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Na Espanha, Lula defende gastos com Defesa

Da Agência Estado - Via: G1

Com o pensamento nas reservas petrolíferas do pré-sal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva justificou os novos gastos que o País fará com o setor de Defesa e alerta que o Brasil precisa contar com "ferramentas de dissuasão". Hoje, os principais jornais espanhóis publicaram entrevista com Lula. Em todos, um dos principais destaques era o compromisso do País em construir seu submarino nuclear. "Estamos trabalhando no enriquecimento de urânio e temos a firme intenção de ter um submarino nuclear", disse.

Lula declarou aos espanhóis que irá anunciar o novo plano de defesa nacional no dia 3 de novembro. Para o El País, será um plano "ambicioso". O presidente negou que haja uma corrida armamentista na América do Sul. "Não acho que temos uma corrida armamentista na América do Sul e que os países estejam se preparando para uma disputa militar. Cada governo precisa ter o mínimo necessário para proteger sua soberania e a tranqüilidade de seus cidadãos", disse Lula. "O Brasil também necessita estar preparado para se proteger", afirmou. Questionado sobre de quem precisaria se proteger, Lula foi categórico. "De quem seja. Os inimigos não estão em nenhuma lista", disse.

Lula deixou claro que a fronteira da Amazônia e o tráfico de drogas na região não são os únicos problemas que o Brasil poderá enfrentar nos cenários estratégicos. "O descobrimento de uma reserva de petróleo a 300 quilômetros de nossas costas faz necessário que possamos proteger essas plataformas", disse. Lula alerta que o País "trabalha com objetivos pacíficos". "Acho que o mundo entende que um País que tem 8 mil quilômetros de costas necessita ter ferramentas de dissuasão", completou. Ele ainda lembrou que sugeriu a criação de um conselho de defesa sul-americano para lidar com a questão do narcotráfico na Amazônia.

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Brasil está fora de suspeita na AIEA, diz americano

DA UOL - SUCURSAL DE BRASÍLIA -

Depois de uma polêmica em 2004, o Brasil é tido como um parceiro seguro em questões nucleares no âmbito da AIEA. "Respeitamos o fato de que vocês enriquecem urânio aqui, não temos suspeita mútua", diz o representante americano na agência, Gregory Schulte.

Ele não revelou detalhes das conversas com autoridades brasileiras, mas elas trataram de temas como as suspeitas sobre a Síria e a questão iraniana.

Em 2004, o Brasil anunciou que iria começar a enriquecer urânio com um novo tipo de centrífuga, em que o metal aumenta sua radioatividade e pode ser usado como combustível para usinas atômicas ou matéria-prima para a bomba. Alegando segredo industrial da tecnologia, que dispensa eixos de rotação e usa campos magnéticos, o Brasil não quis dar a AIEA acesso ao equipamento.

Isso provocou a suspeita. O assunto acabou resolvido com inspeções posteriores e a visita do chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, à fábrica de Resende. A meta do Brasil, entre as 45 nações que são fornecedoras oficiais de matéria-prima nuclear, é usar o produto em seus reatores em Angra dos Reis e entrar no mercado exportador. Dono da sexta maior reserva de urânio, o Brasil envia o produto ao exterior para enriquecimento e depois o usa em Angra.

Segundo Schulte, o programa nuclear da Marinha, que visa construir um reator de submarino, não preocupa os EUA.