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Ministério da Defesa planeja investimento bilionário em aeronaves e blindados
Indústria bélica é saída para movimentar negócios e enfrentar a crise

Fonte: Zero Hora - Por Humberto Trezzi, Rio de Janeiro - humberto.trezzi@zerohora.com.br


Em épocas de crise, a indústria bélica sempre foi uma saída para movimentar negócios e empregos. E não vai ser diferente no Brasil, anunciou o ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim, que abriu nesta terça-feira a sétima edição da Latin America Aero e Defence 09, a maior feira continental de armamentos, que ocorre no Rio de Janeiro. O investimento promete ser bilionário.

Concepção do URUTU III

Jobim não ficou só no discurso. Confirmou a fabricação, a partir de 2010, de 50 helicópteros militares Super Cougar (ataque e transporte) pela indústria Helibras, uma empresa de capital misto (do governo de Minas Gerais e do grupo francês Eurocopter) com sede em Itajubá (MG). Desse total, 16 aparelhos irão para a Marinha, 16 para a Aeronáutica e o restante para o Exército. O valor do investimento está entre 150 milhões e 200 milhões de euros, o que inclui a ampliação da planta da fábrica mineira.

O ministro, que visitou a feira bienal montada no Riocentro (Barra da Tijuca), posou também para fotos junto ao novo Blindado de Transporte de Pessoal que começará a ser fabricado pela Iveco (subsidiária da Fiat) em Sete Lagoas (MG). Jobim, que tem mais de 1m90cm de altura, ficou pequeno ao lado desse gigantesco carro, feito em 14 toneladas de aço, com motor de 350 cv e capacidade para carregar até 20 soldados. O blindado, dotado de uma metralhadora antiaérea calibre .50 fabricada no Brasil e acionada por controle remoto, terá as primeiras 16 unidades produzidas até o ano que vem e substituirá o Urutu, também de fabricação nacional, mas de blindagem mais fraca. O custo de cada veículo é de US$ 1,5 milhão.


— Se depender da nossa vontade, serão produzidas 50 unidades por ano, umas 1,3 mil para modernizar a frota — resume o coronel José Carlos dos Santos, do setor de Engenharia do Exército e um dos mentores do blindado, já apelidado por Jobim de "Urutuzão".


C-390 - "Bandeirante II" (sugestão do blog)
em nova concepção na versão de reabastecimento em vôo - Versão "tanker" - KC.

O ministro Jobim adiantou ainda que será anunciado ainda hoje um contrato entre a Embraer e as Forças Armadas brasileiras, sem dar detalhes. A expectativa no mercado é de que o citado negócio seja a fabricação, por parte da empresa de aeronaves sediada em São José dos Campos (SP), de jatos Embraer 390 em versão militar — para reabastecimento em vôo e transporte de tropas.

O aparelho terá capacidade para levar 64 paraquedistas ou 13 soldados e um blindado leve. Bimotor a jato, ele substituiria, gradualmente, a imensa frota de quadrimotores Hércules C-130 que são a espinha do transporte na Aeronáutica. O contrato inicial seria de 22 aeronaves, que começariam a ser entregues a partir de 2015, a um custo total de US$ 1,3 bilhão.

Caso seja confirmado hoje, como esperado, o bilionário contrato com a Embraer poderia reverter em parte as 4,5 mil demissões anunciadas recentemente pela empresa e que ainda são discutidas na Justiça. O ministro Jobim usou uma frase de efeito para justificar o anúncio de investimentos, mesmo em tempos de aguda recessão mundial.

— Nosso Plano Estratégico de Defesa é de longo prazo. A crise é de curto prazo.