Natal sedia hoje guerra simulada

Luciana Tito - Da equipe do Diário de Natal

A simulação de guerra da América Latina começa hoje em Natal na Base Aérea local (Bant). É a operação Cruzeiro do Sul IV (Cruzex IV), que terá duração de 14 dias, e contará com a participação de meios das Forças Aéreas da Argentina, do Brasil, do Chile, da França, do Uruguai, Venezuela e meios simulados de Força Terrestre e Força Naval. Essa é a segunda vez que Natal sedia a Operação, a primeira foi em 2004.

A Cruzex é um exercício de Força Aérea, de dupla-ação, que inclui Forças Azuis (Forças da Coalizão) contra Forças Vermelhas (Forças Opositoras), baseado em um conflito simulado de baixa intensidade. No conflito as Forças Aéreas dos países convidados estarão compondo a Força de Coalizão no País Azul, contra a Força Oponente, sediada no País Vermelho.

No cenário fictício da operação, as forças azuis (País vizinho) lutam para expulsar as forças vermelhas(grupo étnico Redo) do país Amarelo e restaurar a legalidade e a paz entre as duas nações. Essa é a quarta edição do treinamento que tem como objetivo principal treinar as Forças Aéreas envolvidas no planejamento de operações combinadas com países aliados, assim como treinar militares da FAB para operar nos mesmos moldes utilizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em conflitos internacionais. Além de incrementar o intercâmbio de experiências e o clima de confiança mútua entre os países participantes, informou o suboficial Amaral.

Ele comentou ainda que para não correr o risco de ter o treinamento interrompido por acidentes, a organização do evento tomou todas as medidas de segurança necessárias, dentre elas a retirada de lixões clandestinos e a despoluição de um lago próximo à Base Aérea, com o objetivo de diminuir a quantidade de urubus nos arredores do aeródromo e evitar choques entre os aviões e urubus. O reabastecimento das aeronaves, outro momento importante, será acompanhado pela equipe de segurança e, em caso de acidente, os bombeiros serão prontamente acionados, quer seja para apagar o fogo, no caso de incêndio, quer seja para lavar a pista, caso ocorra derramamento de combustível. O trabalho de limpeza da pista, por sua vez, será feito por caminhões equipados com uma espécie de vassoura metálica, que recolhe objetos da pista que possam comprometer a segurança, são os chamados Foreing Objects Damage (FOD) ou Danos por Objetos Estranhos, em português.



Mirage vai trazer aeronaves

FONTE: Diário de Natal

Chegam hoje na Base Áerea de Natal, a bordo das aeronaves Mirrage 2000, os militares da França, os da Venezuela com os F-16 e os Uruguaios com os A-37 e IA-58 para completar o contingente da guerra simulada. Do Brasil, já estão em solo potiguar o Esquadrão Guardião, que chegou a bordo de três aeronaves E-99, do Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (2º/ 6º GAV), vindos da Base Aérea de Anápolis, Goiás, num vôo direto de duas horas e meia.

O modelo E-99 é equipado com um exclusivo sistema de radar multimissão Doppler de alta performance. Sua missão é fazer a vigilância do espaço aéreo brasileiro e também controlar outras aeronaves em missões de ataque, para onde a aeronave for, o radar estará junto, facilitando as operações de monitoramento dos aviões. Segundo o Tenente-Coronel Menescal, a aquisição dessas aeronaves são de extrema importância para a defesa das fronteiras do País.


O Esquadrão Adelphi, Primeiro Esquadrão do Décimo Sexto Grupo de Aviação (1º/16º GAV), sediado na Base Aérea de Santa Cruz, Rio de Janeiro. As cinco aeronaves tipo A1 Falcão, popularmente conhecidas como AMX são aviões de ataque e conhecidas por suas características tecnológicas, que permite voar em baixas autitudes. Além de ter boa autonomia, pode ser reabastecido em pleno vôo. Tais características permitem ao Adelphi alcançar pontos distantes, desviar dos sistemas de radar inimigos e alcançar seus alvos em um menor espaço de tempo.

O Esquadrão Flecha, que utiliza aviões A-29, também conhecidos por Super Tucanos. Criado em 2004, o Terceiro Esquadrão do Terceiro Grupo de Aviação (3º/3º GAv), é sediado na Base Aérea de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

O Esquadrão é responsável pelo patrulhamento da fronteira oeste do Brasil, na divisa com o Paraguai e a Bolívia, complementando o trabalho dos esquadrões de Roraima e Rondônia. Além disso, também atua no combate a vôos ilícitos, em conjunto com a Polícia Federal e a Polícia Civil. Os aviões A-29 têm a capacidade de carregar até 1.500 kg de armamento e, ainda, podem operar em pistas com condições precárias, tanto de dia quanto de noite.


A elite da FAB volta à caça

Esquadrão Pampa rumo a Cruzex 2008

Kaiser Konrad
Fonte: DEFESANET - Fotos Guido Berger

Base Aérea de Canoas: Três meses após a histórica participação no Red Flag, nos Estados Unidos, o 1º/14º GAV – Esquadrão Pampa - retorna à arena que o consagrou e o fez reconhecido internacionalmente: a de combate BVR.

Começou hoje a viagem dos três primeiros caças F-5 EM – de um total de seis – que vão participar da Cruzex IV. Baseado em Fortaleza, o Pampa vai cumprir o papel de Agressor no exercício multinacional que acontece a partir da próxima semana em Natal-RN.

Foi na operação Cruzex III, dois anos atrás, que o esquadrão comandado pelo então Tenente Coronel-aviador Luiz Alberto Pereira Bianchi realizou a primeira de uma série de façanhas militares ao derrubar com mísseis BVR Derby caças Mirage 2000 da Força Aérea Francesa. A ação não admitida pela Armée De L’Air chamou a atenção da Força Aérea Americana, que “curiosa”, quis testar os pilotos brasileiros para saber quais eram suas reais capacidades operacionais, originando o convite para a participação na terceira edição deste ano do Red Flag.

Da mesma forma que na Cruzex, os pilotos do Pampa mostraram porque são os melhores da FAB e surpreenderam americanos, turcos e suecos, ao atingir o mesmo índice da USAF em combate aéreo, mas com um equipamento tecnologicamente inferior.

Na Cruzex 2008, além dos Mirage franceses, os pilotos comandados pelo Tenente Coronel-aviador Roberto Fleury Curado terão a oportunidade de treinar combate BVR com os F-5 chilenos. O intercâmbio operacional que já vem acontecendo em esquadrões de ambas às forças aéreas é de interesse da FAB devido à experiência deles em mais de uma década no combate além do alcance visual e, é fortalecido pelo cada vez mais profundo relacionamento político-militar entre os dois países.

A Cruzex é um exercício aéreo multinacional realizado a cada dois anos no Brasil










Vídeo da partida do Esquadrão Pampa rumo a Cruzex 2008: