EUA explicam à Otan decisão sobre escudo antimísseis

Da EFE - Via: G1

O Governo dos Estados Unidos explicou hoje seu novo plano antimísseis aos demais aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que revisará seus projetos neste campo para determinar se continuam sendo "apropriados" à nova estratégia americana.

"Os aliados apreciaram muito o fato de que os EUA tenham feito um relato sobre seus planos tão rapidamente", explicou a jornalistas o porta-voz da Otan, James Appathurai.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou hoje sua decisão de eliminar o plano de construção de um escudo antimísseis na Europa Oriental, um projeto da Administração anterior ao qual a Rússia se opunha.

Pouco depois, houve a convocação de uma reunião com os 29 embaixadores dos países-membros da Otan para que os EUA explicassem sua mudança de planos.

Appathurai assegurou que não se trata de "jogar por água abaixo" todo o trabalho, "mas ver se o que foi feito até agora é o apropriado".

"É um projeto que inclui todos os aliados e protege todos os aliados", afirmou Appathurai.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, avaliou hoje em comunicado que a nova estratégia dos EUA "dá um papel mais amplo para a Otan em relação com a defesa antimísseis na Europa".

"Agora, terão início novas discussões na Otan sobre defesa antimísseis baseadas em princípios de solidariedade e indivisibilidade da segurança", acrescentou Rasmussen.

Os ministros da Defesa da entidade terão a oportunidade de iniciar este debate no conselho informal marcado para os dias 22 e 23 de outubro em Bratislava, capital da Eslováquia.


Gráfico com o projeto do escudo antimísseis

Análise:
Fim de escudo antimísseis marca novo rumo na política externa dos EUA


Fonte: BBC - Via: Aviation News

Segundo analista, governo Obama, mais cauteloso, enfatiza estratégias regionais de defesa.

A decisão dos Estados Unidos de abandonar os planos de instalar um sistema de defesa antimísseis na Polônia e na República Checa será uma grande mudança de rumo nas políticas externa e de defesa americanas, por parte do governo do presidente Barack Obama.

A notícia foi dada nesta quinta-feira pelo diário americano The Wall Street Journal, e confirmada pelo governo americano.

A decisão traz consigo várias implicações. Primeiramente, seria um grande sinal de que os Estados Unidos estão adotando uma política externa muito mais cautelosa sob a administração Obama do que sob o comando do ex-presidente George W. Bush.

Bush estava determinado em manter o escudo baseado na Europa, e seu governo já tinha fechado acordos com a Polônia para instalar dez interceptores antimísseis no país, e com a República Checa, que abrigaria o radar do sistema.

Obama pediu uma revisão dos planos quando tomou posse, e aparentemente não vê a necessidade para tanta pressa. Seus conselheiros parecem estar dizendo a ele que o Irã - que era a principal causa dessa movimentação - não está afinal tão avançado em sua tecnologia para mísseis balísticos.

Rússia

O segundo efeito estaria nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia. Os russos ficarão satisfeitos e, por isso, as relações entre os dois países podem ficar mais relaxadas. Os russos haviam alegado que o sistema poderia ser uma ameaça a eles, apesar de os Estados Unidos negarem. Os americanos acreditavam que os russos estavam apenas procurando uma desculpa para se meter nos negócios de seus vizinhos.

Mas os russos também podem se sentir triunfantes e concluir que sua maneira dura de tratar os assuntos é a que traz mais respeito e resultados.

Em terceiro lugar, a notícia pode indicar que a equipe de Obama estaria cética diante das alegações de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares. Isso significaria uma relutância em atacar as usinas nucleares iranianas sem informações confirmadas com segurança, apesar de isso não necessariamente impedir os israelenses de fazê-lo.

Em quarto lugar, os governos polonês e checo poderão reagir de maneira indefinida à decisão. Eles investiram um capital considerável ao concordar com a instalação do escudo. Alguns membros mais linha-dura dos governos poderão se sentir decepcionados. Outros poderão se sentir aliviados. Haverá debates sobre os compromissos de longo prazo dos Estados Unidos com a Europa.

Em quinto lugar, no lado militar, o fato anuncia uma mudança na ênfase de toda a estratégia de defesa antimísseis dos Estados Unidos.

Segundo o Wall Street Journal, a ênfase agora seria na defesa regional. Tomemos como exemplo a situação de Israel, que está recebendo ajuda dos Estados Unidos para a construção do míssil antimísseis Arrow e de outro interceptor de curta distância, conhecido como David's Sling.

Sistemas de defesa baseados em navios, como o Aegis, já estacionado próximo ao Japão, também terão sua importância renovada.Segundo analista, governo Obama, mais cauteloso, enfatiza estratégias regionais de defesa.

A decisão dos Estados Unidos de abandonar os planos de instalar um sistema de defesa antimísseis na Polônia e na República Checa será uma grande mudança de rumo nas políticas externa e de defesa americanas, por parte do governo do presidente Barack Obama.

A notícia foi dada nesta quinta-feira pelo diário americano The Wall Street Journal, e confirmada pelo governo americano.

A decisão traz consigo várias implicações. Primeiramente, seria um grande sinal de que os Estados Unidos estão adotando uma política externa muito mais cautelosa sob a administração Obama do que sob o comando do ex-presidente George W. Bush.

Bush estava determinado em manter o escudo baseado na Europa, e seu governo já tinha fechado acordos com a Polônia para instalar dez interceptores antimísseis no país, e com a República Checa, que abrigaria o radar do sistema.

Obama pediu uma revisão dos planos quando tomou posse, e aparentemente não vê a necessidade para tanta pressa. Seus conselheiros parecem estar dizendo a ele que o Irã - que era a principal causa dessa movimentação - não está afinal tão avançado em sua tecnologia para mísseis balísticos.

Rússia

O segundo efeito estaria nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia. Os russos ficarão satisfeitos e, por isso, as relações entre os dois países podem ficar mais relaxadas. Os russos haviam alegado que o sistema poderia ser uma ameaça a eles, apesar de os Estados Unidos negarem. Os americanos acreditavam que os russos estavam apenas procurando uma desculpa para se meter nos negócios de seus vizinhos.

Mas os russos também podem se sentir triunfantes e concluir que sua maneira dura de tratar os assuntos é a que traz mais respeito e resultados.

Em terceiro lugar, a notícia pode indicar que a equipe de Obama estaria cética diante das alegações de que o Irã está desenvolvendo armas nucleares. Isso significaria uma relutância em atacar as usinas nucleares iranianas sem informações confirmadas com segurança, apesar de isso não necessariamente impedir os israelenses de fazê-lo.

Em quarto lugar, os governos polonês e checo poderão reagir de maneira indefinida à decisão. Eles investiram um capital considerável ao concordar com a instalação do escudo. Alguns membros mais linha-dura dos governos poderão se sentir decepcionados. Outros poderão se sentir aliviados. Haverá debates sobre os compromissos de longo prazo dos Estados Unidos com a Europa.

Em quinto lugar, no lado militar, o fato anuncia uma mudança na ênfase de toda a estratégia de defesa antimísseis dos Estados Unidos.

Segundo o Wall Street Journal, a ênfase agora seria na defesa regional. Tomemos como exemplo a situação de Israel, que está recebendo ajuda dos Estados Unidos para a construção do míssil antimísseis Arrow e de outro interceptor de curta distância, conhecido como David's Sling.

Sistemas de defesa baseados em navios, como o Aegis, já estacionado próximo ao Japão, também terão sua importância renovada.