Fonte: JB
Desde março, quando o governo americano decidiu recriar a IV Frota, uma poderosa força-tarefa formada por nações vizinhas está pronta para a guerra no mar. Caso se atrevam a invadir as águas que a brisa bolivariana beija e balança, os fuzileiros navais ianques terão de enfrentar torpedeiros russos já encomendados pela Venezuela, lanchas de fabricação brasileira destacadas para a defesa da metade boliviana do Lago Titicaca, o submarino nuclear que o Brasil prometeu comprar (francês ou russo, o general Jobim ainda está pensando), jet-skis de procedência incerta contrabandeados pelo governo do Paraguai a pedido dos professores cubanos do cursinho de guerrilha fluvial ministrado no Lago do Ipacaray – fora o resto.
A ordem é receber a bala qualquer embarcação estrangeira, desde que seja americana. As águas do Mar de Bolívar só continuam franqueadas a todos os outros países. Em novembro, por exemplo, a convite de Hugo Chávez, uma frota russa se juntará a embarcações venezuelanas para manobras conjuntas na costa sul-americana. Na semana passada, dois bombardeiros procedentes de Moscou sobrevoaram os céus do Brasil para avisar que os marinheiros russos vêm aí. Enquanto os aviões roncavam nas nuvens, Lula queixava-se, aparentemente com os pés no chão, da pequena distância entre a IV Frota e as jazidas espetaculares armazenadas no pré-sal.
Ninguém sabe o que pensa da aliança costurada por Chávez. Talvez ache que, como a crise econômica, o problema é de George Bush.
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