A Shotai (three-plane section) of Ki.84s of the 52th Sentai, at the end of 1944
Novo comandante japonês pede desculpas por texto sobre guerra
Novo comandante japonês pede desculpas por texto sobre guerra
Reuters/Brasil Online - Isabel Reynolds - Via O Globo
O novo chefe da Força Aérea do Japão pediu desculpas nesta sexta-feira por seu antecessor, demitido na última semana por negar que o Japão tenha sido um agressor na 2a Guerra Mundial, e prometeu restaurar o orgulho de suas tropas.
Kenichiro Hokazono, 57 anos, substitui Toshio Tamogami, que rejeitou a história e incitou a ira na China e na Coréia do Sul, onde muitos sofreram sob as agressões dos japoneses durante a guerra.
"Eu peço sinceras desculpas por uma pessoa que, com cargo importante na Força Aérea, ter prejudicado a confiança das pessoas ao expressar publicamente uma opinião diferente da visão do governo", disse Hokazono a jornalistas em sua primeira entrevista coletiva.
"Eu pretendo assumir a liderança e criar uma Força Aérea ativa, repleta de confiança e orgulho", disse ele.
A opinião de Tamogami também é partilhada entre alguns políticos e estudiosos de direita. No entanto, o governo anunciou um pedido oficial de desculpas em 1995 e endossado pelo primeiro-ministro Taro Aso.
Oficiais japoneses se negam a pedir desculpas por 2a Guerra
Reuters/Brasil Online - Por Isabel Reynolds Via: O Globo
Mais de 70 oficiais da Força Aérea japonesa escreveram textos argumentando que o país não deveria ter se desculpado por suas ações na 2a Guerra Mundial, provocando mais uma polêmica a respeito do passado militarista japonês.
O chefe do Estado-Maior da Força Aérea foi demitido na semana passada após ter apresentado a um concurso um ensaio em que dizia que o Japão não foi a parte agressora na guerra, algo que provocou indignação na China e na Coréia do Sul, onde muita gente sofreu sob a ocupação japonesa.
As opiniões do brigadeiro Toshio Tamogami são compartilhadas por alguns políticos e historiadores direitistas, mas contradizem o pedido formal de desculpas feito em 1995 pelo então primeiro-ministro Tomiichi Murayama.
O texto de Tamogami foi premiado no concurso, organizado por uma imobiliária, e foi publicado em um site na Internet. Na quinta-feira, o Ministério da Defesa disse que 78 membros da Força Aérea, sendo 74 oficiais, inscreveram ensaios no concurso.
Toshio Motoya, executivo-chefe da imobiliária Apa Group, disse por telefone à Reuters que todos os textos contêm opiniões semelhantes às de Tamogami.
"A opinião do governo e a declaração de Murayama estão erradas, e isso está sendo distorcido pela imprensa", disse Motoya. "Todos os 230 inscritos disseram que o que está sendo ensinado e transmitido pela mídia está errado. Não houve ensaios manifestando uma visão contrária. Foram todos próximos do senhor Tamogami."
Motoya disse participar de um "grupo de amigos" ligado a uma base aérea, mas negou ter promovido o concurso nos quartéis e disse ter ficado surpreso ao ver Tamogami entre os inscritos.
"Nós nos perguntamos se seria correto publicar. Entramos em contato com ele, e ele disse que mantinha firmemente sua opinião e bravamente disse que poderíamos divulgar seu nome e patente."
O ensaio critica as duras restrições impostas aos militares do Japão pela Constituição pacifista do país, promovida pelos EUA após a 2a Guerra Mundial. O brigadeiro pede aos leitores que "recuperem a gloriosa história do Japão".
"A mídia japonesa está dizendo todo tipo de coisas terríveis, mas acho que ele é um samurai com opiniões sensatas", disse Motoya.
O primeiro-ministro Taro Aso está ansioso para encerrar esse assunto, pois dentro de algumas semanas participará de uma cúpula com China e Coréia do Sul no sul do Japão.
O próprio Aso já foi criticado por comentários aparentemente elogiosos à colonização japonesa na península da Coréia (1910-45). Mais recentemente, porém, ele disse concordar com o pedido de desculpas de Murayama.
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