EUA deixa base militar de Manta, Equador assume "pleno controle"
O país norte-americano iniciou seu "combate ao narcotráfico" no Equador em 1999, mas o presidente Rafael Correa decidiu, em 2007, não renovar o contrato.
O país norte-americano iniciou seu "combate ao narcotráfico" no Equador em 1999, mas o presidente Rafael Correa decidiu, em 2007, não renovar o contrato.
Fonte: Guia Global
O governo dos Estados Unidos entregou ontem (18) a base militar de Manta - na costa pacífica oeste do Equador - para a Força Aérea Equatoriana (FAE). No local, uma cerimônia marcou a saída do corpo civil e militar estadunidense, que deve ser realocado em três das sete bases que os EUA estão instalando na Colômbia este mês. O país norte-americano iniciou seu "combate ao narcotráfico" no Equador em 1999, mas o presidente Rafael Correa decidiu, em 2007, não renovar o contrato, válido por dez anos. Agora, o país assume o pleno controle da base.
O Posto de Operações Avançadas (FOL, por sua sigla em inglês) dos EUA entregou ontem a base de Manta às autoridades do Equador, dois meses após seu último voo antinarcotráfico, em 17 de julho.
Em Manta, uma cerimônia marcou o "pleno controle" equatoriano sobre a base. Participaram do evento o ministro equatoriano de Relações Exteriores, Comércio e Integração, Fander Falconí, e o comandante geral da FAE, Rodrigo Bohórquez. O governo fez demonstrações dos recursos tecnológicos de que dispõe para combater, de modo unilateral, o narcotráfico no país.
Os EUA não celebraram o fato. Em entrevistas à imprensa local, a embaixada estadunidense no Equador informou que a FOL de Manta integrou uma cooperação internacional entre dezenas de países. No entanto, o Pentágono ainda não apresentou resultados sobre as ações executadas na região.
Em 1999, o então presidente equatoriano, Jamil Mahuad, autorizou as forças armadas estadunidenses a executar atividades militares na base de Manta. Durante o período de dez anos, organizações civis denunciaram violações aos direitos humanos por parte do corpo estadunidense.
Para alguns críticos, as bases eram utilizadas pelos EUA para o combate às guerrilhas que se desenvolvem na Colômbia, fronteira com o Equador. Rafael Correa passou a rechaçar publicamente a presença militar estadunidense no país em 2006, em campanha eleitoral.
No ano seguinte, o presidente equatoriano anunciou que não renovaria o contrato de utilização da base. Além disso, a nova Constituição do Equador, aprovada em 2008, proíbe todo tipo de bases militares estrangeiras no país.
Os civis e militares estadunidenses mantidos no Equador devem ser realocados em três das sete bases militares que estão sendo instaladas na Colômbia. As bases estão em Palanquero, Apiay (centro do país) e Malambo (norte).
O convênio assinado com o governo colombiano mantém as tensões entre os países da região, já tendo sido pauta central de vários encontros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O grupo exige ter acesso ao documento firmado entre EUA e Colômbia.
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