Tentativa de poupar dinheiro leva a escalada de custos
Área Militar

Os problemas com os helicópteros Chinook adquiridos pela Grã Bretanha à Boeing estão no meio de uma chuva de críticas contra as autoridades militares do país, porque após a sua compra em 1995, os militares britânicos ainda não conseguiram colocar os helicópteros ao serviço.

Como resultado, há missões que os militares britânicos são obrigados a fazer por estrada, quando poderiam com maior facilidade faze-lo por helicóptero, o que também reduziria os riscos a que os militares estão sujeitos no Afeganistão.

A história remonta a 1995, quando oito Chinook versão HC2 foram adquiridos pela Grã Bretanha, uma versão mais barata e menos sofisticada que a HC3 que já estava disponível na altura.
O Ministério da Defesa da Grã Bretanha decidiu iniciar um processo próprio de modernização que permitiria modificar os helicópteros para a versão HC3 mais sofisticada, mas que utilizaria sistemas de navegação e outros equipamentos electrónicos de origem britânica, com o objectivo de tornar a aeronave mais barata.

Mas até ao momento os britânicos não conseguiram adaptar as aeronaves para a utilização de sistemas mais modernos.
Uma das razões do fracasso dos técnicos britânicos está na recusa da Boeing em ceder os códigos fonte de várias funções dos sistemas de bordo do helicóptero que permitiriam estabelecer a ligação com os equipamentos britânicos.

A Boeing afirmou que não cederia esses códigos, porque os britânicos não pagaram a versão HC3 do helicóptero mas sim a versão HC2, não podendo por isso solicitar o fornecimento de um sistema que na realidade não compraram e muito menos pagaram.

A situação tem-se mantido confusa, até que os britânicos sem outra opção decidiram voltar a reconverter os helicópteros para a versão original, voltando a instalar os avionicos de origem americana mais antigos.
Assim, para além dos custos dos helicópteros, dos custos da modernização (que foi deitada para o lixo porque nunca funcionou), os britânicos agora têm que pagar a reconversão (ou downgrade), o que eleva o custo total das oito aeronaves para mais de 500 milhões de Euros, ou seja, mais de 63 milhões de Euros por unidade.

O custo total, ficou mais alto que o custo original, se os britânicos tivessem optado pela aquisição da versão mais moderna da Boeing.