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Fabricantes de caças melhoram propostas comerciais para FAB
Aeronáutica não revelou o teor das ofertas, e disse não saber quanto tempo levará para indicar ao Governo a melhor oferta

Fonte: Editora Abril

As três empresas que participam da concorrência para a compra de 36 aviões de combate para a Força Aérea Brasileira (FAB) melhoraram as propostas comerciais que haviam apresentado à Aeronáutica, que não revelou o teor das ofertas, dizendo ainda não saber quanto tempo levará para indicar ao Ministério da Defesa a melhor oferta.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), o Comando da Aeronáutica garantiu que irá analisar os aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos e industriais, além dos compromissos de compensação comercial e de transferência de tecnologia assumidos pelas empresas e pelos respectivos governos de seus países - a quem cabe autorizar o repasse de conhecimento técnico-científico-militar para outras nações.

Como a disputa comercial continua aberta, ainda não há valores oficiais sobre o custo da aquisição, mas com base em preços de mercado, especialistas estimam que gire entre US$ 4,5 bilhões e US$ 7 bilhões.

Após ser prorrogado a pedido das próprias empresas, o prazo para que os interessados melhorassem suas propostas terminou nesta sexta-feira. A primeira prorrogação, decidida no último dia 21, foi decidida, segundo o Ministério da Defesa, pela necessidade da francesa Dassault, fabricante dos caças Rafale, apresentar uma nova proposta compatível com os parâmetros prometidos pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante sua visita ao Brasil, nos dias 6 e 7 de setembro.

Durante sua curta estada no país, onde, além de participar das comemorações do Dia da Independência, assinou uma série de acordos comerciais na área militar, Sarkozy se comprometeu a ofertar os caças ao Brasil por “preços competitivos, razoáveis e comparáveis aos pagos pelas Forças Armadas francesas”.

O compromisso de Sarkozy levou o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva a, no mesmo dia (7), anunciar uma parceria estratégica com a França para o setor aeronáutico. A fala de Lula foi interpretada como a antecipação do anúncio da empresa vencedora e provocou reclamações das outras concorrentes: a sueca Saab, fabricante do modelo Gripen NG e a norte-americana Boeing, do caça F-18 Super Hornet.

O Ministério da Defesa se apressou a negar que o Rafale já tivesse sido escolhido, alegando que as negociações continuariam conforme cronograma previamente estabelecido. Apesar disso, na semana passada, o ministro Nelson Jobim manifestou sua predileção pelo modelo francês.

“A disposição política do Brasil é no sentido de se ter negociações com a França, porque com eles nós já temos uma parceria estratégica (na área militar). O desejo do governo é que possamos continuar e, inclusive, estender essa parceria (para o setor aeronáutico). Agora, é evidente que tem que haver as condições que terão que ser cumpridas pela (francesa) Dassault”, disse Jobim.