A crise econômica não afetou os planos de crescimento do grupo europeu EADS no Brasil. A empresa quer ampliar a sua presença industrial no país e um dos principais desafios para 2010 é a implantação de uma linha de montagem para a produção dos 50 helicópteros EC725, que serão fornecidos às Forças Armadas Brasileiras.
Segundo Eduardo Marson, presidente da Helibrás, e que acaba de assumir a função de presidente do conselho de administração da EADS Brasil, a primeira parcela do contrato de compra das aeronaves, avaliado em R$ 5,9 bilhões, deve estar disponível para a empresa nos próximos dias . “O valor da primeira parcela corresponde a 5% do total, cerca de R$ 250 milhões.” Os recursos darão início ao projeto, com o envio de 40 técnicos e engenheiros para treinamento nas instalações da Eurocopter (controladora da Helibrás) na França.
O início das obras de uma nova fábrica no complexo industrial da Helibrás, em Itajubá (MG), de acordo com o executivo, está previsto para a segunda quinzena de março. O investimento no projeto, de € 200 milhões, contempla a ampliação da capacidade de produção e o aumento do número de funcionários, dos atuais 300 para 600 até 2011.
O projeto dos novos helicópteros também resultará na criação de um novo polo de produção Aeronáutica no país. A Helibrás já está negociando a participação das indústrias brasileiras no projeto, como parte de um acordo de offset (contrapartida comercial), que também prevê a transferência de tecnologia. As empresas brasileiras capacitadas no programa também poderão exportar seus produtos para outros helicópteros fabricados pela Eurocopter, tornando-se uma fonte de suprimento da linha de montagem do grupo a nível mundial.
Outro grande projeto que a EADS espera consolidar no Brasil em 2010 é o da venda de mais oito aeronaves de transporte militar para a Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo Bruno Gallard, nomeado diretor-geral da EADS Brasil, o novo contrato deve ser assinado no primeiro trimestre de 2010. A EADS já possui dois contratos com a FAB, no valor total US$ 767 milhões, envolvendo a modernização de nove aviões de patrulha marítima P-3 e o fornecimento de 12 aviões de transporte C-295 para missões na Amazônia. O presidente da Helibrás disse que deve fechar 2009 com faturamento da ordem de R$ 300 milhões.
Virgínia Silveira, para o Valor, de São José dos Campos - Via Plano Brasil
0 Comentários