Johnson Barros/Cruzex

Cruzex expõe o top da FAB

VIKTOR VIDAL - da equipe do Diário de Natal

Numa simulação de guerra como é a Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex), maior exercício de combate aéreo combinado da América do Sul, por trás dos confrontos fictícios há um amplo trabalho de estratégia e planejamento reais. Enquanto as aeronaves se envolvem em ‘‘ataques’’ no céu, um contingente humano e de máquinas trabalham em terra para que tudo ocorra sem problemas.

Os bastidores da ‘‘guerra’’ protagonizada pela Cruzex IV foram apresentados na manhã de ontem, na Base Aérea de Natal. Os ataques aéreos simulados começam a partir de sábado. Até lá, as aeronaves fazem os chamados vôos de familiarização, manobras aéreas de adaptação à região onde haverá a simulação e relacionamento humano entre os militares que participam do treino.

Participam da Cruzex IV, coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB), as Força Aéreas da Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela, além de observadores da Colômbia, Espanha, Peru, Estados Unidos e Paraguai. ‘‘Por isso são importantes os vôos de familiarização, para que haja o entrosamento dos militares, inclusive com relação ao idioma’’, explicou o coronel Egito, co-diretor do exercício.

A operação abrange os estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Mais de 50 aeronaves brasileiras e cerca de 40 estrangeiras participam diretamente da guerra simulada, sendo que a Força de Coalizão, composta por aeronaves da FAB e de diversos países, terá como quartel general a Base Aérea de Natal. A Força Aérea Oponente, formada por aviões da FAB, irá operar a partir da Base Aérea de Fortaleza.

Ontem, primeiro dia dos vôos de familiarização, a organização do exercício, apresentou a estrutura do treinamento. Nas salas de controle, militares trabalham intensamente à frente de telões e computadores para fazer o passo a passo da simulação. Tudo o que acontece no exercício, desde o planajamento dos vôos até os ataques fictícios, passam pelas salas de controle.

Uma das atribuições, por exemplo, é traduzir em resultados visíveis os ataques. Programas de computador utilizam animação para mostrar se determinada aeronave acertou o errou o alvo em terra. Filmagens monitoradas pelos computadores em terra contabilizam também os acertos e erros de ataques fictícios entre aeronaves.

Após a apresentação da estrutura do exercício à imprensa, o diretor geral da Cruzex IV, tenente-brigadeiro do ar João Manoel Sandim de Rezende, concedeu entrevista coletiva. Ele disse que, embora ainda não haja lugar nem data escolhidos para a próxima edição do treinamento, não está descartada a possibilidade de Natal ser novamente a sede do evento.

‘‘Natal é uma cidade propícia para a operação. A meteorologia nessa época do ano é muito favorável’’, afirmou. E acrescentou: ‘‘O povo daqui já é bastante acostumado a essa atividade aérea’’. Mesmo assim, completou, o treinamento evita sobrevoar áreas populosas. A Cruzex IV segue até o dia 14 de novembro, quando a organização divulgará o resultado do exercício.


Bant explica guerra simulada

Luciana Tito - DA EQUIPE DO DIÁRIO DE NATAL

O dia de hoje será dedicado a imprensa na Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex IV). Na ocasião os profissionais da área de comunicação terão a oportunidade de conhecer de perto todos os detalhes da guerra simulada. Conhecerão as instalações, o gerenciamento da operação e o trabalho das equipes no solo. Na programação do mídia Day tem ainda uma entrevista coletiva com o Tenente-Brigadeiro do Ar, João Manoel Sandim de Rezende, e um vôo com os cinegrafistas e fotógrafos na aeronave C-130 Hercules para realização de imagens.

Desde o dia primeiro, quando teve início a Cruzex IV, a rotina da Base Aérea de Natal (Bant) mudou. A todo instante os militares e aeronaves das cidade e países envolvidos na maior operação de guerra simulada da América Latina chegavam para dar início ao treinamento que tem como objetivo principal treinar as Forças Aéreas envolvidas no planejamento de operações combinadas com países aliados, assim como treinar militares da FAB para operar nos mesmos moldes utilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em conflitos internacionais. Além de incrementar o intercâmbio de experiências e o clima de confiança mútua entre os países participantes.

