Feichas Martins [*]
SÃO PAULO [ ABN NEWS ] - É inútil lutar contra a cultura, pois é impossível vencê-la. A situação em Honduras continua sob controle militar, na velha tradição golpista da América Latina, à qual o presidente deposto Manuel Zelaya e o próprio presidente venezuelano Chávez terão que se curvar, confirmando previsão que fizemos aqui, há 26 dias.
Partidários de Zelaya deixaram a fronteira com a Nicarágua, enfraquecendo os protestos em apoio à sua volta ao poder, desanimados ante a impossibilidade de enfrentarem tanques e baionetas.
O Itamaraty e o Departamento de Estado norte-americano fizeram um muxoxo, um leve protesto de quem não está disposto a queimar muita vela pelo defunto do presidente deposto, apesar das encenadas declarações do Presidente Lula e das manifestações contra o golpe no Congresso Nacional.
O Presidente Chávez, da Venezuela, sai derrotado diante daquilo que o filósofo Spinoza chamaria de afeto triste do povo hondurenho e, por extensão, dos latinos (como previra Simón Bolívar), sempre predispostos a aceitar a prevalência do direito da força sobre a força do direito...
Mas, a situação política na pequena Honduras pode desencadear uma corrida armamentista na América do Sul, segundo alerta o Defesanet, o mais importante site regional especializado em assuntos de defesa.
Com base em fontes venezuelanas, o Defesanet revela que Chávez continua a comprar armamentos, principalmente tanques de combate, para duplicar a sua capacidade atual.
"Desde o ano passado, a empresa Rosoboronexport, encarregada das exportações bélicas russas, fizera vazar notícias sobre a compra de um importante lote de carros de combate pela Venezuela. Informes publicados pela imprensa européia mencionaram o modelo Su-27 e o mais recente BMP3. Analistas militares comentam que a Venezuela deseja que a Rússia amplie sua atual linha de crédito de um bilhão de dólares para a venda de armas".
Pode ser a militarização da América Latina, algo impensável no início da globalização.
Nota do blog: Pessoalmente discordo do autor do artigo. As nações envolvidas nas tensões não tem condição de manter um conflito bélico por muito tempo e tão pouco recursos financeiros para isso. Até mesmo a Venezuela tem tido dificuldade em obter crédito junto aos seus fornecedores Russos e Chineses.
3 Comentários
E o mesmo Chaves quer que ecloda um conflito na América Central de qualqier jeito, porque isso possibilitaria a ele manter o discurso anti EUA, que tem caído em descrédito mesmo no seu pais. Ele financiaria guerrilheiros que se transformariam em traficantes tão rápido quanto soletrar pindamonhangaba e os EUA entrariam com força bruta para conter algo parecido com as FARC, alimentando novamente o discurso do imperialismo, nem que seja ao custo de destruir Honduras e Venezuela.
Chaves não tem escrúpulos, o que ele queré se manter no poder a qualquer custo.
Para ele, a política externa brasileira deixou de ser imparcial ao dar apoio aos parceiros ideológicos do PT, como o presidente da Venezuela Hugo Chávez, acusado pelo senador a empreender uma escalada armamentista e de restrições democráticas em seu país. E isso sem que o Itamaraty manifeste o repúdio da nação brasileira diante dos acontecimentos.
De acordo com Azeredo, não é pouca coisa o que Chávez tem feito. "O governo Chávez vem gastando expressiva parte do PIB na compra de armas russas e no seu relacionamento com o Irã. Além de uma fábrica de fuzis automáticos, a Venezuela comprou 100 mil fuzis, 24 caças supersônicos, helicópteros de ataque, potentes mísseis ar-ar e aviões de ataque", relatou Azeredo.
Segundo ele, Chávez já gastou U$ 20 bilhões em equipamentos militares, inclusive na aquisição de poderosos carros de combate, como o T-90, superior a qualquer outro em uso na América Latina.