas da Reuters afirmaram ter presenciado seis helicópteros da Georgia atacando próximo à capital da região, Tshkinvali.

Ilustração/G1
Mapa localiza regiões separatistas e principais cidades da Geórgia

Por outro lado, as tropas russas ocuparam brevemente um prédio da polícia na cidade de Zugdidi, oeste do país, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Geórgia. A ação teria ocorrido depois que os agentes georgiano se negaram a depor armas a pedido do exército russo.

A mais recente crise entre Geórgia e Rússia começou na última quinta-feira (7), quando a Geórgia enviou tropas à região separatista da Ossétia do Sul. A Rússia reagiu mandando tropas ao país. Houve confronto pelo controle da capital, Tshkinvali, e a reação da comunidade internacional foi imediata.

Até agora, o conflito teria deixado pelo menos 2.000 mortos, em sua maioria civis, segundo o governo da Geórgia. O número de refugiados pode atingir 20 mil, segundo as Nações Unidas.





Geórgia faz novos ataques à Ossétia do Sul, dizem separatistas

Apesar de cessar-fogo, ofensiva segue, dizem autoridades locais.
Russos tomaram base militar da Geórgia na cidade de Senaki.

Do G1, com agências

As tropas da Geórgia voltaram a atacar cidades da região separatista da Ossétia do Sul nesta segunda-feira (11), segundo autoridades ossetianas citadas pela agência russa Interfax.

Os ataques teriam sido dirigidos a várias cidades, e incluindo armamento pesado, segundo Irina Gagloyeva, porta-voz do governo separatista.

Jornalistas da Reuters afirmaram ter presenciado seis helicópteros da Georgia atacando próximo à capital da região, Tshkinvali.

Por outro lado, as tropas russas ocuparam brevemente um prédio da polícia na cidade de Zugdidi, oeste do país, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Geórgia. A ação teria ocorrido depois que os agentes georgiano se negaram a depor armas a pedido do exército russo. O Ministério do Interior da Geórgia também confirmou que as tropas russas tomaram o controle de uma base militar na cidade de Senaki.

Entenda o confronto na Ossétia do Sul

A mais recente crise entre Geórgia e Rússia começou na última quinta-feira (7), quando a Geórgia enviou tropas à região separatista da Ossétia do Sul. A Rússia reagiu mandando tropas ao país. Houve confronto pelo controle da capital, Tshkinvali, e a reação da comunidade internacional foi imediata.

Leia também: Poderio militar da Geórgia é minúsculo comparado ao russo

Arte G1
Mapa mostra a região do conflito.

Cessar-fogo

O presidente da Geórgia assinou um documento de cessar-fogo unilateral na presença dos ministros de Exteriores da França, Bernard Kouchner, e Finlândia, Alexander Stubb. A Rússia rejeitou a trégua, com o argumento de que o país continuava atacando a região separatista.


Segundo a televisão georgiana que ofereceu imagens do momento da assinatura, o documento seria entregue à parte russa por Kouchner e Stubb, que viajariam às 15h locais (8h de Brasília) a Moscou para se reunir com os dirigentes russos.

Os ministros de Relações Exteriores do Grupo dos Sete pediram à Rússia que ela aceite imediatamente o cessar-fogo, segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Veja fotos do conflito entre Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul

Rússia acusa EUA

O premiê russo, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos de estarem tentando perturbar as operações mililtares russas na Geórgia usando seus aviões para transportar as tropas georgianas do Iraque para as zonas em conflito.

"É uma lástima que alguns de nossos aliados não nos ajudem e tentem, inclusive, nos perturbar, e com isso me refiro principalmente ao deslocamento do contingente militar da Geórgia no Iraque para a zona de conflito (oseta) pelos Estados Unidos e seus aviões de transporte militar", declarou Putin.

Reuters
Tropas da Geórgia fazem ronda na cidade de Gori

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, disse nesta segunda que a Rússia fará "todo o possível" para normalizar a situação na Ossétia do Sul. Em discurso pela TV, ele disse que a Rússia jamais será apenas uma "observadora passiva" da situação do Cáucaso.

Segundo ele, a operação militar na região está "quase terminada". "Parte significativa da operação para forçar as autoridades georgianas a fazer paz com a Ossétia do Sul foi concluída", disse. "Tskhinvali está sob o controle de um contingente de paz russo reforçado."

Medvedev também pediu à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa que envie uma missão para a região do conflito. O embaixador da Rússia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Dmitry Rogozin, disse que seu país quer uma reunião de emergência da organização nesta terça-feira para discutir a crise.

Civis mortos

O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, disse nesta segunda que 90% dos mortos do país no conflito com a Rússia na Ossétia do Sul são civis.

Reuters
Refugiada da Geórgia chora na cidade de Gori, atingida durante o conflito entre o país e a Rússia

Ele afirmou que tanques russos foram afastados cinco quilômetros da cidade georgiana de Gori, que fica a cerca de 50 quilômetros da capital da Ossétia do Sul, Tshkinvali.

Suspeitos de terrorismo

Os serviços secretos russos do FSB (ex-KGB) prenderam dez agentes georgianos que preparavam "ações terroristas" na Rússia, afirmou o diretor desse órgão, Alexandre Bortnikov, citado pelas agências de seu país.

"Os agentes estavam retirando informações sobre objetivos militares e preparavam atos terrroristas, inclusive na Rússia", declarou o diretor do FSB, Alexander Bortnikov.

A Rússia disse ainda que todos os barcos e aviões que penetrarem em uma "zona de segurança" estabelecida no Mar Negro próximo à república separatista georgiana da Abkházia serão "destruídos", advertiu nesta segunda-feira o Estado-Maior das forças russas citado pela agência Interfax.

"Estamos falando de navios de superfície e de submarinos", declarou Anatoly Nogovitsyne, chefe adjunto do Estado-Maior das forças russas.

"Se o espaço aéreo for violado, vamos ter que reagir de maneira adequada e destruir os que penetrarem nessa zona de segurança", acrescentou o alto oficial.


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Comparação mostra desproporção entre forças da Rússia e da Geórgia

Geórgia tem cerca de 12 mil soldados, comparados com mais de 1 milhão da Rússia.

Da BBC Via G1

O poderio militar da Geórgia é minúsculo se comparado ao da Rússia, apesar do treinamento e armamento recebido dos americanos e israelenses nos últimos anos.

Ao todo, as tropas georgianas contam com cerca de 20 mil soldados, dos quais apenas aproximadamente 12 mil seriam preparados para o combate.

Em contrapartida, a Rússia conta com mais de 1 milhão de soldados, 1,7 mil aviões e 6 mil tanques.

Mesmo que apenas uma pequena parte deste poderio tenha sido enviado à Geórgia, não há muito que o Exército georgiano possa fazer para reagir uma vez que Moscou decida realizar uma ofensiva militar.


Ofensivas

Apesar de as Forças Armadas da Rússia não serem tão treinadas e eficientes quanto as dos seus parceiros ocidentais, a vantagem do país, especialmente no seu poder aeronáutico, foi decisiva.

Mesmo assim, a ação militar da Rússia na Geórgia foi, até agora, relativamente contida se comparada com suas ofensivas durante os dois anos de guerra na Chechênia, quando a capital, Grozny, foi reduzida a escombros.

Os bombardeios aéreos realizados pelas forças russas parecem ter sido esporádicos e programados principalmente para causar choque, ao invés de provocar destruição massiva.

Certamente a iniciativa militar continua com a Rússia, e apesar da pressão para o fim do conflito, pouco parece atrapalhar Moscou para que consiga atingir quaisquer que sejam seus principais objetivos.