Conflito na Faixa de Gaza - Ofensiva terrestre - Segundo dia
Exército de Israel combate nas ruas, após operações aéreas
A operação de retaliação contra o movimento «Hamas», levada a cabo pelo exército de Israel, continua neste momento com operações terrestres en vários pontos da região de Gaza.
Na primeira fase foram efectuados ataques aéreos utilizando bombas de precisão, guiadas quer por Laser quer por GPS.
Muitas das vítimas dos ataques da Força Aérea de Israel destinaram-se a desarticular a policia da organização Hamas (reconhecida internacionalmente como organização terrorista) com ataques contra as suas instalações mais conhecidas.
No entanto a desarticulação da organização Hamas, não é possível apenas com a utilização de ataques aéreos. A intrincada estrutura de túneis que ligam as caves de muitos edifícios em Gaza (que é basicamente uma cidade com vários núcleos urbanos totalizando mais de 1.500.000 habitantes.
Operações terrestres
As operações terrestres, destinaram-se a tomar pontos estratégicos dentro de Gaza, permitindo assim utilizar esses pontos para outras operações. Gaza foi na prática cortada em duas metades, quando os tanques e carros de combate pesados avançaram até à costa do Mediterrâneo, cortando a faixa terrestre de Gaza em dois. A partir das posições tomadas junto ao mar, as forças de Israel inflectiram para norte, na direcção da cidade de Gaza propriamente dita. Várias instalações do Hamas e da sua estrutura militar foram entretanto destruídas, embora se calcule que estruturas subterrâneas continuem operacionais.
Entre as instalações tomadas encontra-a a emissora de TV do movimento Hamas, que ficou conhecida pela divulgação de programas infantis em que se promovia o terror e em que crianças de 6 anos de idade eram convencidas das vantagens de se explodirem em ataques terroristas.
Os combates nas ruas da cidade de Gaze prosseguiam ao inicio da noite, ao mesmo tempo que forças de Israel pareciam estar na posse de Bet-Hanoun no extremo nordeste da faixa de Gaza.
As operações efectuadas com forças terrestres tiveram inicio no fim de semana, tendo Israel lançado tropas de infantaria contra as forças do Hamas, apoiadas por carros de combate pesados Merkava-4. A infantaria tem sido vista a bordo de viaturas blindadas de transporte de pessoas pesadas, do tipo Achzarit.
O Achzarit é um tanque de construção soviética do tipo T-54 ou T-55 convertido em Israel. Na prática é um tanque sem torre e com uma blindagem adicional reforçada, que se destina a permitir a operação de forças de infantaria garantindo um elevado nível de protecção.
Desproporção de vitimas dos dois lados
Até ao momento, o numero de vítimas da parte do Hamas tem sido muito mais elevado que do lado do exército de Israel, o que era esperado.
A operação contra a região de Gaza, recorda a que aconteceu no Verão de 2006 contra o Sul do Líbano. Desde essa altura que as Forças Armadas de Israel pretendem «limpar» a imagem de pouca eficiência que deixaram na opinião pública do país.
Os danos colaterais são elevados e as tácticas utilizadas pelo Hezbollah no Sul do Líbano, e aconselhadas pelos iranianos (uma sociedade onde a captura de reféns é considerada uma arma legítima) levaram à instalação propositada de instalações militares nas proximidades de hospitais, escolas e todo o tipo de instalação onde um ataque de Israel possa provocar o maior numero de vítimas civis, que podem posteriormente ser utilizadas como propaganda.
Do ponto de vista militar, a utilização de carros de combate pesados é complexa em zonas urbanas, e segundo muitos especialistas militares pouco recomendada.
Os carros de combate pesados como o Markava-4 são apoiados por infantaria apeada (que utliza os Achzarit para se locomover) que serve para atacar pequenos grupos de soldados que tentem atacar os tanques.
Um dos problemas em Gaza, reside no facto de se tratar de uma área urbana, onde a colocação de armadilhas anti-tanque não é tão simples quando nas estradas do Sul do Líbano, onde se perderam ou foram danificados vários Merkava-4 em 2006.
Avançando por estradas alcatroadas, os tanques têm mais segurança e correm menos riscos de cair em armadilhas de explosivos.
Isto torna a destruição de tanques possível apenas com armas anti-tanque como os Kornet de fabrico soviético e os seu derivados alegadamente fornecidos ao Hamas pelos Guardas da Revolução do Irão.
Com o apoio massivo dos Guardas da Revolução iraniana, o Hamas conseguiu construir uma impressionante estrutura defensiva, que inclui quilómetros de túneis que possibilitam a movimentação das células do movimento entre as várias áreas da região de Gaza.
Além de permitirem esta mobilidade fora do alcance dos sistemas de vigilância de Israel, os túneis permitem ainda atravessar a fronteira em direcção ao Egipto, onde a aquisição de armas se torna muito mais fácil.
