40 argentinos em Posadas, geram desconfiança dos paraguaios
ÁREA MILITAR
A movimentação de forças militares nas proximidades da cidade de Posadas na Argentina, levou a imprensa do Paraguai a voltar a fazer conjecturas sobre eventuais operações militares contra o país.
A cidade de Posadas situa-se nas margens do rio Paraná que faz fronteira entre os dois países. A cidade encontra-se frente à cidade paraguaia de Encarnacion, onde a movimentação de camiões do exército argentino foi notada do lado paraguaio da fronteira.
A marinha do Paraguai, não terá recebido qualquer informação sobre as movimentações argentinas, o que terá ajudado as especulações. Aparentemente 40 (quarenta) militares argentinos terão levantado suspeitas do lado paraguaio da fronteira.
Desde que um governo de esquerda dirigido por Fernando Lugo - um antigo clérigo da igreja católica paraguaia - tomou o poder no país, que notícias alarmistas sobre movimentações militares nas fronteiras paraguaias têm feito manchetes na imprensa.
O governo do Paraguai encetou uma série de reformas que alegadamente se destinam a lutar contra as desigualdades e tais reformas poderão passar pela tomada de terras no leste do país, uma região onde existem interesses comerciais brasileiros e onde o Paraguai cedeu terrenos para que o Brasil construísse a central hidroeléctrica de Itaipú.
A barragem também é fonte de colisão com o Brasil e foi mesmo promessa de campanha. O presidente do Paraguai, tem afirmado querer a renegociação do acordo de Itaipú, que considera ter sido um mau negócio para o país, pois o Paraguai contribui com 50% dos terrenos para a construção da barragem possuindo apenas 3% do empreendimento. Já os brasileiros afirmam que Itaipú foi um negócio em que o Brasil contribui com todo o dinheiro e o Paraguai com metade da água, pelo que não tem porque haver qualquer negociação.
Os projectos paraguaios, a forma como têm sido promovidos e a existência de alguma pressão sobre os brasileiros que vivem no leste do país têm criado algum mal-estar em Brasília. A imprensa próxima ao presidente do Paraguai não perdeu a oportunidade para criar alarmismo, quando o Brasil iniciou operações de treino militar na região sudoeste, com a participação de efectivos de várias unidades militares do sul do país.
Considerando que os exercícios militares brasileiros poderiam ser uma ameaça para o Paraguai, o presidente Fernando Lugo afirmou que no caso de o Brasil ocupar a área de Itaipú, a resposta paraguaia não se faria esperar.
Lugo garante segurança de
agricultores brasileiros
no Paraguai
O presidente paraguaio, Fernando Lugo, disse nesta sexta-feira que seu governo garantirá a segurança dos colonos brasileiros no Paraguai, cujas propriedades são ameaçadas por camponeses sem-terra.
"Conversamos com representantes de organizações camponesas, com pecuaristas e plantadores de soja e decidimos montar uma mesa de trabalho para superar certas situações", disse Lugo durante uma visita ao departamento de San Pedro, o mais pobre e explosivo do país.
O presidente da Associação Rural do Paraguai (ARP), que reúne os pecuaristas e grandes agricultores, advertiu que se o governo não deter as invasões, a situação pode degenerar em derramamento de sangue.
As declarações de Lugo coincidem com manifestações do governo brasileiro sobre as agressões sofridas pelos "brasiguaios".
de brasileiros para reforma agrária
EFE - Via: O Globo
ASSUNÇÃO - O Governo do Paraguai anunciou neste sábado a compra de 22 mil hectares de terrenos para grupos de sem-terra que ameaçam realizar ocupações em massa de fazendas para reivindicar a reforma agrária, inclusive propriedades de brasileiros.
O chefe de Gabinete da Presidência, Miguel López Perito, disse em entrevista coletiva que serão adquiridos terrenos para 1.800 famílias no departamento de San Pedro (centro), onde os sem-terra permanecem mobilizados.
Brasil quer criar acordo
automotivo com o Paraguai
O Brasil propôs hoje ao governo do Paraguai a criação de um acordo automotivo entre os dois países. O Paraguai é um único membro pleno do Mercosul com o qual o Brasil ainda não tem um acordo no setor automotivo. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o assunto será discutido na Comissão de Monitoramento de Comércio entre Brasil e Paraguai. Os acordos automotivos são necessários porque este setor não foi incluído no Mercosul, o que significa que as vendas de veículos e autopeças não estão isentas da cobrança do imposto de importação como para os demais produtos. Os acordos bilaterais fechados com a Argentina e o Uruguai estabelecem cotas para a isenção do tributo.
Amorim cita Itaipu
ao comentar ataques
no Paraguai
O Itamaraty indicou hoje que uma eventual onda de violência contra brasileiros radicados no Paraguai porá fim nas negociações bilaterais sobre um tema especialmente caro ao país vizinho - o preço da energia gerada pela hidrelétrica binacional de Itaipu exportada ao Brasil. Apesar da natural cautela, a vinculação entre a ameaça que paira sobre cidadãos brasileiros e a interrupção das negociações foi apresentada à imprensa pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Minutos antes, o próprio chanceler afirmara que o Brasil mantém suas gestões com o "governo amigo e soberano" do Paraguai para evitar o pior. Ou seja, a morte de brasileiros, caso os camponeses sem-terra não sejam contidos pelo governo de Fernando Lugo.
"As expressões que ouvimos das autoridades paraguaias são sempre tranqüilizantes. Nossa expectativa é que tenham capacidade de controlar excessos. É preciso que tudo seja feito com moderação e com respeito aos direitos humanos", completou. A abertura de negociações sobre a energia de Itaipu foi o resultado das pressões diretas de Lugo sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua visita a Brasília em setembro passado. A próxima rodada se dará no dia 27. Como utiliza apenas 5% da sua quota de energia de Itaipu, o Paraguai exporta o restante para o Brasil. Mas reclama que, do preço de US$ 45 por megawatt/hora, recebe apenas US$ 2,81 por megawatt. Ou seja, em vez de US$ 1,5 bilhão ao ano, o Brasil paga US$ 275 milhões. A redução no valor, entretanto, deve-se aos descontos da dívida do Paraguai com o Tesouro Nacional e a Eletrobrás, que adiantaram a parcela paraguaia na construção da usina. Outro ponto relevante dessas negociações diz respeito à oferta brasileira de cooperar e financiar a construção de uma linha de transmissão de energia entre a hidrelétrica de Itaipu e Assunção, ao custo de US$ 350 milhões, que tenderá a acabar com os atuais apagões na capital paraguaia.
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