A China estará "sob pressão" para que aceite a adoção de sanções contra o Irã em virtude de seu polêmico programa nuclear, disse nesta sexta-feira em Paris a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
"A China estará sob muita pressão para reconhecer o impacto desestabilizador que um Irã com armas nucleares teria no Golfo do qual (Pequim) recebe uma significativa porcentagem de petróleo", disse Clinton em Paris.
A chefe da diplomacia americana indicou que as "pressões e sanções" ocorreram porque "nos machucamos quando tentamos o diálogo, que não produziu os resultados esperados".
Um Irã nuclear "desencadeará uma corrida armamentista" e "Israel voltará a sentir uma ameaça sobre sua existência", disse Clinton. "Tudo isso é incrivelmente perigoso", advertiu a responsável pelo Departamento de Estado ao responder a uma pergunta na Escola Militar de Paris, onde fez um discurso para especialistas e diplomatas.
Dirigindo-se à China, Hillary Clinton disse que entende que possa se considerar "imprudente impor sanções a um país do qual obtém uma parte importante dos recursos naturais que precisa para sua economia crescer".
"Mas reflitam sobre as consequências a longo prazo", acrescentou Clinton com uma firmeza até agora inédita ante a China.
O Irã é o terceiro fornecedor de petróleo da China.
A China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, está reticente quanto a aplicar sanções no país.
O grupo dos Seis (Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia), tenta em vão negociar com Teerã, suspeito de querer desenvolver uma arma nuclear encobrindo-se em um programa nuclear civil.
Clinton falou deste assunto ao meio-dia com o presidente francês Nicolas Sarkozy.
O ministro chinês de Relações Exteriores, Yang Jiechi, reiterou na quinta-feira que Pequim prefere manter o caminho do diálogo com o Irã.
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