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Porta Aviões Theodore Roosevel

Editorial do The New York Times: O sentido dos gastos com a Defesa

Presidentes, e aqueles que aspiram à presidência, geralmente prometem reformas no processo de obtenção de defesa. E as empresas contratadas para estabelecer a defesa, seus lobistas e as forças militares agem para que isto nunca aconteça.

Fonte: The New York Times - Via Ultimo Segundo

Este ano tem sido surpreendentemente diferente. O presidente Obama e seu secretário da Defesa, Robert Gates, armaram um processo encorajador a favor do término de programas bélicos que excedem significativamente seus orçamentos ou usam os limitados dólares dos impostos para comprar mais capacidade armamentícia do que o país precisa. E o Congresso concordou - de certa maneira.

O projeto de autorização da defesa, de US$ 680 bilhões, transformado em lei pelo presidente Obama na semana passada, apara ou cancela bilhões de dólares em caros sistemas bélicos que são anacrônicos, redundantes, ineficientes ou excedem as exigências militares reais.

Mesmo com estas reduções, a conta do ministério da Defesa é uma das maiores na história, em parte por causa das contínuas guerras no Iraque e Afeganistão. Mas determina uma importante base para cortes futuros que precisam ser ainda mais ambiciosos.

A nova lei encerra a produção do avião de transporte C-17 (os estrategistas militares dizem ter aeronaves suficientes para satisfazer as necessidades atuais e futuras) e cancela o laser aéreo (um projeto favorito dos sonhadores da defesa contra mísseis) bem como o centro do Sistema de Combate do Futuro do Exército (uma medida tecnológica demais para guerras físicas que estava acima do orçamento e não combatia as insurgências de hoje).

Desta vez, a realidade estratégica finalmente foi maior do que os caros lobistas. O F-22 foi projetado para combater a antiga União Soviética e não foi usado no Iraque ou Afeganistão. O novo jato F-35 da Força Aérea, uma aeronave de combate que começará a ser produzida em 2012, será suficiente.

Obama não conseguiu tudo o que queria. O Congresso desafiou uma ameaça de veto e insistiu em autorizar US$ 560 milhões para pesquisa e obtenção de um motor alternativo para o jato F-35 que o Pentágono diz ser desnecessário. Os legisladores autorizaram US$ 1,8 bilhão extra para a compra de 18 jatos F-18 - o dobro do que esta gestão queria.

O presidente Obama e Gates vão ter que trabalhar muito para garantir uma vitória permanente. A Câmara e o Senado estão negociando um projeto de defesa que os especialistas predizem que incluirá dinheiro para aviões de transporte C-17. Eles também precisam continuar a pressionar os legisladores para que não financiem o motor alternativo para o F-35.

E eles terão que ser ainda mais audaciosos no próximo ano: pressionando o Congresso a parar a produção do Osprey V-22 e do submarino Virgínia, além de fazer cortes mais profundos no orçamento do ainda não garantido programa de defesa contra mísseis.

A gestão também começou a fazer progresso para mudar a cultura da obtenção de defesa. Obama sabiamente encerrou contratos sem licitação para melhorar o sistema de compra de armas. Será preciso coragem política e também persistência para que todas estas reformas tenham continuidade, especialmente no próximo ano quando muitos membros do Congresso disputarão a reeleição.