Durante o dia de ontem os militares realizaram vôos de familiarização da área, uma vez que estão envolvidos no combate militares e aeronaves de outros países que não conhecem a região. Segunda-feira passada uma reunião no auditório da (Bant), com cerca de 500 militares, deu início à CRUZEX IV, a maior simulação de guerra aérea da América Latina. Na ocasião os militares traçaram os procedimentos iniciais do exercício dos oficiais que irão operar nas três Bases Aéreas diretamente envolvidas, Natal, Recife e Fortaleza.

Comandante elogia Natal e admite novas operações

Tribuna do Norte

Palco pela segunda vez da Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex), a maior simulação de guerra aérea da América Latina, Natal tem grandes chances de vir a receber também as futuras edições do exercício, que reúne até o próximo dia 14 cerca de 100 aviões e mais de 2 mil militares de seis países. Essa, pelo menos, é a opinião do comandante geral da operação, brigadeiro João Manoel Sandim.

Ele recebeu ontem a imprensa para uma entrevista coletiva. Repórteres e fotógrafos de todo Brasil e da Europa também tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais da imensa estrutura montada para o planejamento, execução e avaliação das missões que integram a operação. “Não há ainda lugar definido para a próxima Cruzex, nem data, mas Natal é um local bastante propício para esse exercício. Não descarto a possibilidade de a próxima, ou as próximas, Cruzex serem realizadas aqui”, afirmou.

Ele considerou que a operação, iniciada no dia 1º, vem transcorrendo dentro do planejado, mas lamentou a ausência das seis aeronaves da Força Aérea Argentina, que por falta de uma autorização dos deputados locais, só pôde enviar ao Brasil oficiais para participar da direção do exercício e ajudar na utilização do software de navegação aérea desenvolvido naquele país. “Com certeza, aprenderíamos muito com eles e eles com as demais forças aéreas”, destacou o brigadeiro Sandim.

Representante argentino junto à direção da Cruzex, o coronel Miguel Cruzado explicou que a Força Aérea de seu país vinha se preparando para o exercício há mais de um ano, mas outros assuntos como a “nova ordem econômica mundial” terminaram tomando o tempo de discussão dos deputados, que acabaram por não votar a autorização de envio das aeronaves, que seriam cinco caças A4 e um avião de maior porte.

Quem também não pôde participar da operação, segundo explicou o comandante geral, foi a Força Aérea Americana. O brigadeiro Sandim declarou que a negativa em receber os aviões dos Estados Unidos (eles participarão apenas com observadores) se deu por conta da demora no envio da solicitação, por parte dos norte-americanos. “Eles solicitaram já tardiamente”, ressaltou. Ele garantiu também que as aeronaves argentinas foram substituídas por outras, “sem prejuízo para o desenrolar do exercício”.

Brigadeiro Sandim destacou para a imprensa de todo o País e estrangeira a “familiaridade” da população do Rio Grande do Norte e da capital Natal com as atividades da Aeronáutica e avaliou que a operação só trará boas lembranças para os natalenses, que poderão acompanhar o vôo dos “belos pássaros de metal” nos céus potiguares.

No início da noite de ontem, o oficial do setor de comunicação da Operação Cruzex, confirmou um incidente envolvendo uma aeronave modelo A-1, que colidou com um pássaro de pequeno porte. O piloto não sofreu qualquer ferimento e retornou à Base Aérea, realizando o procedimento de segurança adequado à situação em meio à operação de guerra simulada.

Estrutura montada permite simulação de combates

No auge do exercício de guerra, entre os dias 7 e 13, são esperadas mais de 120 decolagens diárias da Base Aérea de Natal, onde estão sediadas as “forças de coalizão”, que totalizam mais de 60 aviões. No ambiente simulado da Cruzex, eles representam a força responsável por libertar o “país amarelo” da invasão do “país vermelho”, cujas aeronaves se encontram sediadas em Fortaleza. Apesar do grande volume de missões, porém, nenhum tiro será disparado nos 14 dias de atividades.

