O NEW YORK COSMOS
Fundação
A idéia da criação do New York Cosmos partiu dos irmãos Nesuhi Ertegün e Ahmet Ertegün, ambos nascidos em Istambul, Turquia. Os irmãos Ertegün foram os fundadores da Atlantic Records e depois que a gravadora foi comprada pela Warner Communications, atual Time Warner, sugeriram a Steve Ross, presidente da companhia, a criação de um clube de futebol por acreditarem na viabilidade econômica da North American Soccer League (NASL). O Cosmos se uniu à NASL em 10 de dezembro de 1970. A primeira partida dele foi em 17 de abril de 1971, contra o Saint Louis Stars com vitória do Cosmos por 2 a 1.
O nome
O nome do clube foi idealizado pelo inglês Clive Toye, o primeiro diretor do clube. A inspiração veio do New York Mets, time de beisebol. Da mesma forma que “Mets” era a forma curta de “Metropolitans”, Toye optou por “Cosmos”, como forma curta de “Cosmopolitans” e o clube foi batizado como New York Cosmos.
Uniforme
Foi também por sugestão de Toye, que as cores iniciais do Cosmos foram o verde e amarelo, em homenagem à seleção brasileira de 1970, campeã da Copa do Mundo no México. O verde e o amarelo permaneceram até 1974, quando foram alterados para o branco e o verde, que foi utilizado até 1979. A partir de 1980, as cores passaram a ser o branco e o azul, permanecendo até 1984, quando o clube foi fechado.
Trajetória
Inicialmente o Cosmos era uma aventura e recebia pouco investimento. Contudo, aos poucos, Steve Ross se empolgou com o projeto e com o dinheiro da Warner, o clube passou a contratar vários jogadores famosos, tais como Pelé, Beckenbauer, Chinaglia, Carlos Alberto Torres e Neeskens, chegando ao ponto de ter um elenco formado por 16 nacionalidades. O poder econômico do Cosmos se refletiu em conquistas esportivas e clube se tornou a franquia mais famosa e vitoriosa da NASL conquistando 5 títulos nacionais (1972, 1977, 1978, 1980, 1982), um vice-campeonato (1981) nos 17 anos de funcionamento da liga. Ainda venceu três Trans-Atlantic Cup (1980, 1983, 1984).
Durante seus anos de existência, o Cosmos teve sempre uma das melhores médias de público da NASL e entre 1977 e 1982 teve a maior média entre todas as franquias da NASL). Dos 20 jogos de maior público da história da NASL, 18 deles são em jogos do Cosmos, sendo que a partida de maior público foi em 14 de agosto de 1977, na partida do playoff contra Fort Lauderdale Strikers com um público de 77.691.
O fim
O clube encerrou suas atividades em 15 de setembro de 1984, quando realizou sua última partida. Em seus catorze anos de existência, o Cosmos disputou 359 partidas na NASL, vencendo 221, empatando 18 e perdendo 120 partidas, marcando 844 gols e sofrendo 569. O baixo número de empates se devia à regra implantada na NASL a partir de 1975, onde os empates foram abolidos, existindo uma prorrogação de 15 minutos e uma disputa de tiro livres em caso de empate na prorrogação.
Dias atuais
Atualmente a marca “Cosmos” pertence a Giuseppe “Peppe” Pinton, ex-assessor de Chinaglia, que teria pago dois milhões de dólares por ela.
Hoje o Cosmos se sustenta com a venda de souvenirs [1] e com a renda de dois acampamentos de verão [2] - que também são escolinhas de de futebol - localizados em Nova York e Nova Jérsei.
Títulos
Principais jogadores
- Eusébio 1979-84
- Carlos Alberto 1977-80, 1982
- Franz Beckenbauer 1977-80, 1983
- Giorgio Chinaglia 1976-84
- Rick Davis 1978-84
- Johan Neeskens 1979-84
- Pelé 1975-77
- Romerito 1980-83
Outros jogadores de destaque
- Mordechai Spiegler 1972-74
- Vladislav Bogićević 1978-84
- Marinho Chagas 1979
- Andranik Eskandarian 1979-84
- Oscar 1980
- Bobby Smith 1976-79
- Carlos Caszely 1984
- Rildo ?
