Panavia Tornado


Fonte: Equipamentos-Militares


Quando a Panavia GmbH foi formada, em Munique, na Alemanha, para supervisionar o programa em nome das empresas British Aerospace, MBB e Aeritalia, o projeto foi batizado como MRCA (Multi-Role Combat Aircraft ou Avião de Combate Multi-Função). Não sem motivo. Haviam pelo menos seis funções básicas que deveriam ser cumpridas: apoio aéreo cerrado e interdição de campos de batalha; interdição e contra-ataques aéreo; ataque naval; reconhecimento; superioridade aérea e interceptação de defesa aérea –Existem três versões primárias de Tornado, o Caça-Bombardeiro Tornado IDS(Interdictor/Strike), e o caça interceptor Tornado ADV(Air Defence Variant), e o Tornado ECR(Electronic Combat/Reconnaissance) para supressão das defesas aéreas inimigas.O Tornado voou pela primeira vez em 14 de Agosto de 1974, e entrou em ação com a RAF e a AMI(Força Aérea Italiana) na Operação Granby/ Guerra do Golfo. A cooperação continuou após a sua entrada em serviço dentro do Tri-National Tornado Training Establishmente, uma unidade de treino tri-nacional operando na RAF Cottesmore em Rutland na Região Central de Inglaterra. Incluindo todas as variantes, foram construídos 992 aviões para as três nações parceiras e para a Arábia Saudita. Apesar de estarem ainda em serviço, existem planos para substituir o avião.

Desenvolvimento

Durante 1960, os engenheiros procuraram desenhos com uma geometria variável para ganhar capacidade de manobra e eficiente comportamento em velocidade de cruzeiro com as asas para a frente e com velocidade com a recolha das asas para trás. A Inglaterra e França iniciou o projecto AFVG(Anglo French Variable Geometry) em 1965, o qual terminou com a saída dos franceses em 1967. Em 1968, a Alemanha, a Holanda, Bélgica, Itália, e Canadá formaram um grupo de trabalho para examinar a substituição para o avião F-104 Starfighter, inicialmente chamado de Multi Role Aircraft(MRA), e mais tarde Multi Role Combat Aircraft(MRCA). A Grã-Bretanha juntou-se ao grupo MRCA em 1968, e foi assinado um memorando entre a Inglaterra, Alemanha, e Itália.

O programa foi iniciado vizando produzir um avião para substituir o F-104 que era monoplace, e os caças biplace para a Grã-Bretanha e Alemanha. O Canadá e a Bélgica saíram em 1969. Permaneceram quatro nações - Reino Unido, Alemanha, Itália, e a Holanda, formada o Panavia Aircraft GmbH em 26 de Março de 1969, apesar de a Holanda ter saído em 1970. O Reino Unido e a Alemanha detém 42.5% da participação, com 15% a ir para a Itália. A produção do avião foi dividida entres os membros do programa - a parte da frente da fuselagem e cauda na Inglaterra, o centro da fuselagem na Alemanha, e as asas na Itália. Uma companhia separada multicional , a Turbo Union, foi formada em Junho de 1970 para desenvolver e construir os motores RB199, com participação da Rolls-Royce em 40%, a MTU com 40 %, e a FIAT com 20%.


Acima: Desenho do motor RB199.

Na conclusão do projeto na fase de definição em Maio de 1970, os conceitos foram reduzidos a dois desenhos; o monoplace Panavia 100 o qual foi inicialmente preferido pela Alemanha, e o biplace o Panavia 200 para a RAF tornando-se Tornado.

O Tornado foi originalmente desenhado como um caça-bombardeiro para ataque-ao-solo, capaz de descolar e pousar em pistas curtas . Isto requere ter uma boa alta velocidade e baixa velocidade em vôo. Em geral, um avião desenhado para voar a grandes velocidades tem geralmente tem dificuldade de voar a baixas velocidades. Para combater esta lacuna o Tornado tem asa variável que avança e recua conforme as necessidades.

