Submarinos samurais japoneses encontrados

Fonte: National Geographic, 13 de novembro de 2009 - Via Sala de Guerra


Após 60 anos numa tumba aquática no Havaí, dois submarinos de ataque japoneses da Segunda Guerra Mundial foram descobertos perto de Pearl Harbor - anunciaram arqueólogos marinhos recentemente.

Especificamente desenhados para ataques surpresa à costa leste dos EUA – talvez objetivando Washington DC ou Nova York – esses “submarinos samurais” eram rápidos, imenso raio de ação, e em alguns casos carregavam aeronaves com asas dobráveis, de acordo com Dik Daso, curador da seção de aeronaves militares modernas do Museu Aeroespacial Smithsonian.

Quando a guerra terminou em 1945, a Marinha Norte-Americana capturou a frota japonesa no Pacífico, incluindo cinco submarinos samurais – apelido que adquiriram. Os submarinos foram mais tarde afundados, para manter a tecnologia fora das mãos da União Soviética. Os militares não mantiveram a localização do afundamentos dos barcos, pensando que ninguém iria querer saber.

Desde 1992 o arqueólogo Terry Kerby e seus colegas do Laboratório de Pesquisas Submarinas do Havaí têm caçado os submarinos samurais e submersíveis. A tripulação encontrou o I-401 em 2005. Então, em fevereiro do mesmo ano, eles encontraram mais dois, o I-14 e o I-201. O I-400 – um dos maiores submarinos não-nucleares já construídos – e o I-203 permaneciam desaparecidos.

É emocionante ver objetos como esses sob a água, porque é um ambiente muito pacífico, mas estes submarinos foram feitos para agressão”, disse Hans Van Tilburg, do Escritório Nacional Oceânico e Atmosférico. O trabalho foi parcialmente financiado pelo National Geographic Channel. Os resultados das pesquisas serão divulgados por todo o Pacífico, como parte do esforço de reconciliação, e para fazer a pesquisa pacífica dessas armas secretas.


Os dois bombardeiros dentro do pequeno hangar do I-14 podiam ser catapultados do convés após poucos minutos na superfície, dizem os arqueólogos que encontraram os destroços do submarino em fevereiro de 2009. Na doca seca, o I-14 tem quase quatro andares de altura e 114 metros de comprimentos (maior que um campo de futebol). Esses submarinos japoneses comportavam até três aviões com asas dobráveis, cada um armado com 816 quilos de bombas.

Dar capacidade de bombardeio a um submarino era um ideia à frente de seu tempo, disse Van Tilburg. “O conceito é muito poderoso, porque é exatamente o que estamos fazendo hoje”, disse ele, referindo-se aos submarinos modernos armados com mísseis guiados.

Em 1946, o afundamento do I-14 foi filmado marinheiro Charles Alger: “Foi muito triste – o momento do afundamento. Mas como todo bom marinheiro, era um trabalho a ser feito, e nos o fizemos”.

Parte da classe japonesa Sen Taka – os mais rápidos submarinos da Segunda Guerra – o I-201 podia ir a 35 km/h submerso. A classe I-200 também podia mergulhar mais fundo que qualquer outro submarino japonês e ficar submerso por até um mês, dizem os arqueólogos que descobriram o I-201 nas profundezas do Havaí em fevereiro de 2009.

Uma torre estreita, armas retráteis no convés, e superfícies de controle retráteis – que ajudavam o submarino a subir ou submergir – ajudavam a melhorar a hidrodinâmica do barco e aumentar sua velocidade.

Van Tilburg disse que os submarinos samurais agora pertencem ao oceano e as pessoas deviam protegê-los como relíquias, já que hoje são recifes cheios de vida marinha. “É um lugar perfeito para eles. É escuro e quieto, é profundo e frio – eles podem descansar lá por um bom tempo”.