Carollina Andrade, repórter em Brasília - Ultimo Segundo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta segunda-feira a saída do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, do governo. De acordo com o presidente, o ministro voltará para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde é professor.
“Ele vai para Harvard, mas não sei quando”, disse o presidente após a cerimônia de anúncio de medidas de estímulo à economia, no Palácio do Itamaraty. Lula informou ainda que não foi escolhido um sucessor para o ministro.
Agência Brasil |
Mangabeira Unger deve voltar para a Universidade de Harvard |
O suposto motivo para saída do ministro do cargo seria o fato de a universidade não querer estender sua licença, que vence no próximo mês. Porém, há informação, não confirmada, de que o ministro pretendia trocar de partido e por isso perderia apoio do PRB.
O lugar de Mangabeira Unger será substituído provisoriamente por seu ex-aluno, o secretário-executivo Daniel Vargas.
História
Roberto Mangabeira Unger nasceu no Rio de Janeiro em 1947. Formou-se na Faculdade Nacional de Direito e obteve o doutorado na Universidade de Harvard, onde começou a ensinar aos 24 anos. Poucos anos depois, tornou-se um dos professores titulares mais jovens na história da instituição.
Foi eleito membro vitalício da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos. Foi, por muitos anos, militante político no Brasil e consultor de empresas. Em junho de 2007, tomou posse como ministro chefe da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo e, em outubro de 2007, como ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos. Desde julho de 2008, ocupava o cargo de ministro de Estado chefe da Secretaria de Assuntos Estratéticos da Presidência da República.
Nos dois anos em que comandou a Secretaria de Assuntos Estratégicos, polemizou com a área ambiental do governo. Primeiro, com a ex-ministra Marina Silva, que saiu do Ministério do Meio Ambiente por não ter ficado com a coordenação do Plano Amazonia Sustentavel (PAS), que foi ganha por Mangabeira. O sucessor de Marina, Carlos Minc, também teve divergências públicas com o ministro em função de críticas ao licenciamento ambiental e ao andamento do PAS.
Mangabeira fez também críticas à condução do Bolsa Família, pois defendia que o governo deveria oferecer porta de saída aos beneficiários do programa e focar os estratos mais próximos de se integrar à classe média.
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