Acima:Tornados IDS da RAF equipados com o míssil anti-navio Sea Eagle seguidos por um Nimrod MR.2

Quando as asas estão recolhidas, o Tornado GR4 aumenta a sua velocidade. Quando extendidas, as asas parcialmente deslizam para dentro da fuselagem, reduzindo a área de exposição das asas. Isto dá ao avião mais eficiência em baixa turbulência. Isto não só torna o vôo muito mais confortável para a tripulação mas também dá uma plataforma estável para largar armas a baixa altitude.O avião foi desenhado para estar e operar a partir de grandes bases aéreas que possam ser consideradas vulneráveis a ataque aéreos. Mas durante o seu desenvolvimento a capacidade de de aterragem em distâncias curtas foi considerada essencial para permitir ao avião operar em pistas curtas ou pistas danificadas. Com as asas abertas o Tornado GR4 gera grande efeito de elevação por causa da exposição da área de asa e o uso dos Flaps e Slats. Isto dá grande poder de elevação em baixas velocidades, reduzindo a velocidade de aterragem ao mínimo requerido permitindo aterrar em curtas distâncias.Em geral, quando o piloto procura voar em baixa velocidade, põe as asas para a frente (através do nível de selecção no cockpit) para aumentar a elevação, e quando necessita voar mais rápido desloca as asas para trás. O Tornado GR4 voa em um dos três níveis de disposição de asa: 25, 45 e 67 % de extensão.

Sob qualquer ponto de vista, um êxito político, comercial e técnico: satisfazia os requisitos de todos os países clientes e podia operar com qualquer tipo de arma ofensiva de seus arsenais. O único armamento que era comum entre todas as forças aéreas era o canhão: um IWKA-Mauser de 27mm. Entre julho de 1976 e janeiro de 1984, foram assinados seis contratos de produção para 805 Tornados, mas o recondicionamento de quatro aviões pré-série. Os Tornados de ataque em serviço na RAF operam com uma grande variedade de armamentos, o que inclui até uma ogiva nuclear de 431 kg com carga de 500kt. Para a função de contra-ataque aéreo, destruindo campos de aviação inimigos - função vital em tempos de guerra -, podem ser montados sob a fuselagem dois pods JP233 de 2.335 kg cada. O pod JP233 leva 30 pequenas bombas destruidoras de pistas SG357, de descida retardada por pára-quedas e 215 minas HB875.

Todo esse armamento ofensivo, no entanto, será de pouco valor se o avião for derrubado. E é por isso que o Tornado IDS está bem equipado também com armas devensivas, para aumentar as vantagens de seu pequeno tamanho e de sua capacidade para vôo rasante. Na parte superior da deriva, está a antena dupla de RWR; outro equipamento fica sob a asa. Quatro pontos na fuzelagem e quatro Pontos rotativos nas asas que podem transportar 9.100 kg de armamento Nos suportes das pontas ficam os pods de ECM e de Chaff/Flares. Os suportes internos das asas podem carregar tanques de combustível, e ao lado, mísseis Aim-9 Sidewinder ou ASRAAM e Bae ALARM. O ALARM é um míssil que se orienta pelos radares inimigos (o mesmo conceito do HARM da USAF) forçando-os a desligarem-se ou serem destruídos. O Tornado pode carregar nove ALARM’s na fuselagem e nos suportes sob as asas. Uma grande variadade de armas podem ser transportadas incluíndo os misseis anti-navio WASP ASM, Kormoran, misseis BAe Alarm anti-radiação, Rockets LAU-51A e LR-25, Bombas Napalm, Bombas retardadas, Bombas BL755 cluster, e Bombas Paveway guiadas por Laser, munições MW-1, JP233, misseis Storm Shadow, Brimstone, Taurus, podem ser equipados para transportar bombas nucleares B61 e WE.177.


