ANP pesquisará novas áreas de petróleo no CE
Diário do Nordeste - Sérgio Souza
Os novos estudos já contam com R$ 15 milhões. Caso confirmado óleo, novos blocos podem ser leiloados no Ceará
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) irá avançar na procura por novos territórios petrolíferos no Ceará. Duas novas áreas já estão incluídas nos planos de pesquisa do órgão e já contam com R$ 15 milhões reservados para a realização, neste ano, de levantamentos geoquímicos para verificar se existe, ou não, petróleo e gás em quantidades comercializáveis. O valor será utilizado para pesquisar toda a Bacia do Ceará e parte da Bacia do Araripe. Entretanto, a inclusão de toda a região do Cariri, que fica nesta última bacia, também já está garantida.
A confirmação dessas pesquisas foi dada pelo presidente da ANP, Haroldo Lima. Através do Ofício IA nº 047-2009, ele assegura: ´informamos que as Bacias do Ceará e Araripe estão inclusas no Plano Plurianual de Geologia e Geofísica da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e para ambas as bacias existem investimentos previstos para o corrente ano´.
A Bacia do Ceará já é explorada em plataformas marítimas no município de Paracuru. Entretanto, ainda não existe um conhecimento completo do potencial da bacia, que se estende por todo o litoral leste do Estado, abrangendo ainda o Piauí. De acordo com a ANP, os estudos serão realizados mais precisamente na porção marítima das extensões das sub-bacias de Piauí, Acaraú e Icaraí. O levantamento abrangerá uma extensão geográfica de 7,4 mil quilômetros quadrados.
Novos blocos em leilão
´(...) serão coletadas amostras de assoalho oceânico visando identificar e caracterizar a presença de geração de óleo e/ou gás na bacia´, explica o ofício. ´No caso de detectar a presença de hidrocarbonetos em parte significativa das amostras coletadas, ocorrerá uma importante elevação da atratividade dessa bacia, ou seja, diante de um resultado positivo desse levantamento, será possível a seleção de áreas para a oferta de concessões de blocos em futuras licitações´.
Já a Bacia do Araripe, localizada na região sul do Estado e englobando o Cariri cearense e os estados de Pernambuco, Piauí e Paraíba, ainda não foi explorada. Matéria publicada pelo Diário do Nordeste na edição do dia 12/3/2009 já informava, entretanto, que um estudo já vem sendo feito no local por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Petrobras, para identificar a possibilidade de existência de óleo na área.
Desta vez, a ANP afirma que irá coletar 2000 amostras de solo, com as quais fará análises laboratoriais e interpretação de dados geoquímicos. ´Este estudo visa à identificação de possíveis acumulações de hidrocarbonetos em superfície e a delimitação de áreas com maior atratividade exploratória´, informa a ANP. Será estudada uma área de 7.500 quilômetros quadrados e, assim como na do Ceará, caso seja detectada presença significativa de óleo e gás, ocorrerá uma importante elevação da atratividade da bacia.
A Superintendente de Definição de Blocos da ANP, Kátia da Silva Duarte, explica que ainda existe uma baixíssima densidade de dados a respeito da Bacia do Araripe, que possui apenas dois poços perfurados. Segundo ela, mesmo que não possua nenhum sistema petrolífero comprovado, a bacia pode vir a ter interesse exploratório no futuro.
De acordo com o senador Inácio Arruda, que se reuniu com o diretor da ANP no mês passado, os estudos nessas áreas serão licitados e contratados esse ano para que, no ano que vem, a pesquisa tenha início. Até o final de 2010, os resultados deverão estar prontos, afirma o senador.
Cariri
Inácio informa ainda que, nesse plano, está incluída, na Bacia do Araripe, apenas a área que envolve a Chapada do Araripe, não abrangendo toda a extensão da bacia. ´Entretanto, solicitei que a ANP ampliasse a área e o diretor me garantiu que ela será estendida para todo o Cariri cearense. Ainda não tem um valor fechado para as pesquisas nessa área, mas o estudo será contratado no ano que vem´, explica.
EM MARÇO
Petrobras: mais um recorde de produção
Atualmente, a produção privada de petróleo no Brasil gira em torno dos 60 mil barris por dia
Rio. A Petrobras bateu novo recorde de produção de petróleo em março, atingindo a média de 1,992 milhão de barris por dia no Brasil. O volume é 2,7% superior ao registrado em fevereiro, o que representa um crescimento de 52 mil barris por dia, e 10,6% maior que o de março de 2007.
Segundo a empresa, o recorde foi proporcionado pela entrada de novos poços em operação nas plataformas Cidade de Niterói e P-53, no Campo de Marlim Leste, e P-54, em Roncador, ambos na Bacia de Campos. Somando o gás natural, a estatal produziu no Brasil uma média de 2,315 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Houve crescimento expressivo na produção interna de gás, que atingiu 51,4 milhões de barris por dia, volume 5,2% superior ao registrado em fevereiro. Segundo a empresa, a maior produção é fruto de flutuações do mercado, o que pode indicar alguma recuperação no consumo do combustível.
Meta atingida
Para a analista Camila Saito, da Tendências Consultoria Integrada, o desempenho da estatal nos três primeiros meses do ano indica que a média de produção estipulada para 2009, de 2,05 milhões de barris de petróleo por dia, será atingida. ´Para este ano, nossa expectativa é de que a produção nacional se situe entre 2,06 milhões e 2,10 milhões de barris por dia´, diz a especialista. ´Além da Petrobras, a Shell e a Chevron deverão contribuir para a evolução da produção nacional no segundo semestre´, completa Camila.
Atualmente, a produção privada de petróleo no Brasil gira em torno dos 60 mil barris por dia, extraídos principalmente dos Campos de Bijupirá-Salema, que tem participação da Shell, e Polvo, operado pela norte-americana Devon.
Há também pequena produção por empresas privadas em campos terrestres, principalmente na região Nordeste.
No exterior
As atividades internacionais da Petrobras não repetiram o bom desempenho no Brasil. A produção de petróleo em outros países caiu 1,25%, na comparação com o mês anterior, para 126,2 mil barris por dia.
A produção de gás diminuiu 2,83%, para 16,378 milhões de metros cúbicos por dia. A estatal não explicou, entretanto, a razão da queda.
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