O relatório técnico que o Comando da Aeronáutica apresentará ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, com a avaliação dos modelos de caças para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB), não vai conter uma "hierarquização" das propostas internacionais. A FAB iria recomendar o Gripen NG, da empresa sueca Saab, mas foi pressionada pelo governo e não entrará no mérito de qual a melhor opção para o projeto FX-2, que prevê a compra de 36 caças.
A versão final do relatório já havia sido "reexaminada", para cortar do texto o ranking das propostas, quando o documento foi publicado pelo jornal "Folha de S.Paulo". O novo texto deverá ser apresentado a Jobim na próxima semana. O vazamento foi interpretado pelo Palácio do Planalto como uma derradeira tentativa da Aeronáutica de constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a optar pelo caça sueco, o mais barato entre os três concorrentes.
Seria, na prática, a última cartada para desbancar a França. Motivo: Lula já manifestou diversas vezes sua preferência pelo caça francês Rafale, da empresa Dassault. Porém, na versão preliminar do documento produzido pelo Comando da Aeronáutica o Rafale ficou em terceiro e último lugar, por ser considerado mais caro e com custo de operação mais alto. O modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, ocupava a segunda posição.
"Depois que foi apresentado esse primeiro balanço, foi tudo revisado", disse um importante auxiliar de Lula. No entanto, ele negou que o presidente ou mesmo Jobim tenham obrigado a FAB a mudar de posição. "A situação é muito complexa e os relatórios são técnicos. Não dá para comparar equipamentos diferentes assim, até porque um dos modelos ainda é um projeto", completou o assessor do Planalto, numa referência ao Gripen.
Jobim está de férias e não quis comentar o assunto. Porém, tanto ele como Lula ficaram extremamente contrariados com a divulgação das conclusões do documento da Aeronáutica.
O relatório que vazou, vê-se hoje, era uma versão de setembro passado, já desatualizado pela apresentação de novas propostas pelos participantes. O NG é uma "promessa" e tem uma turbina norte-americana, o que o torna potencialmente um fiasco em caso de conflito de interesses com os EUA. O SH da Boeing já está no final da sua vida útil de desenvolvimento. E o Rafale? Já está operacional, tem uma vida inteira de atualizações pela frente, tem muito maiores chances de sobreviver num dogfight, tem autonomia quase de 100% do território, e, se precisar mais, envolve uma parceria muito maior que 36 aviões. Afinal, qual é a carência da FAB? Menos aviões com maior capacidade de cumprir missões ou muitos com limitações de aviônicos, autonomia, etc?
Isso sem falar de quebra em benefícios adicionais, como se não bastassem a nossa marinha, com armamentos. Seria de cara interessante solicitar aplicações adicionais alternativas industriais às turbinas francesas, com vistas a baratear seus custos e manutenção. Estudar uma "revamp" tornando mais abrangente seu perfil. Por fim, só conheço uma forma de casamento/aliança (Brasil/França); se dá por completo, sem embrolhos, e total. Pela metade gera insatisfação, desconfiança de ambas as partes e questionamentos.
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Por fim, só conheço uma forma de casamento/aliança (Brasil/França); se dá por completo, sem embrolhos, e total. Pela metade gera insatisfação, desconfiança de ambas as partes e questionamentos.