Operadores:

Royal Air Force(RAF)
O Tornado GR4 fez o seu batismo em combate durante as patrulhas no âmbito da Operação Southern Watch. O avião voou desde Ali Al Salem no Kuwait, e patrulhou uma larga parte do Sul do Iraque. Muitas bombas foram lançadas por este quando o avião foi visado pelo fogo das defesas iraquianas.
A sua segunda intervenção em combate no Iraque foi durante a Operação Telic, operação Britânica na Invasão do Iraque em 2003. A campanha no Iraque marcou alguns passos importantes para o Tornado. O Nº 617 Squadron utilizou pela primeira vez o Storm Shadow Missile, e utilizou Paveway Smart Bombs com capacidade de destruição de pistas aéreas e vias de comunicação.

Acima: Tornado GR4s da the Royal Air Force sobre o Iraque

Força Aérea Italiana
A Aeronautica Militare recebeu 100 Tornado IDS(15 deles mais tarde convertidos para a versão ECR). Eles tomaram parte na primeira Guerra do Golfo(1991), perdendo um avião para as defesas anti-aéreas iraquianas, e em 1999 no Kosovo com os IDS para bombardear e os ECR para supressão das defesas anti-aéreas inimigas(115 missieis HARM foram lançados pela A.M.), está em Marcou um programa para melhorar as capacidades
do Tornado.

Luftwaffe
O protótipo fez o seu primeiro voo em 14 de Agosto de 1974 na Base Aérea de Manching na Alemanha Ocidental. A primeira entrega para serviço deu-se em 27 de Julho de 1979, com a entrega de 247 IDS, incluindo 35 ECR. A Marinha Alemã também recebeu 112 IDS.
Acima: Um Tornado ECR da Luftwaffe.


Real Força Aérea Saudita

Em 25 de Setembro de 1985, o Reino Unido e a Arábia Saudita assinaram o contrato Al Yamamah I, que estipulava a venda de 48 IDS e 24 ADV modelos de Tornados. O primeiro vo do Tornado IDS da RFAS aconteceu a 26 de Março de 1986, e o primeiro Tornado ADV foi entregue em 9 de Fevereiro de 1989.
Em Setembro de 2006 foi noticiado que o Governo Saudita assinou um contracto de £2.5 biliões com a BAE Systems para o upgrade de 80 aviões da frota da Força Aérea Saudita que os quer manter até 2020.

Caracteristicas gerais:

Peso máximo de decolagem: 27.412 kg
Capacidade de armas: 9.100 kg
Velocidade máxima: Mach 2.2
Raio de ação: Hi-Lo-Hi: 1.390 km
Alcance: 3.890 km
Pontos duros: 11
Envergadura: Asas abertas: 13.91m / fechadas: 8.60m
Comprimento: 16.72m
Altura: 5.95m
Peso: Vazio: 14.091 kg
Peso: Máximo da decolagem: 27.412 kg
Armamento: mísseis Aim-9 Sidewinder ou ASRAAM e Bae ALARM. O ALARM é um míssil que se orienta pelos radares inimigos (o mesmo conceito do HARM da USAF) forçando-os a desligarem-se ou serem destruídos. O Tornado pode carregar nove ALARM’s na fuselagem e nos suportes sob as asas. Uma grande variadade de armas podem ser transportadas incluíndo os misseis anti-navio WASP ASM, Kormoran, misseis BAe Alarm anti-radiação, Rockets LAU-51A e LR-25, Bombas Napalm, Bombas retardadas, Bombas BL755 cluster, e Bombas Paveway guiadas por Laser, munições MW-1, JP233, misseis Storm Shadow, Brimstone, Taurus, podem ser equipados para transportar bombas nucleares B61 e WE.177. Pods : RAPTOR Reconnaissance pod, TIALD designador Laser e Rafael Lightening III foi substituído pelo TIALD 500 durante as Operações no Iraque.