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Lula marca encontro com Sarkozy em Paris para discutir clima e caças

MÁRCIO FALCÃO da Folha Online, em Brasília

Atendendo a um convite do presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca no próximo sábado em Paris. A viagem foi combinada nesta quarta-feira durante um telefonema que durou quase dez minutos.

Segundo interlocutores do presidente Lula, Sarkozy está interessado em discutir a proposta brasileira para a Conferência do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas) em Copenhague, no mês que vem. A licitação brasileira para a compra de 36 aviões caça também deve entrar na pauta.

Nos últimos dias, o presidente Lula tem aumentado o tom das críticas às propostas dos países ricos para a conferência.

O governo brasileiro considera as metas tímidas e avalia não apresentar uma meta para a redução de gases poluentes. "Na hora de assinar protocolo, todo mundo assina. Mas na hora de cumprir 'pão-pão, queijo-queijo', ninguém faz", disse o presidente nesta terça-feira.

Ontem, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) sustentou, no entanto, que a meta do Brasil para conferência é de uma redução de cerca de 40% na emissão de gases de efeito estufa até 2020.

Segundo ele, desse total, 20% deverão resultar da queda do desmatamento na amazônia e 20%, de ações para preservar o cerrado e de iniciativas que promovam a eficiência energética e o uso do chamado aço verde (produzido a partir de carvão vegetal do reflorestamento) e de biocombustíveis, entre outros. O Brasil também pretende lançar uma meta de redução do desmatamento da Amazônia de 80% até 2020.

Caças

O governo brasileiro dever anunciar até o final do mês o resultado da licitação para a compra dos aviões para a FAB (Força Aérea Brasileira). Estão na disputa F-18 Super Hornet da Boeing, o Gripen NG da sueca Saab e o Rafale da francesa Dassault. Os franceses são os favoritos.

No último encontro entre Lula e Sarkozy, no dia 7 de setembro, o governo brasileiro divulgou publicamente o interesse na proposta da Dassault. Segundo o ministro Nelson Jobim (Defesa), serão levados em consideração quatro fatores para a escolha do vencedor da licitação.

"É a capacidade operacional de cada uma dessas, que tipo de ciência e tecnologia estão sendo propostas pelas três, o comprometimento com a capacitação nacional e o quarto é o preço de equipamento e logística. São esses quatro elementos que vão decidir", disse.

Jobim reforçou que o país está interessado na transferência de tecnologia e ironizou a oferta de preços das empresas. "Se o primeiro elemento [aeronave] a gente ver que não presta, se a força aérea disser que não presta, não vamos nem analisar. Vencido essa etapa, nós vamos analisar os outros requisitos. Agora, preço, não adianta oferecer por um real e não oferecer transferência de tecnologia. Não faz sentido, não estamos comprando jujuba", disse.