EUA se dizem “desapontados” com decisão do Congresso sobre Zelaya

Fonte: Último Segundo Com Reuters e BBC Brasil - Via Plano Brasil

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Os Estados Unidos estão “desapontados” com a decisão do Congresso de Honduras de não permitir a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, segundo afirmou uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano nesta quinta-feira.


Estamos desapontados com esta decisão uma vez que esperávamos que o Congresso aprovasse seu retorno“, disse Arturo Valenzuela, secretário-assistente de Estado dos EUA para questões do Hemisfério Ocidental

Na quarta-feira, congressistas hondurenhos não cederam à pressão internacional e decidiram, por 111 votos a favor e 14 contra, não autorizar o retorno de Zelaya à presidência após sua deposição em um golpe em junho.

Deputados hondurenhos estavam decidindo o destino de Zelaya como parte de um acordo mediado pelos EUA entre o líder deposto e o governo de fato do país, que assumiu o poder após o golpe.

Outra autoridade de primeiro escalão do governo norte-americano, que pediu anonimato, disse que o comportamento negativo de Zelaya em relação à eleição de domingo pode ter sido um fator na forte rejeição do Congresso à sua restituição.

Crise

A crise política em Honduras teve início em 28 de junho, quando Manuel Zelaya foi destituído do cargo pelas Forças Armadas, acusado de violar a Constituição do país.

Antes de ser afastado, Zelaya defendeu que as eleições de 29 de novembro tivessem mais uma consulta, sobre a possibilidade de se mudar a Carta Magna hondurenha.

Segundo sua proposta, os eleitores decidiriam nessa consulta se desejavam que se convocasse uma Constituinte – o que, segundo o principal assessor do líder deposto, Carlos Reyna, é “uma necessidade histórica de Honduras“.

Os críticos de Zelaya afirmam que sua intenção era mudar o marco jurídico do país para poder se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.

A deposição do presidente eleito foi condenada internacionalmente. No lugar de Zelaya, que foi levado para fora do país, assumiu um governo interino, liderado pelo antigo presidente do Congresso, Roberto Micheletti. Em setembro, Zelaya voltou clandestinamente a Honduras e se abrigou na embaixada do Brasil.