Fotografia e diagrama do biochip, mostrando os microcanais e entrada e saída dos fluidos, o canal principal em formato de W e os diversos eletrodos, usados para o controle das reações e para o envio dos resultados para o exterior do chip.[Imagem: UTwente]
Em mais um avanço tecnológico que reforça a tendência de substituição dos testes de medicamentos em animais por outras técnicas mais avançadas, mais seguras e menos controversas, pesquisadores da Universidade de Twente, na Holanda, desenvolveram um biochip que simula os efeitos de compostos químicos sobre o organismo humano.
Célula eletroquímica
O chip contém uma minúscula célula eletroquímica, um compartimento em cujo interior as reações químicas que acontecem no corpo humano podem ser simuladas de forma rápida e controlada.
O canal principal do biochip, que leva os compostos químicos a serem analisados para o interior da célula eletroquímica, tem uma capacidade volumétrica de apenas 9,6 nanolitros - um nanolitro equivale a um bilionésimo de litro.
A célula no interior do biochip é cerca de 1.000 vezes menor do que as células eletroquímicas já existentes. Esta é a sua grande vantagem, porque ela permite a avaliação dos novos compostos químicos em quantidades muito pequenas. O desenvolvimento de medicamentos geralmente trabalha com a sintetização de novas moléculas, o que torna esses materiais difíceis de fabricar e extremamente caros.
Quando o composto químico candidato a medicamento é inserido no interior desse canal, ele oxida, formando vários constituintes. As reações químicas na célula podem ser controladas alterando-se a tensão aplicada a eletrodos construídos em seu interior, feitos com a mesma tecnologia usada para criar os fios que unem os transistores no interior de um chip eletrônico.
Droga contra a malária
Os primeiros testes do novo biochip foram feitos com um medicamento que está sendo desenvolvido para combater a malária, a amodiaquina.
Segundo Mathieu Odijk, o criador do novo microlaboratório, os resultados das reações que ocorrem no interior do biochip são capturados por eletrodos e levados até os equipamentos onde as medições e avaliações são feitas.
Modelos eletrônicos para testes de medicamentos
Neste estágio de protótipo, o biochip é conectado a um cromatógrafo e a um espectrômetro de massa externos. O pesquisador afirma que o próximo passo é integrar tudo em um equipamento único, uma espécie de "modelo eletrônico," uma referência aos modelos animais atualmente utilizados para testes de medicamentos.
Para conhecer outras pesquisas que trabalham no desenvolvimento de alternativas para o teste de fármacos e medicamentos, veja Estudante cria Complexo de Golgi artificial para pesquisa de novos medicamentos e Biochip pode ajudar a acabar com experiências em animais.
Bibliografia:
A microfluidic chip for electrochemical conversions in drug metabolism studies
M. Odijk, A. Baumann, W. Lohmann, F.T.G. van den Brink, W. Olthuis, U. Karst, A. van den Berg - http://www.rsc.org/Publishing/Journals/lc/ - Vol.: 9, 1687-1693
A microfluidic chip for electrochemical conversions in drug metabolism studies
M. Odijk, A. Baumann, W. Lohmann, F.T.G. van den Brink, W. Olthuis, U. Karst, A. van den Berg - http://www.rsc.org/Publishing/Journals/lc/ - Vol.: 9, 1687-1693
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