O Chile, exemplo sempre citado de avanço quando se trata da economia dos países latino-americanos, é palco de alguns anacronismos difíceis de entender. Um deles era o divórcio, que apenas se tornou legal há cinco anos, em 2004. Até então, os casais, mesmo com filhos, muitas vezes alegavam a não consumação do matrimônio (!!) entre outras saídas estranhas para conseguir desfazer um casamento não mais desejado por ambas as partes.
Agora outro grande anacronismo chileno pode estar chegando ao fim. A história é a seguinte: o cobre é o pré-sal do Chile (só que lá a galinha já dá há tempos muitos ovos de ouro) e existe uma lei que institui que o rendimento de 10% das vendas da Codelco, a estatal do cobre, devem ser destinados a financiar as Forças Armadas. A essa altura do campeonato, essa lei não faz mais qualquer sentido. Assim, a presidente Bachelet assinou ontem um projeto de lei que cancela tal medida, claro, sem deixar de considerar os financiamentos necessários às Forças Armadas.
(Ah, aproveitando o tema, mais uma informação. O poder dos militares é tamanho no Chile que, quando o país acabou com o sistema público de pensão, privatizando tudo - o que hoje dá um trabalho danado - os militares foram o único grupo que conseguiu se manter beneficiado pelo sistema antigo.)
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