O presidente José Manuel Barroso, o primeiro ministro Gordon Brown, a chenceler alemã Angela Merkel, o primeiro ministro espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, o presidente mexicano Felipe Calderon, o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o americano George W. Bush (Foto: Michael Gottchalk/AFP).
Líderes do G20 concordam em trabalhar juntos para conter a crise
Comunicado oficial foi divulgado ao fim do encontro neste sábado.
Chefes não definiram ação conjunta de juros ou gastos públicos.
Do G1, em São Paulo
Os principais líderes mundiais reunidos na cúpula do G-20 se comprometeram neste sábado (15) a fazer o que for necessário para proteger o sistema financeiro mundial de um colapso, depois da séria crise provocada pelo desmoronamento do mercado de hipotecas dos Estados Unidos.
Entre as medidas a serem adotadas estão a reforma das instituições financeiras multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Um novo encontro do G-20 para avançar sobre a generalização apresentada no encontro de hoje será realizada em 30 de abril do ano que vem. O presidente da França, Nicholas Sarkozy, sugeriu que o encontro seja em Londres, já que o Reino Unido assumirá a presidência rotativa do grupo, que hoje está com o Brasil.
No documento final do encontro, realizado neste sábado, os líderes afirmaram que é preciso definir as base de uma reforma que assegure que crises globais não aconteçam de novo. Além disso, eles se comprometem a aplicar medidas fiscais para estimular as economias nacionais e estabelece cinco áereas em que terão que atuar antes de 31 de março de 2009.
As áreas são: a reforma dos aspectos de regulação, as normas de contabilidade, a transparência dos mercados de derivativos, as práticas de remuneração e a avaliação das necessidades de capital das instituições financeiras internacionais.
Mas eles não se comprometeram com a coordenação de cortes de juros ou de gastos públicos para conter o que pode ser uma recessão global profunda, dizendo que quaisquer ações estão abertas a cada país, de acordo com o texto.
Reformas
Em referência ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (BM) os líderes propuseram sua reforma para adaptá-los aos desafios dos tempos atuais.
Os chefes de Estado e de governo do G20 prometeram dar um maior peso nestas entidades às nações em desenvolvimento, incluídas as mais pobres.
A declaração final reconhece os "sérios desafios" que a economia mundial e os mercados financeiros enfrentam, e destaca a decisão dos líderes de "trabalharem juntos" para restaurarem o crescimento econômico.
"Nosso trabalho será guiado por uma crença compartilhada de que os princípios do mercado, o comércio aberto e os regimes de investimento, mercados financeiros efetivamente regulados alimentarão o dinamismo, a inovação e o empreendedorismo que são essenciais para o crescimento econômico, emprego e redução da pobreza", de acordo com o texto.
O documento diz que os ministros de finanças deverão estabelecer uma lista das entidades financeiras cuja quebra afetaria o conjunto do sistema financeiro.
Além disso, os líderes concordaram em reunir-se novamente antes de 30 de abril de 2009 para revisar a implementação dos princípios e decisões adotados neste sábado.
Mais regulação
O comunicado destaca ainda a necessidade de se aumentar a regulação e a fiscalização das atividades ligadas ao mercado financeiro. “Reguladores precisam garantir que suas ações estimulem a disciplina do mercado, evitem potenciais impactos adversos em outros países, incluindo arbitragem regulatória”, disse o texto.
“Nós defendemos que se garanta que todos os mercados financeiros, produtos e participantes sejam regulados ou sujeitos à fiscalização, como seja apropriado as suas circunstâncias”.
“Nós concordamos que uma medida de resposta mais ampla é necessária, baseada em cooperação macroeconômica, para restaurar crescimento, evitar turbulências e apoiar economias de mercados emergentes e de países em desenvolvimento”.
Os líderes concordaram em usar “medidas fiscais” e disseram que eles reconhecem a “importância do apoio da política monetária”, disse o esboço, afirmando que eles iriam “tomar qualquer ação posterior necessária para estabilizar o sistema financeiro”.
Retomada de Doha
A declaração, elaborada em uma reunião de cinco horas, também incluiu rejeição ao protecionismo, disse uma fonte próxima às negociações. No documento, os líderes pedem um acordo para resgatar negociações da Rodada de Doha, que buscam a liberalização do comércio internacional.
Além disso, pedem que não sejam levantadas barreiras comerciais nos próximos 12 meses.
"Em relação a isto, nos próximos 12 meses nos absteremos de levantar novas barreiras a investimentos ou ao comércio de bens e serviços, de impor novas restrições às exportações ou de implementar medidas incoerentes com com a Organização Mundial de Comércio (OMC) para estimular as exportações".
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