Os ataques de Israel ocorrem na sequência dos contínuos bombardeamentos efectuados por parte do movimento Hamas contra o Sul de Israel, utilizando foguetes de artilharia de fabrico local, e outros de maiores dimensões (equivalentes aos Katyusha de 122mm).
Estes foguetes de artilharia não são armas precisas e destinam-se unicamente a ser utilizados como armas de terror para garantir uma acção por parte de Israel.
O regime do Hamas na Faixa de Gaza não oferece qualquer solução para a população palestiniana na área. A estrutura militar da organização é totalmente suportada pelo regime Iraniano. Em teoria a população é apoiada com meios e recursos internacionais, principalmente de países da União Europeia.
Conflito na Faixa de Gaza, dia a dia retrospectiva em vídeo
Fonte: G1
Veja nos vídeos abaixo os principais acontecimentos de cada dia desde o início dos ataques aéreos israelenses à Faixa de Gaza, em resposta aos foguetes lançados pelo Hamas contra cidades de Israel:
| 06/01/2009 - No 11º dia de guerra, soldados de Israel e militantes do Hamas se enfrentam nas ruas da Cidade de Gaza. O correspondente Alberto Gaspar afirma que a situação na região é de caos humanitário. |
| 06/01/2009 - O presidente Bush disse que Israel está apenas se defendendo e revidando o ataque iniciado pelos palestinos e que, para haver um cessar-fogo, o Hamas terá que interromper o lançamento de foguetes. |
| 05/01/2009 - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou com a ministra israelense Tizpi Livi. Ele reiterou a preocupação de Lula sobre o conflito na Faixa de Gaza e que uma trégua é necessária. |
| 05/01/2009 - Os confrontos entre as forças armadas de Israel e os militantes do Hamás entram no décimo dia. De acordo com emissora de rádio, 30 alvos palestinos teriam sido destruídos durante a noite. Número de mortos passa de 500. |
| 05/01/2009 - Continuou durante a madrugada os ataques militares na Faixa de Gaza, que entraram no décimo dia. O mercado financeiro também está sendo afetado: por causa dos conflitos, o preço do petróleo disparou. |
| 05/01/2009 - Nos últimos dias, o Hamas lançou mais de 300 foguetes kassam, iranianos e chineses. O grupo enfrenta um dos exércitos mais poderosos do mundo. Em 60 anos, o país venceu três guerras de grande escala. Analistas apontam que Israel tem cerca de 200 armas nucleares. |
| 04/01/2009 - As tropas de Israel fazem um bombardeio pesado contra o centro de Gaza. Em nove dias de ofensiva, 480 pessoas morreram e 2.500 ficaram feridas. Na Cisjordânia, um palestino morreu durante um protesto. |
| 03/01/2009 - Depois de oito dias de bombardeios, tropas de Israel avançaram, neste sábado (3), por terra sobre a Faixa de Gaza. Foi uma invasão longamente preparada e aunciada. |
| 02/01/2009 - Nesta sexta-feira, dia sagrado para muçulmanos, o governo israelense fez novos ataques contra a Faixa de Gaza. O grupo Hamas pediu que os fiéis fossem às ruas, no que foi chamado de um 'Dia de Fúria'. |
| 01/01/2009 - Nesta quinta-feira, Israel bombardeou a Faixa de Gaza pelo sexto dia seguido. Um dos ataques matou um dirigente do grupo Hamas que defendia os atentados de terroristas suicidas. |
| 31/12/2008 - O governo de Israel se recusou a aceitar a proposta de cessar-fogo de 48 horas na Faixa de Gaza, feita pela França. Os dois países não param de disparar foguetes e causar mortes. |
| 30/12/2008 - Segundo as Nações Unidas, 64 palestinos mortos em Gaza eram civis. Destes, sabe-se que ao menos 20 eram crianças. A pressão de líderes mundiais para que Israel declare cessar-fogo aumentou. |
| 29/12/2008 - Chega a 335 o número de palestinos mortos em três dias de ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. Do lado israelense, são quatro mortos em ataques de foguetes. |
| 28/12/08 - Israel convocou reservistas para ação militar em Gaza. O número de mortos no confronto chega a 286. A aviação israelense agora bombeia a fronteira de Gaza com o Egito. |
| 27/12/08 - As Forças Armadas de Israel lançaram uma das maiores ofensivas já registradas contra o grupo palestino Hamas. A ação matou 227 pessoas e mais de 700 ficaram feridas. |
| 26/12/08 - Antes de qualquer ataque, Israel permitiu a entrada de suprimentos em Gaza, atendendo a apelo de organizações humanitárias: foram cerca de de 90 caminhões com alimentos, remédios e combustível. |
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