ALBÂNIA, A VANGUARDA DO SOCIALISMO

Fonte:
O Herdeiro de Aécio

Não deixa de ser um enorme paradoxo que só depois do fim do socialismo e com o triunfo do capitalismo global (a tão celebrada e criticada globalização) é que eu tivesse tido oportunidade de assistir a alguns dos momentos mais memoráveis de celebração do verdadeiro socialismo de vanguarda, também designado modelo albanês, de que a UDP (União Democrática Popular) tanto nos falava no tempo do PREC.

Prosaicamente retirado dessa expressão do capitalismo internacional selvagem que dá pelo nome de You Tube, pode ver-se acima a primeira parte de um vídeo de cerca de hora e meia que se percebe ter sido dedicado tanto aos guerreiros da revolução como também ao 5º Congresso do Partido Comunista da Albânia que teve lugar em 1966. O melhor vídeo é o último da série, o da sessão de encerramento

Embora não perceba albanês, creio já ter adquirido experiência suficiente a ver documentários deste género para ter uma ideia do conteúdo. E, sinceramente, não só não lhes reconheço mérito quando comparado com o que então era cá produzido (acima, para comparação, a inauguração da Ponte Salazar também de 1966), como até penso que, em documentários de propaganda, a vantagem seria portuguesa(*).
Visto a esta distância é impossível não passar um atestado de menoridade mental ou então questionar a honestidade intelectual de todos aqueles entusiastas da UDP que, nos tempos do PREC, terão sido brindados com estas sessões de propaganda e, mesmo assim, continuavam a afirmar-se crentes nas soluções (acima) que eram propostas para as tais sociedades ideais, anticapitalistas, antirevisionistas e outras coisas mais...

Escolhi terminar com um vídeo das celebrações do 1º de Maio de 1971 em Tirana. Luís Fazenda ia então fazer 14 anos... Em Junho do ano anterior a Albânia resolvera abrir-se ao turismo, então limitado apenas aos cidadãos da Alemanha Democrática. Mas como o programa turístico incluía a participação obrigatória na campanha da colheita de batata, em Berlim o período de inscrições terminou sem que aparecesse algum interessado…
(*) Contudo, como só a verdade é revolucionária, convém reconhecer que Enver Hodja tinha muito mais jeito para discursar do que Américo Tomás.