https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY_aMedtSKuqO6eQguJQ_AcOVLg_Nhxl0TSqHEKgaDWXIqEKSQmHkye6gSAtm8RkU6bpTNXwjBGi4Wd-0xWPrOJAGgzQ03wkZynPjIeW6sGR3qKWhJY1CesQPWeOC7SSaGEBPExVDfuds/s400/Aerolineas+-+Embraer.jpg

Governo argentino compra 20 jatos regionais da Embraer

Júlio Ottoboni - Gazeta Mercantil

O governo da Argentina oficializou a compra de 20 jatos regionais modelos 190 e 195 da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). O acordo de que deveria ter sido anunciado na última visita do presidente Lula ao país vizinho, ocorrido no mês passado, só foi firmado na manhã de ontem com a recém reestatizada Aerolíneas Argentinas.

Os valores não foram revelados, mas estima-se que sejam da ordem de US$ 650 milhões. A compra será realizada via empréstimo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Mas há expectativas que alcance a médio prazo um montante superior a US$ 1 bilhão.

O acordo binacional ainda envolve outros interesses na área, como a reativação da Fábrica de Materiais de Córdoba, que produzia aviões militares e se encontrava desde os anos 90 sob responsabilidade da companhia norte-americana Lockheed Martin. Nos últimos meses, a unidade fabril foi retomada pelo estado argentino.

Contrapartidas

A Embraer terá por força de contrato estabelecido em regime de off set, que exige contrapartida por parte do vendedor, recuperar as condições produtivas da unidade fabril argentina onde serão produzidas peças de reposição e partes de aeronaves, nacionalizando parte da frota da Embraer no país, além de tornar-se um centro de manutenção dos aviões.

O anúncio oficial será feito pelos governos dos dois países ainda em data a ser definida. A assessoria do presidente Cristina Kirchner estuda sua vinda à fábrica sede da Embraer, situada em São José dos Campos ( SP). As negociações entre o presidente Lula e Kirchner tiveram início ainda na campanha presidencial argentina, quando a então candidata apresentava a ex-estatal brasileira como um modelo a ser seguido e se comprometia em trazer uma subsidiária para solo portenho com apoio do governo brasileiro.

Segunda etapa

Nas negociações ficou acertado que o BNDES financiará 85% das venda das aeronaves . Essa seria a primeira fase, em caráter emergencial, mas que pode atingir numa segunda etapa ao montante de US$ 1 bilhão entre empréstimos e financiamentos. Em 2007, ambos os presidentes chegaram a anunciar formalmente a ida da Embraer para a Argentina, o que acabou sendo desmentido pelo presidente da empresa brasileira, Frederico Curado.