França envia fragata para patrulhar águas de Gaza
Reuters - Via Veja - (Reportagem de Estelle Shirbon)
A França decidiu enviar uma fragata com helicópteros para patrulhar as águas internacionais em frente à Faixa de Gaza, como parte dos esforços para consolidar o cessar-fogo na região, disse o Palácio do Eliseu na sexta-feira.
A nota divulgada pelo gabinete do presidente Nicolas Sarkozy diz que a vigilância, destinada a evitar o tráfico de armas para o grupo islâmico Hamas na Faixa de Gaza, será realizada com a total cooperação de Egito e Israel.
"O que é urgente agora é consolidar o cessar-fogo, o que exige ação humanitária, um fim total do tráfico de armas para Gaza, a reabertura durável dos acessos à fronteira, a reconstrução e a reconciliação entre os palestinos", disse a nota.
Sarkozy fez duas viagens diplomáticas ao Oriente Médio durante os 22 dias da recente ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, na tentativa de mediar um cessar-fogo. Ele disse que a França está preparada para ajudar no que for possível para restaurar a calma.
Israel diz que atacou a Faixa de Gaza para impedir o Hamas de disparar foguetes contra o seu território. No lado palestino, o conflito matou 1.300 pessoas, a maioria civis, e feriu outras 5.000. Israel registrou 13 mortos, sendo 10 soldados e 3 civis atingidos por foguetes.
A nota da presidência francesa pede que o novo governo dos EUA e seus parceiros europeus estabeleçam rapidamente uma estreita coordenação para propor ações complementares contra o tráfico de armas por mar e terra.
"Essas ações precisam ser acompanhadas por uma reabertura total e permanente dos acessos fronteiriços a Gaza. Por isso o presidente reiterou seu apelo para uma rápida reativação do posto de controle de Rafah (fronteira Gaza/Egito), sob controle europeu, no qual a França tomará parte integralmente", diz o texto.
Israel rejeitou na sexta-feira vários outros apelos pela reabertura total da Faixa de Gaza, onde só cargas humanitárias estão sendo admitidas.
Guerra de Gaza custou cerca de US$ 8 milhões por dia
AE - Agencia Estado
A guerra de Gaza custa cerca de US$ 8 milhões por dia aos cofres de Israel. Em pouco mais de duas semanas, as despesas chegam a US$ 130 milhões, indica um boletim de conjuntura da Bolsa de Valores de Tel-Aviv. E esse é apenas o preço das operações militares - sem contar as perdas indiretas, representadas pela interrupção da produção industrial, a redução da atividade do comércio e o colapso no turismo ou o aumento da inflação e do desemprego.
A avaliação não surpreendeu Ariel, nome fictício de um oficial de média patente da reserva israelense, que vive no Brasil. Ex-integrante das forças especiais, veterano da campanha no sul do Líbano em 2006, ele é especialista em gestão empresarial e concorda com o valor da conta do conflito. Para ele, o governo de Israel pode manter esse ritmo por mais duas semanas, em regime de contenção, ou mesmo por mais um mês, nesse caso sob condições de exceção, previstas em lei, semelhantes às vigentes no estado de sítio.
Uma hora de voo de caça em condições de ataque - só o voo, sem contar as bombas inteligentes e mísseis que podem custar até US$ 1,5 milhão - não sai por menos de US$ 5 mil. A estimativa é de que a aviação israelense tenha mobilizado cerca de 60 supersônicos F-16 Block 60 e F-15D, responsáveis por cerca de 120 saídas de combate.
Além dessa força, destaca Ariel, devem ser considerados os cerca de 30 helicópteros Apache e Cobra, encarregados da cobertura de ponto. Em terra, a fatura do deslocamento de tanques Merkava de 65 toneladas e dos blindados usados para o transporte de tropas é variável, ?mas um tiro de munição especial de 120 mm perfurante não sai por menos de US$ 2,5 mil?. Além disso, treinamento, manutenção e equipamento para soldados dos grupos especiais não saem por menos de US$ 250 mil ao ano. Ariel não está em Gaza por causa de uma complexa cirurgia que passou, da qual ainda não se recuperou totalmente.
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