Embraer prevê até 39% das entregas de 2009 financiadas pelo BNDES
Valor Online - Vanessa Dezem - Via O Globo
A Embraer afirmou que os financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos clientes da empresa poderão representar de 25% a 39% do total de entregas da fabricante de aviões em 2009. "Temos conseguido apoio para que os nossos clientes sejam financiados pelo BNDES para comprar nossas aeronaves. Várias empresas estão comprando desta forma e acreditamos que de 25% a 39% do total das entregas em unidades serão de entregas financiadas pelo BNDES até o fim do ano", afirmou o vice-presidente financeiro da Embraer, Luiz Carlos Siqueira Aguiar.
Os financiamentos do BNDES podem colaborar para melhorar a situação da empresa que, no primeiro trimestre experimentou uma queda de 11,1% da entrega de jatos para os segmentos de aviação comercial e executiva frente ao mesmo período do ano passado. "Segundo nossa percepção, o momento crítico (de cancelamentos e prorrogações de entregas) foi no primeiro trimestre, principalmente em janeiro e fevereiro. Já não estamos percebendo nenhuma piora do cenário. Em abril, não houve novos cancelamentos", garantiu Aguiar.
O executivo afirmou ainda que a companhia projeta uma margem EBIT (da sigla em inglês, lucro antes de juros e impostos) de 10% para 2009, "uma estimativa bastante ousada", segundo afirmou o próprio vice-presidente financeiro, dado que a margem do ano passado ficou em 8,5%. "Acreditamos que é possível realizar, já que a indústria historicamente fatura 40% no primeiro trimestre e 60% no segundo", disse.
Sobre 2010, no entanto, há cautela com relação às projeções. "Ainda sentimos dificuldades em ter uma visão clara sobre 2010. Portanto, não vamos fazer estimativas por enquanto", afirmou Aguiar. Mesmo sem projeções determinadas, ele disse que empresa acredita que a partir do terceiro trimestre poderá ser observada uma redução nos estoques.
A cautela também é evidenciada com relação aos efeitos da gripe suína sobre os negócios do setor aéreo. "Não dá para falarmos que não vamos ser atingidos, mas as rotas que cobrimos são menores, então, provavelmente, devemos ser menos prejudicados", comentou Aguiar.
O representante da Embraer confirmou que a empresa não pretende realizar mais nenhuma demissão por enquanto depois daquelas anunciadas em fevereiro. Ele disse que a fabricante de aviões já gastou US$ 50 milhões com despesas provocadas pelo corte de 20% de seus funcionários comunicado no segundo mês de 2009.
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