Segundo Nelson Jobim, nenhum dos interessados na venda dos caças protocolou oficialmente sua oferta
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que nenhum dos três países que concorrem ao programa FX2 (França, Suécia e Estados Unidos) protocolou oficialmente as propostas para a venda de 36 caças. Jobim também afirmou que o acidente na semana passada com dois caças franceses Rafale, fabricados pela Dassault, concorrente no FX2, não vai interferir no processo de escolha. A americana Boeing também concorre com o caça F18.
Jobim reiterou que o prazo para a entrega das propostas vai até o dia 2 (sexta-feira). O ministro criticou a posição da fabricante brasileira Embraer, que defende que os aviões fabricados pela sueca Saab, os caças Gripen, seriam mais apropriados por causa da transferência de tecnologia. "Não cabe à Embraer ter opinião a respeito desse assunto. Cabe ao governo brasileiro. E a Embraer não é parte do governo brasileiro", afirmou Nelson Jobim.
Programa nuclear
Jobim afirmou que o Brasil deve desenvolver um programa nuclear para fins pacíficos e enfatizou que o País não tem objetivo de usar essa tecnologia para o desenvolvimento de armas.
De acordo com o ministro, são três os principais motivos que devem impulsionar o Brasil a desenvolver a tecnologia nuclear: defesa, com o desenvolvimento de um submarino de propulsão nuclear para fins dissuasórios; produção de energia elétrica e fins fármacos.
"As observações do vice-presidente da República entram dentro da sua posição especialíssima de ter a manifestação de ideias próprias", afirmou Jobim, referindo-se às recentes declarações de José Alencar, que defendeu o uso da tecnologia nuclear para para defender as descobertas do pré-sal.
Honduras
Jobim afirmou que não há qualquer possibilidade de uma ação das Forças Armadas brasileiras para a resolução do impasse envolvendo a embaixada brasileira em Honduras. "Não há nenhuma possibilidade de se pensar em movimentos armados" , afirmou Jobim. "Não podemos entrar com força num país estrangeiro. A solução é exclusivamente diplomática". O ministro acredita que o governo hondurenho "terá a lucidez" de permitir a saída dos brasileiros que estão ilhados na embaixada
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