Coréia do Norte saúda remoção
de lista dos EUA


BBC - Via O Globo

A Coréia do Norte recebeu bem a decisão dos Estados Unidos de retirar o país de sua lista de nações que financiam o terrorismo.

"Nós recebemos bem a implementação do dever dos Estados Unidos de nos retirar da lista de nações que patrocinam o terrorismo", afirmou um porta-voz do Ministério do Exterior norte-coreano à agência de notícias oficial Korean Central News Agency.

Ele acrescentou que o país agora vai retomar o desmantelamento de suas instalações nucleares e permitir o acesso de monitores internacionais a elas.

Os EUA retiraram o país da lista após afirmar que houve um acordo para fornecer acesso total ao polêmico programa norte-coreano.

Entrave resolvido

Pyongyang começou a desativar o reator nuclear de Yongbyon em agosto, como parte de um acordo internacional sobre seu programa, mas recentemente deu passos em direção à reconstrução da planta após Washington ter se recusado a remover o país da lista de financiadores do terrorismo.

De acordo com o correspondente da BBC em Tóquio John Sudworth, agora que o entrave foi resolvido, o acordo vai acabar com a exclusão da Coréia do Norte de aspectos financeiros internacionais e do sistema bancário.

No sábado, o departamento de Estado americano disse que a Coréia do Norte concordou em permitir que especialistas nucleares coletem amostras e conduzam testes em todas as instalações nucleares declaradas e não-declaradas.

O país também iria permitir que inspetores verifiquem suas alegações de que não transfere tecnologia nuclear nem tem um suposto programa de enriquecimento de urânio.

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Críticas

Analistas dizem que ainda não se sabe se o mais novo acordo vai ser bem-sucedido. Vários pactos anteriores falharam por causa de interpretações distintas do que era exigido.

O acordo gerou críticas, como do Japão, que classificou a decisão americana de "extremamente lamentável".

O país primeiramente queria mais informações sobre cidadãos japoneses que foram seqüestrados na Coréia do Norte nos anos 70 e 80.

De acordo com o ministro das Finanças japonês, Shoichi Nakagawa, "os seqüestros correspondem a atos terroristas".

A Coréia do Norte admitiu ter seqüestrado 13 civis japoneses para treinar seus espiões. O Japão acredita que o número pode ser maior e não acredita que oito deles estejam mortos.

A remoção da Coréia do Norte da lista americana ocorre após uma visita do enviado dos Estados Unidos a Pyongyang, Christopher Hill, na semana passada e dias de conversas entre os Estados Unidos e seus parceiros nas negociações, China, Coréia do Sul, Rússia e Japão.

Juntamente com a Coréia do Norte, eles têm estado envolvidos em conversas sobre o desmantelamento do programa nuclear do país.