Opinião - Relações EUA-Brasil ganham força
Clifford Sobel - EMBAIXADOR DOS EUA NO BRASIL - Fonte: JB
O inverno no Brasil coincide com o verão nos Estados Unidos, tempo de férias e lazer, quando o ritmo agitado da vida diminui para muitas pessoas. Mas, em termos de relações EUA-Brasil, neste ano aconteceu o contrário, pois nossas excelentes relações bilaterais continuaram a ganhar impulso com um fluxo constante de visitantes.
Nossa temporada "calma" iniciou-se em julho com a visita do ministro da Defesa Nelson Jobim aos Estados Unidos para reuniões produtivas com as autoridades de Defesa americanas. O tema das discussões foi a cooperação cada vez mais estreita do Brasil com os EUA em segurança e incluiu reuniões com o secretário da Defesa, a secretária de Estado e o assessor de Segurança Nacional.
Agosto começou com a visita da administradora da Usaid, Henrietta Fore, ao Brasil para enfatizar a importância de nossa parceria forte e crescente. Em São Paulo, a administradora Fore encontrou-se com mais de cinqüenta empresas americanas que participam do Grupo "+Unidos", aliança de responsabilidade social corporativa apoiada pela embaixada americana, para destacar a importância de parcerias público-privadas no tratamento de questões de desenvolvimento global e na promoção da prosperidade econômica. Em Salvador, ela assinou um Memorando de Entendimento com o governo do Estado da Bahia para a ampliação de um programa de empregabilidade e aprendizagem de inglês para jovens e discutiu a expansão do programa durante almoço com os governadores Eduardo Campos (Pernambuco), Marcelo Déda (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia). Em Manaus, a administradora Fore e o governador do Amazonas, Eduardo Braga, assinaram um memorando de entendimento para cooperação no controle da malária.
O secretário de Segurança Interna dos EUA, Michael Chertoff, também veio ao Brasil para encontrar-se com vários interlocutores do governo e do setor privado no Rio de Janeiro e em Brasília. Objetivo: discutir questões como proteção de infra-estrutura fundamental, segurança da cadeia de fornecimento e as formas como essas questões se relacionam com a segurança econômica e nacional. Ele também ofereceu ajuda em segurança para a Copa do Mundo de 2016 no Rio.
A parceria EUA-Brasil em energia foi um dos aspectos mais visíveis das nossas relações bilaterais desde a assinatura do memorando de entendimento sobre cooperação em biocombustíveis durante a visita do presidente Bush a São Paulo em março de 2007. O subsecretário de Energia dos EUA em exercício, Jeffrey Kupfer, veio ao Brasil em agosto para promover nossa agenda mútua para o aumento da segurança energética global.
No início de setembro, uma delegação do Congresso dos EUA, liderada pelo presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Collin Peterson, visitou o Brasil para obter mais informações sobre o desenvolvimento da agricultura no país, com foco especial no setor de açúcar/etanol e no crescimento de novas áreas de produção no Estado de Mato Grosso.
Os EUA e o Brasil também criaram um Plano de Ação Conjunto para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e a Promoção da Igualdade, importante primeiro passo nos esforços para combater os males do racismo e permanecer unidos como as maiores democracias do Hemisfério Ocidental na promoção da igualdade para todos, independentemente de raça ou etnia.
O senador americano Chuck Hagel, influente membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado, teve oportunidade de encontrar-se com autoridades brasileiras, inclusive com o presidente Lula, também durante esse período. Nas conversas com o senador Hagel, seus interlocutores brasileiros invariavelmente lhe disseram que o mais desejado para as relações bilaterais era a continuidade. Quero enfatizar que as relações EUA-Brasil não serão apenas duradouras, mas serão também aprofundadas e fortalecidas, independentemente de quem vença as eleições para presidente dos EUA em novembro. Como o secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Tom Shannon, afirmou recentemente, "Essas relações definirão, na verdade, o que acontece na América do Sul e em outros lugares do mundo".
O futuro do Brasil é hoje. Este é um grande momento para o Brasil e para os Estados Unidos, com oportunidades ilimitadas. Cabe a todos nós, nossos governos, o setor privado e nossos cidadãos, continuar a construir pontes e criar as parcerias que nos permitam aproveitar o momento.
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