- Władysław Żmuda
- Ramón Mifflin
Estatísticas
Partidas
- 1971 - 9 vitórias, 4 empates, 7 derrotas
- 1972 - 7 vitórias, 4 empates, 3 derrotas (campeão NASL)
- 1973 - 7 vitórias, 6 empates, 5 derrotas
- 1974 - 6 vitórias, 14 derrotas
- 1975 - 10 vitórias, 12 derrotas
- 1976 - 16 vitórias, 8 derrotas
- 1977 - 15 vitórias, 11 derrotas (campeão NASL)
- 1978 - 24 vitórias, 6 derrotas (campeão NASL)
- 1979 - 24 vitórias, 6 derrotas
- 1980 - 24 vitórias, 8 derrotas (campeão NASL)
- 1981 - 23 vitórias, 9 derrotas
- 1982 - 23 vitórias, 9 derrotas (campeão NASL)
- 1983 - 22 vitórias, 8 derrotas
- 1984 - 13 vitórias, 11 derrotas
Médias de público
- 1971: 4.517
- 1972: 4.282
- 1973: 5.782
- 1974: 3.578
- 1975: 10.450
- 1976: 18.227
- 1977: 34.142
- 1978: 47.856
- 1979: 46.690
- 1980: 42.754
- 1981: 34.835
- 1982: 28.479
- 1983: 27.242
- 1984: 12.817
Estádios
Durante sua existência, o Cosmos nunca construiu um estádio próprio e mandou seus jogos em quatro estádios diferentes:
- 1971 e 1976: Yankee Stadium (Nova York)
- 1972-1973: Hofstra Stadium (Long Island)
- 1974-1975: Downing Stadium (Randall's Island, Nova York)
- 1977-1984: Giants Stadium (East Rutherford)
Curiosidades
- O jogador que mais marcou gols pelo clube foi o italiano Giorgio Chinaglia, que jogou no Cosmos entre 1976-1983, atuando em 213 jogos e marcando 193 gols, sendo o maior artilheiro da NASL em todos os tempos e o maior artilheiro da NASL nos anos de 1976, 1978, 1980, 1981 e 1982. Jogou por seu país a Copa do Mundo de 1974.
- O jogador que fez mais assistências no Cosmos foi o sérvio Vladislav Bogicevic, que atuou no clube entre 1978-1984 fazendo 147 assistências em 203 partidas. Também jogou a Copa do Mundo de 1974 pela então Iugoslávia.
- A maior goleada do Cosmos foi em um amistoso contra o Malmö, (Suécia), em 1975, por 12 a 1.
- Em contrapartida, a maior goleada sofrida foi em 1978, para o Seattle Sounders, por 9x2.
- Apesar de ser considerado em sua época um dos melhores e mais badalados times de futebol do mundo, o New York Cosmos jamais venceu a U.S. Open Cup, a mais tradicional competição de futebol dos EUA.
- O maior jogador que os Países Baixos já teve, Johan Cruijff, fez uma única partida pelo Cosmos, em 1978. O adversário era uma seleção formada por jogadores que participaram da Copa do Mundo de 1978 (com exceção dos jogadores da Seleção da Argentina, campeã da competição). O resultado foi 2 a 2 e, além de um golaço marcado pelo italianoGiorgio Chinaglia, a partida é lembrada pela exibição magnífica de Cruijff, eleito o melhor jogador da partida.
- O Cosmos era realmente um equipe que não tinha medo de enfrentar ninguém. Em 1979, a Seleção da Argentina, então campeã do mundo e munida de todos os seus titulares - inclusive o seu maior jogador em todos os tempos, Diego Maradona -, realizou um jogo amistoso contra a equipe estadunidense em Nova Iorque. Os argentinos venceram por 1 a 0, com um gol marcado por Daniel Passarella aos 46 minutos do segundo tempo, mas tiveram que suar muito, pois o Cosmos teve uma exibição de gala, principalmente o seu zagueiro (o brasileiro Carlos Alberto Torres), eleito o melhor jogador da partida.
- O Cosmos inspirou o nome de um time de futebol da África do Sul: o Jomo Cosmos.
- O NY Cosmos enfrentou o brasileiro Santos FC em duas oportunidas, vencendo ambas por 2 a 1. A primeira foi em 1977, na despedida do Rei Pelé, que atuou um tempo em cada equipe e marcou um dos gols do time americano. A outra foi em 1979, na Vila Belmiro.
- Quando Pelé encerrou a carreira em fins de 1974, não tinha a intenção de continuar, entretanto a proposta do Cosmo de tres milhões de dólares (uma fortuna bem maior à época) por tres temporadas seduziu o Rei. E assim o futebol decolou de vez nos Estados Unidos, alcançando recordes de público.
- Um dos maiores entusiastas da contratação de Pelé foi o então secretário de estado Henry Kissinger, fã do futebol brasileiro, de Pelé e do Santos FC até hoje.
- Em 7 de julho de 2006, a produtora estadunidense de filmes para o cinema, Miramax Films, passou a exibir nos cinemas dos EUA, um documentário chamado Once in a Lifetime - The Extraordinary Story of The New York Cosmos (Uma Vez na Vida - A Extraordinária História do New York Cosmos, em inglês). Muito elogiado e narrado pelo ator Matt Dillon, este filme - como diz o título - conta a história da legendária equipe de futebol estadunidense.
- O subtítulo do filme é bem sugestivo: The Untold story of the team that had America at its feet (aproximadamente A história oculta do time que teve a América aos seus pés).
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