Parte do leme de direção do Airbus encontrada no oceano pela FAB e pela Marinha
(Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira)

Impossibilidade de resgatar novos corpos levou militares
a encerrar buscas às vítimas do voo 447


Fonte; Agência Brasil - Via IG

A crença na impossibilidade de encontrar novos corpos depois de 26 dias de buscas foi a justificativa apresentada pela Aeronáutica e pela Marinha do Brasil para encerrar o que afirmaram ter sido a “mais complexa operação de busca e resgate marítimos já realizada pelas Forças Armadas, tanto em duração, quanto na magnitude dos meios empregados”.

Foto: Editoria de Arte/G1

Veja a área onde ocorrem as buscas por destroços e corpos (Foto: Editoria de Arte/G1)


Desde o dia 1º, quando as buscas aos destroços do Airbus A330 da Air France foram iniciadas, apenas 51 corpos foram encontrados. Mais 177 permanecem desaparecidos. De acordo com assessores das duas Forças, as condições meteorológicas, tidas como “satisfatórias” pela Marinha e como “bastante instáveis” pela Aeronáutica, não foram fatores determinantes para que os militares decidissem encerrar as buscas.

R-99 em Fernando de Noronha

Para demonstrar a “impraticabilidade” de novos corpos serem resgatados, assessores das duas Forças lembraram que há nove dias nenhum novo corpo é encontrado na área de buscas, que chegou a ultrapassar as aguas territoriais sob jurisdição brasileira, ingressando em território sob a responsabilidade de Senegal.

“Desde que nossa operação começou [no dia 1º], nós trabalhamos com o objetivo de localizar 228 pessoas”, comentou o tenente-coronel Henry Munhoz, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica. “Todo nosso planejamento, toda a logística empregada na operação foi para que isso acontecesse. Até hoje, seguíamos com botes e suprimento para que se alguém fosse localizado e o salvamento pudesse ser feito. Deixamos claro que faríamos o melhor possível e temos plena consciência de ter feito o melhor que pudemos”, concluiu Munhoz.

Em 26 dias de operação, a Força Aérea Brasileira (FAB) utilizou 12 aviões, além de contar com o apoio de aeronaves francesas, norte-americanas e espanhola. No total, foram voadas cerca de 1.500 horas, o que totalizou buscas visuais numa área correspondente a 350 mil quilômetros quadrados. Já a Marinha brasileira atuou com 11 navios, navegando cerca de 35 mil milhas, o equivalente a quase oito vezes a extensão da costa brasileira. A operação envolveu 1.344 marinheiros e 268 homens da FAB.

Os custos da operação, no entanto, ainda não foram divulgados. “Esses custos certamente estão sendo levantados, mas não está no nosso nível operacional discutir, estabelecer e nem mesmo divulgar, por enquanto, isso. Nós [assessores militares] não temos essa informação e isso nunca foi nossa preocupação”, disse o capitão de fragata Giucemar Tabosa, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.

Destroços do Airbus encontrados no oceano por equipes da FAB e da Marinha (Foto: Divulgação/Força Aérea Brasileira)

Explicando que a responsabilidade brasileira era localizar e resgatar possíveis sobreviventes ou corpos das vítimas do acidente, Tabosa explicou que as embarcações francesas - o navio pesquisa francês Porquoi Pás e o submarino nuclear Émeraude - envolvidas com as buscas aos destroços da aeronave continuarão tentando encontrar a caixa-preta do avião, cujos registros de dados e voz podem ajudar a elucidar a causa da queda do Airbus A 330.

P-3 da Marinha Americana pousado na pista de Fernando de Noronha ao Fundo um Hércules C-130 da FAB

“Os navios franceses permanecerão no local para tentar localizar os sinais da caixa-preta. Já os brasileiros deixarão a área e prosseguirão ou para Recife (PE) ou para Natal (RN) para deixar os poucos destroços que ainda transportam”, disse o capitão. Somente os navios brasileiros resgataram mais de 600 partes e componentes da aeronave, que serão entregues ao Bureau D´Enquêtes et D´Analises Pour la Securité de l´Aviation Civile (BEA), órgão correspondente ao brasileiro Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Voo 447 da Air France

Entenda o caso:

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NTSB investiga falha em sensores de Airbus da TAM

Fonte: BBC brasil via O Globo

A Agência Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB, na sigla em inglês) anunciou, na noite de quinta-feira, que está investigando dois incidentes recentes envolvendo aviões Airbus A330 - sendo um deles da TAM.

O voo da companhia aérea brasileira que está sendo investigado é um que fazia a rota entre Miami e São Paulo no dia 21 de maio.

O outro incidente teria ocorrido na última terça-feira, entre Hong Kong e Tóquio, em um voo operado pela Northwest Airlines, que pertence à companhia americana Delta.

Nos dois casos, o sistema de sensores de velocidade apresentaram falhas durante o voo - um problema que se suspeita ter ocorrido com o Airbus A330 da Air France que caiu no Oceano Atlântico no último dia 31 de maio, com 228 pessoas a bordo.

Sistema de back-up

Segundo um comunicado da NTSB, citado pelos principais jornais americanos, os pilotos do avião da TAM inicialmente "perceberam uma queda abrupta na temperatura externa indicada, seguida de uma perda das informações de velocidade primária e altitude, que durou cerca de cinco minutos".

Ainda de acordo com a agência americana, o piloto automático se desconectou e a tripulação brasileira teve de recorrer a instrumentos de back-up durante alguns minutos.

Já o voo da Northwest Airlines viveu "um incidente possivelmente semelhante", disse o comunicado da NTSB, que não forneceu mais detalhes sobre este voo.

Não houve feridos nem danos às aeronaves nos dois casos.

Troca

Após o acidente do dia 31 de maio, a Air France anunciou que ia acelerar o programa de trocas do sensores de velocidade de sua frota de A330 e A340, iniciado em abril.

A Airbus informou, em entrevista à BBC Brasil, que os novos sensores de velocidade dos aviões da empresa já estavam disponíveis desde 2006 e que uma recomendação para a troca desse equipamento também havia sido feita no mesmo ano, apesar de não ser obrigatória.

Os sensores, chamados "Pitot", medem a pressão do ar e permitem informar a velocidade do avião. Os cálculos da velocidade são utilizados por vários sistemas do avião. Os modelos A330 possuem três sistemas "Pitot" independentes.

Segundo a agência de notícias americana Bloomberg, nos Estados Unidos, as companhias United Airlines, Delta e US Airways, além da irlandesa Air Lingus, teriam anunciado que acelerariam a troca dos sensores suas frotas de Airbus.