Asteróide em rota de colisão com a Terra
Apophis pode ser fragmentado e desviado. Impacto equivaleria a cem mil bombas nucleares
Fonte: Jornal de Noticias Portugal - Por: EDUARDA FERREIRA
Apophis pode ser fragmentado e desviado. Impacto equivaleria a cem mil bombas nucleares
Fonte: Jornal de Noticias Portugal - Por: EDUARDA FERREIRA
A hipótese de um grande asteróide colidir com a Terra aponta para uma sexta-feira, dia 13, data propícia a mais especulações sobre o fim do mundo. Mas os cientistas estão a levar a sério o risco de embate. Acertam cálculos e procuram soluções.
O impacto está calculado para 13 de Abril de 2036. A NASA já comunicou publicamente que a probabilidade de o asteróide Apophis embater no nosso planeta nessa data "é significativamente reduzida". Mas, agora, cientistas russos anunciam que vão reunir-se para estudar uma maneira de salvar a Terra.
Poderá ser construída uma nave espacial com a missão de ir ao encontro do asteróide e destrui-lo. Esta a hipótese avançada pelo director da agência espacial russa, que defende estratégias para destruir ou desviar o corpo celeste Apophis, mesmo que para já sejam reduzidas as probabilidades de ele colidir com o nosso planeta dentro de duas décadas e meia.
Apophis foi descoberto em 2004 e tem 350 metros de diâmetro. O suficiente para causar uma hecatombe, caso no seu caminho pelo espaço embatesse com a Terra. Uma das consequências menores seria a criação de um novo deserto com uma superfície equivalente ao território de França. Em termos de massa, o objecto pesará cerca de mil milhões de toneladas.
Os astrónomos calcularam logo há cinco anos a probabilidade de embate do asteróide no nosso planeta: uma vez em 200. Mas os laboratórios da NASA já fizeram um novo cálculo, que divulgaram em Outubro passado: a possibilidade de um encontro imediato entre o asteróide e a Terra será de quatro em um milhão.
Evitar a colisão
Antes de 2036, o asteróide fará uma trajectória próxima da Terra, a cerca de 30 mil quilómetros. Será uma boa ocasião para os peritos aperfeiçoarem eventuais estratégias para o desviar ou destruir, evitando a colisão. A rota do asteróide terá de ser acompanhada, pois é previsível que se altere. Mesmo os cálculos mais precisos terão de contar com o carácter errático da trajectória destes corpos que vogam no espaço. O Apophis tem uma terceira visita à trajectória da Terra calculada para o ano de 2068. Então, as probabilidades de colisão aumentam um pouco.
O director da agência espacial russa anunciou agora que um corpo de cientistas vai ter uma reunião "secreta" nos próximos tempos para propor formas de evitar uma colisão. Anatoly Perminov adiantou que "há tempo para criar uma nave com esse fim específico" e que serão convidadas a participar tanto a agência espacial norte-americana (NASA) como a europeia (ESA) e a da China.
Cálculos já feitos pela NASA indicam que, se um objecto com a massa de Apophis embatesse com a Terra, libertaria uma energia cem mil vezes superior à explosão nuclear de Hiroshima. O director da agência espacial russa defende uma acção preventiva que evite a morte de "centenas de milhares de pessoas" e aconselha uma actuação baseada "nas leis da Física". As discussões científicas sobre a matéria apontam para soluções como o uso de mísseis nucleares para fragmentar o objecto celeste ou o recurso a técnicas para lhe mudar o curso, desde o uso de espelhos, luz ou mesmo tintas. A NASA tem um programa especial para acompanhamento dos objectos celestes próximos da Terra (Near Earth Object Program). As pesquisas são feitas com recurso a telescópios e também a modelos de cálculo referentes à gravidade do Sol, da Lua e de outros planetas.
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