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República Popular da China

A República Popular da China (em chinês, 中华人民共和国; pinyin: Zhōnghuá Rénmín Gònghéguó; acrônimo: RPC) é o terceiro maior país do mundo em área (ou o quarto, dependendo de como se contabilizem algumas áreas disputadas com outros países) e o mais populoso do planeta, ocupando uma parte considerável da Ásia oriental. Suas fronteiras ao Norte são com o Quirguistão, com o Cazaquistão, com a Mongólia e com a Rússia, a Leste com a Coreia do Norte, com o mar Amarelo (do outro lado do qual se encontra a Coreia do Sul), com o mar da China Oriental e com o estreito de Taiwan, que a separa de Taiwan (país que reivindica), a Sul com o mar da China Meridional, com o Vietname, com o Laos, com Myanmar, com a Índia, com o Butão e com o Nepal e a Oeste com o Paquistão, o Afeganistão e o Tadjiquistão.

Com uma população de mais de 1,32 bilhão de habitantes (a maior do planeta), a China ocupa uma superfície de 9.640.821 km² (ou 9.676.801 km², se incluído o território de Taiwan, que a República Popular da China reivindica). Sua capital é Pequim.

O Partido Comunista da China (PCC) governa o país por meio de um sistema de partido único desde a fundação da República Popular, em 1949. A China está envolvida numa longa controvérsia acerca do status político de Taiwan. O Kuomintang, partido rival do PCC durante a guerra civil chinesa, abandonou a China continental e recuou para Formosa e outras ilhas vizinhas após ser derrotado no conflito, em 1949, e reivindica ser o governo legítimo de toda a China e Mongólia, com o nome de República da China (embora o governo de Taiwan controle, de fato, apenas Formosa e ilhas menores adjacentes). A República Popular da China considera a reivindicação da República da China ilegítima e reivindica, por sua vez, os territórios sob controle desta última.

Devido a sua enorme população, o crescimento vertiginoso de sua economia, seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento, seus gastos militares e sua condição de Estado declaradamente detentor de armas nucleares, a China costuma ser considerada uma superpotência emergente. É a quarta maior economia do mundo (ou a segunda maior, pelo critério de paridade de poder de compra) e representa a China como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Desde 1978, o país implementa reformas para adotar, em alguma medida, uma economia de mercado, o que ajudou a tirar 400 milhões de pessoas da pobreza. Entretanto, o país enfrenta outros problemas econômicos, inclusive o rápido envelhecimento da população e uma crescente disparidade entre a renda urbana e a rural. A China desempenha um papel importante no comércio internacional, ao ser o maior consumidor mundial de açoconcreto (usa, respectivamente, um terço e mais da metade daqueles insumos) e o segundo maior importador de petróleo. É o terceiro maior importador do mundo e o segundo maior exportador, em termos globais. e

O país costuma ser referido como "China". A expressão "China continental" corresponde à República Popular da China, embora costume excluir as duas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau. O gentílico de China é chinês.


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A guerra civil chinesa terminou em 1949, quando o Partido Comunista chinês tomou o controle da China continental e o Kuomintang (KMT) recuou para a ilha de Formosa (Taiwan). Em 1º de outubro de 1949, Mao Tse-tung proclamou a República Popular da China, declarando que o "povo chinês se pôs de pé". O termo "China Vermelha" foi um nome freqüentemente usado para a China dentro do bloco capitalista, especialmente até meados dos anos 1970, quando as relações com o Ocidente melhoraram.

Após uma série de falhas econômicas dramáticas (que coincidiram com o Grande Salto Adiante), Mao Tsetung deixou o cargo de presidente em 1959, sucedendo-o Liu Shaoqi. Mao manteve um grau considerável de influência sobre o partido, mas foi alijado da administração diária dos assuntos econômicos, que passou ao controle de Liu Shaoqi e Deng Xiaoping.

Em 1966, Mao e seus aliados lançaram a Revolução Cultural, que perduraria até a morte daquele dirigente chinês, dez anos mais tarde. A Revolução Cultural, motivada por uma luta pelo poder dentro do partido e por temores acerca da União Soviética, provocou um grande transtorno na sociedade chinesa. Em 1972, no auge da ruptura sino-soviética, Mao e Zhou Enlai encontraram-se com Richard Nixon em Pequim para estabelecer relações com os Estados Unidos. Naquele ano, a República Popular da China aderiu às Nações Unidas, substituindo a República da China (Taiwan) no assento permanente do Conselho de Segurança.

Após a morte de Mao em 1976 e a prisão da Camarilha dos Quatro, acusada dos excessos da Revolução Cultural, Deng Xiaoping rapidamente logrou tomar o poder das mãos de Hua Guofeng, sucessor escolhido por Mao. Embora Deng nunca tenha se tornado o chefe do partido ou do Estado, sua influência dentro da agremiação levou o país a implementar reformas econômicas de grande magnitude. Posteriormente, o Partido Comunista afrouxou o controle governamental sobre a vida pessoal dos chineses e dissolveu as comunas; muitos camponeses receberam terras, de modo a aumentar os incentivos à produção agrícola. Estes eventos marcaram a transição da China de uma economia planejada para uma economia mista com um mercado crescentemente mas livre, um sistema chamado por muitos de "socialismo de mercado". A China adotou a sua atual constituição em 4 de dezembro de 1982.

Em 1989, a morte de um funcionário favorável a reformas, Hu Yaobang, ajudou a precipitar os protestos da Praça da Paz Celestial, quando estudantes e outros organizaram manifestações durante meses em defesa de maiores direitos e da liberdade de expressão. As manifestações foram reprimidas em 4 de junho, quando começaram a digirir-se contra a corrupção no partido. Tropas do exército chinês entraram na praça e dispararam contra os manifestantes, o que resultou em grande número de vítimas. O acontecimento recebeu atenção da mídia ocidental e foi gravado em vídeo, de modo a provocar a condenação mundial e sanções contra o governo.

O Presidente Jiang Zemin e o premier Zhu Rongji, ambos ex-prefeitos de Xangai, lideraram a China após o caso da Praça da Paz Celestial, nos anos 1990. Durante a administração de Jiang, o desempenho econômico chinês tirou cerca de 150 milhões de camponeses da pobreza e manteve um crescimento médio do PIB da ordem de 11,2% ao ano. O país aderiu à OMC em 2001.