Também foi operada pela Força Aérea Britânica (RAF), como pode ser visto nesta foto.
Durante o fim da década de 1940, engenheiros começaram a desenvolver as turbinas usadas nos caças a jato produzidos durante a Segunda Guerra Mundial. No começo, os Estados Unidos e a União Soviética queriam turbinas a jato de excelente desempenho para produzir bombardeiros e caças a jato cada vez melhores, e assim, melhorar ainda mais seu arsenal militar. Quando a Guerra da Coréia começou, em 1950, tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética tinham caças a jato militares de alto desempenho - destacam-se entre eles o americano F-86 Sabre e o soviético MiG-15.
Coube aos britânicos a produção do primeiro avião a jato comercial da história da aviação, o De Havilland Comet. O Comet começou a ser usado em vôos de passageiros em 1952. Os Comet voavam a aproximadamente 850 km/h, sua cabine era pressurizada e relativamente silenciosa. O Comet foi ao início um sucesso comercial, e muitas linhas aéreas passaram a encomendar esta aeronave. Porém, dois acidentes em 1954, quando ambas as aeronaves simplesmente explodiram em alto-mar, criaram grandes dúvidas quanto à segurança da aeronave. A causa dos acidentes era primariamente as turbinas, localizadas dentro da estrutura asa. As turbinas, em vôo, atingiam altas temperaturas e assim, lentamente, mas gradualmente, enfraqueciam a asa, que terminou por fragmentar-se no ar em ambos os acidentes. A De Havilland tentou salvar seu avião, cujas vendas haviam caído drasticamente, através de algumas modificações estruturais, mas um terceiro acidente em 1956 colocou de vez as vendas da aeronave em solo, que parou de ser produzida em 1964.
A Tragédia dos Comet
Inesperadamente em janeiro de 1954 um Comet que havia decolado de Roma se desintegrou enquanto sobrevoava o mar. Todas as 35 pessoas que estavam dentro do Comet morreram. Os vôos foram suspensos por algum tempo e logo foram retomados. Logo após a volta ao serviço outro Comet se despedaçou em pleno ar matando seus 17 ocupantes. Então seus vôos foram suspensos definitivamente.
Os navios de salvamento da Marinha Real Britânica foram enviados ao local do primeiro acidente para resgatar as peças do avião que estavam submersas. O segundo acidente aconteceu sobre águas profundas. Os navios conseguiram recuperar 2/3 do avião submerso.
Os destroços foram, então, enviados a Farnborough, Inglaterra onde o Comet acidentado foi cuidadosamente remontado utilizando peças novas no lugar das que não foram resgatadas do avião acidentado.
Um outro Comet foi colocado em um tanque onde era bombeada água para simular a mesma situação de diferença de pressão que um jato sofre a alturas que o Comet voava.
Cabe aqui uma explicação, até então os aviões da época voavam a baixas altitudes, onde a pressão atmosférica era semelhante à da superfície da terra. Porém os aviões a jatos necessitam voar a uma altitude muito grande, onde a pressão atmosférica é mínima. Como o ser humano não consegue ficar consciente com uma pressão muito baixa, os aviões a jato precisam ter um sistema que deixe a pressão dentro do avião bem maior que a de fora.
Descobriu-se finalmente que os projetistas não tinham preparado a estrutura para ser usada com essa diferença de pressão, logo os aviões eram verdadeiras "bombas" voadoras. Bastou uma rachadura no teto do primeiro Comet acidentado para que ele se desintegrasse em pleno vôo. No caso do Comet resgatado do fundo do mar, a rachadura havia se iniciado onde a superfície metálica fora cortada em retângulo, para a instalação de uma antena de ADF. Também as janelas dos primeiros Comet eram quadradas, o que criava pontos de tensão nas extremidades. É por isso que, a partir dessas tragédias, os aviões passaram a ter janelas redondas e ovais, com o propósito de diminuir a tensão, e conseqüentemente, a fadiga metálica.
O De Havilland Comet teve uma carreira muito curta, porém de extrema importância para a aviação mundial.
De Havilland Comet Em Vídeo:
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