'Economist' dedica capa à 'decolagem' da economia brasileira

Via: Interesse Nacional



A revista britânicaThe Economist reservou a capa desta semana para o Brasil. Com o título "O Brasil decola", a publicação analisa em uma série de reportagens a rápida recuperação da economia brasileira em meio à crise econômica mundial, e diz, em editorial, que o País finalmente fez jus ao 'B' dos Brics, grupo de emergentes formado também por Índia, Rússia e China. A revista, no entanto, alerta que a arrogância pode ser o maior risco para a economia brasileira, a qual precisa de alguns cuidados para manter o crescimento.

De acordo com a revista, o Brasil difere dos outros Brics por ser uma democracia, ao contrário da China; não ter tensões étnicas em seu território, como é o caso da Índia; e, diferentemente da Rússia, ter uma pauta de exportações diversificada.

Ainda segundo a The Economist, os prognósticos para a economia brasileira são bons devido à exploração do pré-sal e à demanda por alimentos e commodities vinda da Ásia. Em 2014, ano que a Copa do Mundo será realizada no Brasil, o País deve ser a quinta economia do mundo, à frente de Reino Unido e França.

A revista elogiou também a resposta do Brasil para impulsionar o consumo interno e para diminuir a desigualdade social, mas criticou o aumento de gastos públicos, falta de investimentos em infraestrutura e em educação.

Para a The Economist, o maior risco para a economia brasileira é a arrogância de achar que tudo vai bem. "Da mesma forma que seria um erro subestimar o novo Brasil, seria um equívoco fazer vistas grossas a suas fraquezas", diz o editorial. "Lula está certo em dizer que seu país merece respeito, e ele também merece a popularidade que tem. Mas ele foi um presidente sortudo que herdou bases lançadas por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso".

A The Economist dedica uma atenção especial a aspectos que considera relevantes na conjuntura brasileira atual. Segundo a revista britânica,as sucessivas crises que atingiram a economia do País no passado tornaram seu sistema financeiro sólido, como ficou comprovado no final do ano passado, auge da crise econômica global.

O crescimento acelerado do setor de commodities também merece destaque, a exemplo do crescente apetite de expansão externa das multinacionais brasileiras. Outra reportagem aborda o gigantismo do Estado brasileiro, a burocracia e a pesada carga tributária como fatores que dificultam a vida do setor privado.

"Uma reforma tributária tem estado próxima do topo da agenda do governo por um tempo tão longo quanto nossa memória permite", diz a The Economist. "Mas ainda não está acontecendo, deixando muitas empresas intensamente frustradas."