Lançadores de mísseis, carros e tanques ficaram no Parque Ana Lídia até ontem

Pedro Wolff - Jornal de Brasília - Via Noticias Militares

Terminou ontem com a apresentação da banda oficial a exposição que o Exército Brasileiro montou desde sexta-feira no Parque da Cidade, em comemoração à semana da pátria. Na exposição, cada quartel de Brasília e Formosa (GO) apresentaram suas atribuições e aproximou-se do público com explicações sobre os equipamentos de defesa da soberania nacional.

No estande do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), os chamados Dragões da Independência são responsáveis pela segurança dos palácios presidenciais, do presidente da República e chefes de Estado em visita ao País. O tenente Renato Lisboa Santucci do 1º RCG, um dos curadores da mostra, contou ao público a história secular de seu regimento, que faz parte da história do País.

"O regimento foi criado no dia 13 de maio 1808 e tinha o nome de Dragões Reais das Minas. Ele servia o Imperador Dom Pedro I", explicou. Os dragões faziam a guarda da estrada imperial. Renato Santucci fez alusão à farda histórica que ainda é usada. "Foi um presente da então Rainha da Inglaterra quando se casou com Dom Pedro I", contou.

TRADIÇÃO SECULAR

O fardamento utilizado pelo regimento ainda hoje segue os padrões do século XVIII. "Nessa época havia duas cavalarias. A ligeira responsável pelo combate propriamente dito e os Dragões, com guardas vindos de Lisboa, capital do Brasil colônia na época", acrescentou Santucci.

Santucci conta que o público estava muito interessado em saber o que significa as quatro cores dos penachos dos capacetes dos Dragões. "O capacete com penachos branco só é utilizado pelo comandante da unidade. O penacho amarelo simboliza os oficiais. Os de cor vermelha são utilizados pelos praças (sargento, cabo e soldado) e o verde para a banda de músicas", relatou.

Uma curiosidade é o porquê do rabo-de-cavalo no capacete. "Na época usava-se espada; o rabo de cavalo servia para proteger a nuca do soldado do fio da lâmina", explicou.

Os militares passaram boa parte do dia explicando ao público como funcionam as máquinas e armas no caso de uma guerra. Os caminhões lançadores de foguete, pertencentes ao 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes de Formosa (GLMF), apresentou os quatro tipos de mísseis do Exército brasileiro.

Também havia veículos meteorológicos, com a função de passar as condições do tempo para a viatura Controladora de Fogo. Com o aval desta, a viatura Lançadora Múltipla lança seu míssil para um alvo em terra. A viatura controladora de fogo ainda monitora a trajetória do míssil com seu radar. Com alcance entre 10 km a 80 km.

BLINDADOS E LANÇA-MÍSSIL

Com sua função de defender a soberania nacional e apresentar todos os equipamentos utilizados em uma guerra, o publico que visitou a exposição e a considerou divertida e interessante. Crianças corriam de um lado para o outro por meio de canhões de artilharia antiaérea e terrestre, subiam nos taques-de-guerra e se deslumbravam com os lança- mísseis, granadas e kits de sobrevivência na selva.

"Estou achando a exposição 10, excelente", disse a funcionária pública Lucileide Costa, 40 anos, moradora do Cruzeiro. Ela conta que viu ontem os blindados dentro do Parque pelo Eixo Monumental e resolveu trazer sua sobrinha para se divertirem. Sua sobrinha Gabriela Costa Ribeiro, 10 anos, comemorou a visita porque foi a primeira vez que andou a cavalo.

"Muito bom, meu filho passou por todos os carros e canhões. Foi bom para sabermos como funciona o nosso Exército", comemorou Aline Andaluza Batista, servidora de 33 anos, moradora do Park Way.

SAIBA +

A chamada guerra eletrônica é feita por três frentes: interferência, interceptação e comunicação de dados via rádio.

O Obuseiro L 118 irá substituir os canhões antiaéreos. Ele lança um míssil a 19 km com detector de calor das aeronaves. Antes do disparo, é resfriado com nitrogênio líquido.