Co-diretor da operação, o brigadeiro Egito explicou que a direção geral da operação é quem comanda e define as missões das “forças vermelhas” e repassa o planejamento geral para que as “forças azuis”, que incluem aeronaves de todos os países participantes, decidam como irão expulsar os “vermelhos” do país invadido. “As forças vermelhas são propositadamente mais fracas e servem para treinar as azuis, cujo maior número é um dos objetivos ao se formar uma força de coalização. Mas não podemos dizer que as azuis sairão vencedoras”, destacou.

Ele explicou que isso dependerá de como o comando das forças de coalizão irá responder às informações repassadas pela direção geral e à movimentação dos “inimigos”. Os dados e metas gerais sobre o conflito são enviados para o comando das forças azuis com 72 horas de antecedência, que planeja as missões cerca de 48 horas antes delas serem iniciadas e acompanha toda a execução, podendo adaptar o que foi planejado, caso haja alguma pane, ou problema de última hora.

O software desenvolvido pela Força Aérea Argentina ajuda a direção geral a conferir se os objetivos foram cumpridos, mas para isso não é preciso que haja, por exemplo, a perseguição de uma aeronave à outra. Basta ao piloto conseguir chegar no local definido, em um momento pré-determinado, para que a outra aeronave seja considerada abatida. A definição da direção a esse respeito se baseia nos dados coletados e também nos vôos de reconhecimento, que fazem a chamada avaliação de dano de batalha.

“Na verdade, os vencedores desse conflito somos todos nós, que aprendemos a trabalhar de forma conjunta”, ressalta brigadeiro Egito.

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Mobilização: cerca de 300 militares se preparam para o treinamento, que contará com 18 das 50 aeronaves

participantes da Operação Cruzeiro do Sul em Fortaleza (Foto: Cid Barbosa)




CRUZEX IV - Treinamento de guerra nos ares de Fortaleza

Paola Vasconcelos Repórter - Fonte: Diário do Nordeste

A Capital cearense sedia as forças opositoras que participam do maior exercício de combate aéreo da América Latina

O céu de Fortaleza, a partir de hoje, ficará bastante movimentado pelo tráfego de aeronaves tipos Xavantes, caças F5 e A1, Super Tucanos, Helicópteros H1H, Hércules abastecedores KC 130, entre outros. Trata-se do maior exercício de combate aéreo combinado da América do Sul, a Operação Cruzeiro do Sul (Cruzex), coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB), que está sendo realizada em vários estados da Região Nordeste, com a participação de dez países e cerca de 2.500 militares no total. A Base Aérea de Fortaleza, que abriga a força inimiga no exercício de guerra, desde o começo da semana, vive a expectativa do início das atividades simuladas, que devem atingir seu ápice amanhã.

“A população de Fortaleza vai ver diversos tipos de aeronaves rápidas, barulhentas, atravessando o céu da cidade”, anuncia o tenente coronel Edmilson Leite Guimarães Filho, do VII Comando Aéreo Regional da FAB, que informa que a partir de hoje o treinamento de guerra vai se intensificar.

Nos corredores da Base, desde ontem, cerca de 300 militares, entre pilotos, operacionais, técnicos da Aeronáutica de diversos Estados do País se preparam para o treinamento, que contará com 18 das 50 aeronaves participantes do treinamento. A presença de aeronaves como os jatos F5, que voam em velocidade supersônica e que já estão estacionadas no hangar do 1º do 5º Grupo de Aviação, atraem a atenção dos próprios militares de áreas de apoio, que investigam detalhes, tiram fotos e acompanham todos os momentos da operação.

Conforme o tenente coronel Leite Guimarães Filho, o Cruzex é um momento importante na medida em que coloca a Força Aérea do País em posição de destaque no mundo por comandar uma operação que treina e ao mesmo tempo avalia o desempenho dos seus quadros, e de outras nações, além de também proporcionar uma rica troca de experiências entre os países participantes.

