O ciberterrorismo ainda não representa uma ameaça para o Ocidente. É o que diz o influente pensador político americano James Lewis em seu relatório "Os ciberataques coreanos e suas implicações para os conflitos cibernéticos", divulgado pelo site ThreatPost.
O relatório refere-se à ação prejudicial de hackers sobre 27 sites comerciais e governamentais americanos e sul-coreanos, como os do Departamento do Tesouro e do Serviço Secreto Americano, em julho deste ano. Segundo site TechRadar, até o site da Casa Branca foi afetado.
Na época, o Serviço Nacional de Inteligência da Coreia do Sul afirmou acreditar que os ataques eram organizados demais pra serem obra de apenas um indivíduo, parecendo mais um ato de Estado. Segundo o Comando de Defesa e Segurança da Coreia do Sul, o país sofre 15 mil ataques de hackers por dia e que havia a desconfiança de que muitos deles eram realizados pela Coreia do Norte, com o apoio da China.
Embora não tenham sido encontradas provas que incriminassem esses países, Lewis analisa o episódio a partir da hipótese de que tivessem sido um ato de guerra de Estado ou de ciberterroristas.
"O que ocorreu em julho não foi um ataque sério. Era mais uma manifestação barulhenta. Os hackers usaram tecnologias básicas e não fizeram nenhum dano real. Até o momento, não vimos um ataque cibernético grave", escreveu Lewis.
Segundo o cientista, a explicação para baixa periculosidade dos ataques cibernéticos é o simples fato de os terroristas não possuírem ferramentas sofisticadas o bastante para causar danos mais profundos aos sistemas. Segundo estimativas de Lewis, existe uma defasagem de três a oito anos entre as tecnologias avançadas desenvolvidas pelas agências governamentais e aquelas disponíveis no que ele chamou de "mercado negro do cibercrime".
"A alternativa à ideia de que grupos terroristas não têm ainda a capacidade para lançar um ataque cibernético é a de que eles tenham essa capacidade, mas optem por não utilizá-la. Essa alternativa é absurda", afirmou o pesquisador do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais.
No entanto, o cientista não pretende menosprezar a monitoração e a investigação sobre a autoria dos ciberataques, nem a necessidade de os países melhorarem suas defesas a ataques eletrônicos.
"As ameaças já começam a incomodar os EUA. Nós temos, na melhor das hipóteses, alguns anos para colocar nossas defesas em ordem e desenvolver redes e infra-estruturas robustas e resistentes, além de modernizar nossas leis para adequa-las às necessidades de segurança. Nossas defesas atuais são inadequadas para repelir ataques de oponentes sofisticados", avisou Lewis.
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