A Índia lançou a sua primeira missão lunar, a Chandrayaan 1

Fonte: Quintus - por Clavis Prophetarum


O foguete que lançou a sonda Chandrayaan. A Índia é a sexta potência a enviar uma missão à Lua

A Índia lançou com sucesso a sua primeira missão lunar. A sonda Chandrayaan 1 partiu para o Espaço do espaçoporto indiano no Estado de Andhra Pradesh, no sul do país, para uma missão com duração prevista de dois anos. Como a sonda chinesa, o objetivo da sonda será o de mapear a superfície lunar, criando um mapa tridimensional da mesma e localizando recursos minerais. A sonda vai recolocar a União Indiana na “Primeira Divisão” da exploração do Espaço, reunindo este pais ao Japão, EUA e China que têm neste momento orbitadores ativos na Lua.

A sonda pesa uma tonelada e meia e vai procurar localizar gelo de água na Lua e Helium 3, um isótopo raro na Terra, mas que se estima ser comum na Lua e que poderá ser um combustível de eleição para reatores de Fusão Nuclear.

A sonda é alimentada por um painel solar de 700 watts que fornecem energia a um grupo de cinco instrumentos indianos e outros seis construídos em Estados associados ao projeto, destes, um dos mais interessantes uma mini-sonda de 30 kg que será libertada da nave-mãe e que vai colidir com o solo lunar filmando cada momento da sua aproximação e medindo a composição da ténue atmosfera lunar.

O lançamento da Chandrayaan será a responsabilidade de um foguetão “Polar Satellite Launch Vehicle (PSLV)” que o colocará numa órbita alta dita de “transferência”, após o que uma série de pequenos impulsos dos propulsores da própria sonda a colocara a caminho da Lua, onde chegará depois de um percurso de cinco dias e meio.

O seu custo total é de 78 milhões de dólares, insignificante quando comparado com o da ESA, NASA ou mesmo a China, mas muito sensível num pais onde centenas de milhões passam ainda fome apesar da “revolução verde” da ultima década. A Fome tornou-se ultimamente um problema ainda maior com o agravamento dos preços dos alimentos na Índia e com a sua crónica dependência das importações e clássica expansão demográfica. A manutenção de um Programa Espacial de primeira linha pode assim ser questionável num pais imerso ainda em tão grandes e graves problemas de desenvolvimento. Por outro lado, este lançamento prova a capacidade da tecnologia espacial indiana… E o anterior recorde do PSLV com a colocação em órbita de 10 satélites em simultâneo confirma ainda mais a sua capacidade e… torna a Índia num seríssimo competidor no lucrativo mercado mundial de lançamento de satélites.

Mas recuar no que concerne à Exploração Espacial é negar ao bilião e meio de indianos o seu lugar na Lua, quando começar a sua ocupação permanente, lá para meados deste século e, sobretudo, abandonar um domínio cientifico e tecnológico tão crucial para o desenvolvimento de um pais como o é o da ciência aeroespacial.

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