O objetivo principal, conforme o tenente coronel, é treinar as Forças Aéreas envolvidas no planejamento de operações combinadas com países aliados, assim como treinar militares da FAB para operar nos mesmos moldes utilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em conflitos internacionais.

A quarta edição do Cruzex tem as cidades de Natal e Fortaleza como sede. Conforme o tenente coronel Leite, em Natal, estão organizadas e reunidas as Forças Aliadas, envolvendo militares do Brasil e de outros países. Já em Fortaleza, as forças opositoras, formadas somente pelos profissionais brasileiros, organizam suas estratégias. “A vantagem é que o Brasil participa do treinamento em ambas as situações“, diz.

Ele explica que a guerra simulada acontece a partir de orientações do Comando Geral do Cruzex, que monitora e avalia todas as operações. Abatimento de aeronaves; engajamento de vôos para evitar aproximação do território; reabastecimento no ar; patrulhamento; resgate de pilotos e bombardeios serão algumas atividades de combate contempladas pelo Cruzex IV.

Apesar de a guerra ser simulada, o tenente coronel Leite destaca que o treinamento é real. “Na verdade o jogo de guerra é realizado por um grande software que gera situações reais que recebem como resposta o combate fictício”, explica ele, citando a fotofilmagem como um dos recursos utilizados no abatimento de aeronaves, por exemplo.

No encerramento do Cruzex IV, os moradores de Fortaleza e de Natal serão presenteados com apresentação da Esquadrilha da Fumaça. Os Super Tucanos se exibem sábado em Natal e domingo em Fortaleza.

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PRAIA DE IRACEMA
Show da Esquadrilha acontece no domingo

Serão oito aeronaves T-27 Tucanos apoiadas por um C-105 Amazonas do 1º Esquadrão do 15º Grupo de Aviação

Com suas aeronaves T-27 Tucanos azuis e amarelos, a Esquadrilha da Fumaça promete encantar mais uma vez os fortalezenses, em apresentação que acontece no próximo domingo, com início pontualmente às 16 horas, no Aterro da Praia de Iracema. A Esquadrilha da Fumaça é considerada a melhor esquadrilha de demonstração do mundo e é recordista mundial pelo Guiness Book em quantidade de aeronaves em vôo invertido.

Serão oito aeronaves T-27 Tucano, apoiadas durante todo o percurso por um C-105 Amazonas, do 1º Esquadrão do 15º Grupo de Aviação, que chegam no domingo, às 10h 30min, onde também se apresentam para público restrito na Base Aérea de Fortaleza.

Os12 experientes pilotos que compõem a esquadrilha prometem fazer uma homenagem à Base Aérea de Fortaleza, que neste ano completa 72 anos, além de acrobacias como espelho, quando uma aeronave voa no dorso da outra; loopings; tunor em formação de oito aeronaves, entre muitos outros. A apresentação será narrada e terá duração de aproximadamente 45 minutos.

Um dos diferenciais da esquadrilha, conforme o tenente coronel Edmilson Leite Guimarães Filho, do setor de Comunicação Social do VII Comando Aéreo Regional da Força Aérea Brasileira (FAB), é que representa o sucesso da experiência brasileira na área. “São aeronaves fabricadas no Brasil, pela Embraer, com pilotos altamente qualificados com formação genuinamente nacional”, explica. Ele acrescenta que a formação de um piloto é permanente. Como disse, a parte básica requer, pelo menos, oito anos de estudos e práticas.

SAIBA MAIS

O que é?
Exercício aéreo multinacional que reúne meios das Forças Aéreas do Brasil e de outros países, na Região Nordeste do Brasil, abrangendo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Como funciona?
O treinamento é baseado em um conflito simulado de baixa intensidade, onde acontece uma guerra simulada, mas com treinamento real.

Quais os países?
Brasil, França, Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela participam de combates simulados com aeronaves e Colômbia, Espanha, Peru, Estados Unidos e Paraguai como observadores.

Estrutura
50 aeronaves brasileiras, 40 aeronaves estrangeiras, 1.800 militares brasileiros e 600 militares estrangeiros.

Contingente no Nordeste
Em diferentes estados, há a participação de dez países e cerca de 2.500 militares.